A cara de pau
Lá veio o Alberto João vomitar o habitual chorrilho de disparates, e a imprensa do contenente lá se meteu a fazer barulho, basicamente porque é Verão, não há notícias, já ninguém liga à gripe, não cai um avião há pelo menos três dias e a pré-época do Benfica não chega para tudo. E porque, admitamos, é fácil encher noticiários e debates com o Alberto João.
No meio da poia que lhe saiu da boca, o imperador da Madeira disse que queria colocar na constituição a proibição do comunismo, à semelhança da proibição de organizações fascistas.
Não vou sequer comentar isto. É um bocado como o Malato e os anúncios a pensos higiénicos. Não vale a pena. Eles existem e temos de continuar com a nossa vida. É tudo.
Queria falar do comentário do Aguiar Branco (who?), o vice-presidente do PSD. Perante as críticas de toda a gente, a imprensa quis saber o que pensava o senhor das palavras de Alberto João. E o que disse ele? Que não é oportuno dizer se concorda se se deve ou não abolir o comunismo, proibir a sua existência. Não é oportuno porquê? Porque na próxima legislatura haverá revisão constitucional, e aí se conhecerão as propostas do PSD para a mudança da Constituição. Pois. Exacto. Ele conseguiu, de facto, utilizar o argumento mais chato e burocrata possível. Não pode comentar porque não é oportuno. Quando for altura de rever a Constituição, ele então vai ligar a parte do cérebro destinada a esta matéria e, aí sim, dizer o que pensa. Espectáculo.
É claro que nem ele nem o PSD subscrevem as palavras de Alberto João sobre o comunismo. O PSD é um partido que agrupa interesses económicos, não ideológicos, portanto está-se francamente cagando. Só que hoje não o podia dizer, porque isso seria contrariar o único bastião laranja relevante que o PSD ainda tem. É política, da pura e dura. É por isso que é um mau princípio este argumento burocrata num caso destes. Sobretudo para um partido que enche a boca com o slogan "Política de Verdade". Bom, pelo menos a primeira parte do slogan está correcta.
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1 comentário:
Não gosto do Alberto João, sob a capa da verdade pura e dura diz o que quer sem sofrer as consequencias...estilo Marinho Pinto...
Agora, e em abstracto, se não podemos ter um Hitler porque raio podemos ter um Stalin?
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