sexta-feira, 10 de abril de 2009

Volta Salazar, eras um menino

José Sócrates anda sensível. Anda tristonho, magoado com este país de ingratos, que não o merece.
Talvez por isso - ou porque governar um país como Portugal é bastante menos divertido que, digamos, jogar Playstation o dia todo - Sócrates anda entretido a processar quem diz mal da sua santa e imaculada pessoa.
Na impossibilidade técnica de processar todos os portugueses sentados à mesa do café, ele e Augusto Goebbels Santos Silva, optaram por processar jornalistas e colunistas. As últimas vítimas foram alguns jornalistas e o director do Público - devido a uma notícia acerca da discrepância de valores do preço das casas do prédio onde mora o PM - e o colunista do DN, José Miguel Tavares.
Este último teve a ousadia de dizer, num texto de opinião (e assinalado como de opinião), que "Ver José Sócrates apelar à moral na política é tão convincente quanto a defesa da monogamia por parte de Cicciolina". Mais, atreveu-se a dizer (a opinar) que Sócrates "tem vergonha da democracia portuguesa por ser 'terreno propício para as campanhas negras'; eu tenho vergonha da democracia portuguesa por ter à frente dos seus destinos um homem sem o menor respeito por aquilo que são os pilares essenciais de um regime democrático".
E pronto, isto valeu uma queixa-crime do PM sobre o colunista.
Isto é grave. Isto é muito grave. Por muito menos que isto, Santana foi apelidado de fascista. Estamos de volta aos tempos do "quem se mete com o PS, leva!". Com a agravante de agora ser o próprio PM quem mete acções em tribunal, quando devia, digo eu, estar ocupado a tratar dos problemas do país.

Para além de tudo isto, que é uma tentativa grosseira e fascistóide de amordaçar a opinião pública, há uma campanha subreptícia de controlar os media. O Diário de Notícias, onde escreve o colunista, nada fez. Nem um gesto de solidariedade para com o seu colaborador. Comeu e calou, enviando um bem claro sinal para todos os outros seus colunistas: não critiquem Sócrates, porque o jornal não vos vai defender, e se forem processados arriscam-se a ficar sem casa (os jornalistas do Público arriscam-se a ter de pagar 250 mil euros).

Independentemente de haver ou não alternativa, eu só peço é que toda a gente pense muito bem em dar o seu voto a alguém assim. Mais uma vez, depois não se queixem.

PS - O DN é o jornal onde trabalha a namorada de Sócrates. A mesma que, num programa de televisão, defendeu com unhas e dentes que os jornalistas (classe a que pertence) estão a fazer um péssimo trabalho no caso Freeport, que não fazem investigação, que se limitam a ser orquestrados. A mesma que, através dessas declarações, pôs em causa o trabalho dos seus colegas de redacção, publicamente e porque se sabe intocável, por ser namorada de quem é. E a direcção do jornal não fez nada, ignorou. Consentiu.
A mesma direcção que censurou uma notícia acerca da validade dos processos judiciais a jornalistas, por achar que podia ser interpretada como um ataque ao PM.
De facto, o respeitinho é muito bonito.

2 comentários:

professor x disse...

Sucialismo.

Anónimo disse...

Foda-se... q nojo. Que vergonha. Só a estes gajos é q não fazem atentados...
Se ele ganhar as eleições de novo, emigro para outro país.