sábado, 1 de novembro de 2008

O belo sonho lusitano
José Sócrates tem um sonho, 'god bless him': que Portugal volte a ser, como há 500 anos, o farol do mundo. Teve foi o azar de lhe sair na rifa este povo mandrião e 'bon vivant', que parece convencido, estupidamente, que é mais fixe e mais agradável e muito melhor divertir-se e andar na balda do que produzir e trabalhar.
Guterres tinha a paixão pela educação, mas não era um amante fiel, porque fez muita merda. Sócrates é um amante frio, eficaz, glacial. Por que razão havemos de gastar milhões e milhões de euros a melhorar a educação em Portugal, para que os frutos se vejam quando ele já não estiver no poder e não puder colher os louros de tal feito, se dá para fazer a coisa de borla, e automaticamente?
É esperto, este tipo.
E foi assim que, de repente, todos os alunos portugueses passaram a ser fabulosos. Toda a gente tem grandes notas, todas as escolas sobem as suas médias, tudo é lindo. Estamos, finalmente, na vanguarda do mundo moderno. Terá já sido efeito do Magalhães?
Não sabemos. Sabemos apenas que, fazendo testes apenas competitivos para atrasados mentais, temos, de um dia para o outro, alunos em barda que fazem o burro Bill Gates corar de vergonha.
E agora surge outro projecto fabuloso, totalmente coerente com a linha que este governo tem seguido: ninguém pode chumbar no ensino obrigatório.
É espectacular, pá! E com um argumento genial: as crianças e os jovens não devem ficar com "o estigma da reprovação". Fantástico.
Depois de transformar os professores em burocratas e contínuos, impedindo-os de perder tempo com essa coisa chamada de Ensino, o governo quer um exército de avaliadores positivos, optimistas, patetas alegres. É o estilo modernaço de Sócrates, do pensamento positivo, do tocador de lira enquanto Roma arde.
Só há aqui uma coisa. Eu sou do Benfica. Gosto mesmo muito do Benfica. Mas, anos e anos de sofrimento depois, eu estou a ficar com o "estigma da derrota". É chato, pá. O Porto ganha sempre, o Sporting papa umas taças, e a gente nada. Sinto-me estigmatizado. Será que o senhor nosso primeiro ministro pode fazer algo acerca disso?
E depois há os pobres, senhor nosso primeiro ministro. Alguns são pobres há muitos anos, foram pobres toda a vida, alguns vêm de uma família que é pobre há uma data de gerações. Vamos acabar com o "estigma da pobreza" e dar dinheiro a todos eles?
E o "estigma do desemprego"?
E o "estigma de vermos o país ser governado por uma classe política e empresarial nojenta e sem a mínima qualidade"?
Podemos fazer algo acerca disso?
Conto consigo, senhor nosso primeiro ministro.

Yes, we can!

4 comentários:

coiso. disse...

little bastard rocks!! xD

tiagugrilu disse...

Olha que isto do Benfas a ganhar e do Porto a perder consecutivamente parece-me ter mão do governo...

Não estou habituado, pá.

professor x disse...

O ensino neste país está uma maravilha. Resultados fabricados, professores na rua a protestar e paizinhos na escola a bater nos professores porque não deixaram a criancinha atender a chamada durante uma aula. Os alunos, enfim os alunos...morangos e rebel way...Para ajudar à festa agora ninguem chumba. :D:D:D:D:D:D:D:D:D

Tal como disse o Antonio Barreto há uns tempos, não percebo que raio de ideia é esta agora de que estudar é divertido e ninguem chumba e é tudo muito colorido e simples...dasse!!! Cambada de hippies...estudar dá trabalho, é uma seca, exige disciplina, exige empenho. Os nossos alunos estão a chegar à faculdade com as mesmas bases de um trolha e ninguém acha mal.

Se é assim, proponho o seguinte, ninguem chumba até acabar a universidade. Pronto estão resolvidos os problemas na educação!

Anónimo disse...

Concordo com o essencial da tua posta: o Sócrates é um demagogo que quer elevar artificilmente os nossos resultados escolares através de uma forma porreira, pá, com passagens administrativas porreiras e a descida porreira dos níveis de exigência da avaliação. O que não quer dizer que a reprovação não seja, de facto, uma medida educativa pouco eficiente. O sistema educativo com melhores resultados do mundo(avaliados pelo PISA da OCDE) é o da Finlândia, onde por e simplesmente os putos não podem chumbar. Em alternativa, o insucesso escolar é combatido precocemente através de um forte investimento em programas de recuperação dos alunos com mais dificuldades. Os programas de recuperação (quando bem aplicados) são mais eficazes, mais baratos e mais justos do que os chumbos, garantindo uma democratização efectiva do sucesso escolar e não uma mera democratização do acesso escolar, como acontece em Portugal desde o 25 de Abril. Só com esta filosofia é que a escola poderá cumprir a sua missão mais primordial: assegurar que os putos de famílias pobres e iletradas possam atingir no futuro uma mobilidade sexual ascendente, acedendo mais facilmente a parceiras sexuais ricas e letradas, especialmente se forem enfermeiras filandesas ex-lésbicas, porcas, sujas, lascivas e imundas.