segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Ripa na repaqueca

Finalmente começou a bola. E, ao final da primeira jornada, o líder arrisca-se a ser...o Braga.

Quanto aos grandes, que é o que interessa, vamos por partes.

Começando pelo Sporting, as coisas continuam más. A equipa joga sem alma, Rochemback está do tamanho de uma roulotte, Abel está com a tremideira, Polga parece um menino e André Marques é um menino. Liedson foi o menos mau, como sempre. Sobretudo, a equipa joga muito pouco, o que é estranho para jogadores que já se deviam conhecer de olhos fechados. Sobretudo, muito pouca alegria em campo.
E o Sporting chega ao fim do terceiro jogo oficial sem marcar um golo (teve dois a favor, mas foram autogolos).

Do Porto só vi a primeira meia hora, para além de ter visto com atenção o jogo da Supertaça. A equipa ainda não carbura, Farias parece que só sabe marcar quando vem do banco, Hulk está a acusar a responsabilidade que toda a gente lhe mete em cima. O Beluschi é claramente jogador, mas não é Lucho (poucos são). O que dá em criatividade falta-lhe em rigor táctico, segurança e influência, por comparação com Lucho. Bom golo de falcão.
Nada disto diz seja o que for do potencial do Porto. É uma equipa especialista em conseguir ganhar sem jogar bem, e normalmente não começa a temporada a encantar. Mas depois começa a carburar e já dificilmente perdoa.

Vi o meu Benfica no estádio e deu para perceber várias coisas. Que uma equipa tão ofensiva e criativa vai ter dificuldades com adversários internos. O Marítimo meteu um autocarro, perdão, um petroleiro à frente da área. Pontapé para a frente, um penalti oferecido, um guarda redes inspirado. Acabou o jogo com 25% de posse de bola. O Benfica mostrou, na primeira parte, dificuldade em jogar pelas alas contra um adversário muito fechado, e vamos apanhar muitos assim. Ruben Amorim não é lateral direito e David Luiz tem de jogar a central. Cardozo desinspiradíssimo (até galhou um penalti), Saviola não se viu, Di Maria complicou muito. Weldon mais uma vez a facturar.
Ainda assim, o Glorioso fez mais do que suficiente para ganhar, e por isso a ovação que a equipa recebeu no fim.

Por último, um comentário ao jogo do Benfica, mas que acredito se aplicará aos outros grandes.
Na Luz, a maca entrou 11 vezes. Uma para assistir um jogador do Benfica, Carlos Martins, que saiu lesionado, 10 para jogadores do Marítimo. Em todos estes casos, os jogadores recuperaram milagrosamente assim que saíam de campo. E isto o jogo todo. Todo o jogo com demoras na reposição (o guarda redes do Marítimo levou o costumeiro amarelo, aos costumeiros 80 minutos, apesar de estar a fazer anti-jogo desde o início). E eu, que paguei para estar ali, senti-me roubado. Roubado porque vou ver um espectáculo, e uma equipa, com a feliz anuência do árbitro, tudo fez para que este não acontecesse. Do árbitro, só posso falar do que me pareceu no estádio, porque ainda não vi o resumo. O penalti deles não percebi sequer o motivo (li no maisfutebol que foi por mão), e houve uma mão do Olberdam, que já tinha amarelo, e o segundo foi-lhe perdoado (o árbitro fez sinal que deu a lei da vantagem, e depois "esqueceu-se" do cartão).
Em suma, proteger os artistas não é só penalizar as faltas. É o árbitro não apitar a mais, não complicar o jogo e a sua própria vida e, sobretudo, não permitir que uma equipa esteja desde o minuto 1 a perder tempo.
Como disse, aplica-se a todos, não apenas ao Benfica.
Porque só assim teremos futebol ofensivo e espectacular.

Siga a bola!

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