segunda-feira, 20 de outubro de 2008

The real McCoy

Na quinta-feira, se tiverem um tempinho livre e quiserem estimular a vossa mente estupidificada com alcool e coisas mais fortes, dêem um saltinho ao Londres. É às 20h30, uma sessão do festival Doc Lisboa, e chama-se "Gonzo: The life and works of Dr. Hunter S. Thompson".
Para quem não sabe, Hunter Thompson foi um jornalista americano que estilhaçou por completo o paradigma do que um jornalista deve ser. Inventou o estilo Gonzo, em que o jornalista está no centro da acção, e o leitor vê tudo através dos seus olhos, e não como se estivesse a ver uma coisa neutra e objectiva. Tudo isto num estilo cortante, hilariante e carregado de drogas. Era um génio, e é o meu herói.
Escreveu alguma ficção boa, mas o seu grande talento estava sobretudo no seu trabalho, naquele estilo jornalismo/ficção que tanto gozo dá a ler. Escreveu sobre tudo, desde os Hell Angels ao rock n roll, de Nixon (o seu ódio de estimação) ao Vietname, tudo à procura do American Dream (que, concluiu ele, é podre até ao âmago).

Para quem estiver interessado, recomendo quase tudo dele, mas saliento "Hells Angels", o seu primeiro livro, "Fear and Loathing in Las Vegas" ou qualquer um dos capítulos do seu trabalho compilado (a Fnac do Chiado acabou de receber, finalmente, um carregamento fresquinho).

Este foi o tipo que deixou como desejo, para quando morresse, que disparassem as suas cinzas de um supercanhão de mais de 20 metros de altura. O seu amigo Johnny Depp financiou a construção do canhão, e isso também aparece no documentário. Isso e muito mais.

Façam-me um favor: vão ver o filme, e leiam o homem.
A sério.

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