Quo Vadis, meu Benfica?
Por mau caminho, temo.
A época foi bastante má. Não me surpreendeu, mas com os jogadores que comprámos esperava-se um pouco mais. Com uma pontinha de sorte, em alguns jogos decisivos (aquela derrota em casa com o Guimarães, o roubo no Dragão, etc) podíamos ter ido um pouco mais longe, mas não seria muito justo. A sorte, normalmente, aparece a quem a merece. E nós merecemos ser castigados pelos erros que, mais uma vez, cometemos.
Em termos de jogadores, um pequeno resumo:
Moreira: a mostrar que está pronto para ser o número 1
Aimar: uma desilusão. Nos pormenores vê-se a classe, mas não entendo como não faz mais
Reyes: outra desilusão. Muito bom a atacar, é certo, mas um jogador tão caro não pode custar-nos os golos que ele nos custou, ao não tapar o flanco.
Cardozo: a confirmação de um grande goleador
Maxi: o melhor do Benfica durante toda a época (o que é significativo)
David Luiz: idem
Miguel Vítor: a grande revelação da nossa equipa, um jogador de grande futuro e um sinal, mais do que precioso, de que há coisas boas que podem sair da academia
Carlos Martins: um bluff
Balboa: não é preciso dizer grande coisa
Urreta: vontade de ver mais
Leo: alguém percebe por que raio saiu?
Mantorras: the very very best
E parece que o Quique vai embora. Cometeu muitos erros, deixou-me à beira da apoplexia muitas vezes, mas ainda assim acho que merecia nova oportunidade. Está na altura de quebrar o ciclo de mudar tudo. E, em época de crise, pagar cláusulas de indemnização parece-me estúpido. Quanto ao Jorge Jesus, gosto dele. Há muito tempo defendo um treinador português para o Benfica, a escolher entre Jesus, Cajuda, Carlos Brito ou até José Mota. O problema é que a questão não é o treinador. É o karma do clube, a falta de blindagem cá para fora, e a falta de uma cultura de exigência e rigor.
Em termos de plantel, vendia os seguintes: Luisão, Di Maria e Katsouranis
Recambiava: Reyes, Suazo, emprestava o Balboa e o Binya
Contratações: João Pereira, Néné, trazia de volta o Coentrão
E pouco mais.
Não acredito que a gente se levante. Por isso, a aposta seria manter o Quique, vender os que valem dinheiro, despachar os emprestados a peso de ouro. Comprar pouco e bem, de preferência no mercado doméstico, jogadores já adaptados. E assumir que não somos candidatos a nada, mas que estamos a tentar fazer um caminho.
Não se pode é dizer que se está a começar o caminho e mudar tudo à primeira contrariedade.
A Quique, uma palavra de apreço. Introduziu entre nós um estilo que faz falta. Pena é perceber pouco ou nada do futebol português.
Venha a próxima época.
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2 comentários:
O presidente já disse que algo vai mudar. O treinador e meia dúzia de jogadores, aposto!!!
Não é isso mais do mesmo??
Fui ver o meu Bitória de Guimarães a enterrar-vos o campeonato e, atrás de mim, estava um adepto dos clássicos. Aos 30 minutos, estava a fazer comentários de quem está a ver um jogo diferente de toda a gente que l´s estava, a dizer que estavávamos com o autocarro estacionado em frente à baliza. Depois do golo do Bitória, dizia que o binia é melhor que o Yebda e que o Katsuranis.
I rest my case.
Nem daqui a dez anos lá vão!!!
Eu por acaso até estava no estádio nesse jogo, e vocês estavam com um semi-autocarro à frente da baliza. Para além da mãozinha do árbitro e pura sorte. Mas a gente não joga nada, portanto nem vale a pena queixarmo-nos do resto...
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