Sábado à noite, fui um dos 40 mil privilegiados que puderam assistir a um grande, grande concerto dos Xutos.
Sim, eu sei, tal como toda a gente já vi dezenas de concertos dos Xutos. Mas, na verdade, não ia a um já há alguns anos, e confesso que estava com saudades.
E o concerto deste sábado foi, de facto, muito especial.
Porque foi a comemoração dos 30 anos de carreira da mais importante banda portuguesa de todos os tempos (goste-se ou não), porque o estádio estava cheio, porque a banda está (ainda e sempre) em forma. E porque, naquele relvado e naquelas bancadas, estavam milhares de fãs a sério, que foram celebrar e acarinhar o grupo que serviu de banda sonora a tantos momentos marcantes das nossas vidas.
Mais do que admiração ou devoção, o que se viu naquele estádio foi, sobretudo, empatia e carinho, entre palco e público. Em três horas de concerto, as músicas que mais me tocaram foram algumas das minhas velhinhas preferidas: Prisão em Si, Esta Cidade, Enquanto a Noite cai, só para mencionar algumas. Tinha um bilhete a mais e, à última da hora, ainda tentei convidar o Amarelo. Ficámos amigos, há mais de 15 anos, exactamente por, na secundária, sermos ambos fãs de Xutos. Não o vejo há algum tempo, e teria sido um reencontro bonito, os dois a curtirmos tudo aquilo. Mas enfim, um gajo que, ao sábado à noite, tem o telemóvel desligado às 10 da noite, acaba por ter o que merece.
Mais do que a banda, quero falar do público. Vi malta de 60 anos, e crianças, muitas crianças. Vestidas a rigor, de t-shirt e braços em X, às cavalitas dos pais, que eventualmente se terão apaixonado ao som daquelas músicas. Foi bonito de ver todo o respeito entre o público, unidos por algo em comum, o que se passava no palco e se tem passado ao longo dos últimos 30 anos.
E os Xutos são isto. É o bitoque, não tem nada que enganar, e nunca falha.
No fim, quando as crianças já dormiam no colo dos pais (alguns alcoolizados), todos saímos dali felizes, e conscientes de termos presenciado algo histórico, e de termos participado na celebração de algo que nos une a todos.
Todos estão de parabéns: Kalu, Cabeleira, Tim, Zé Pedro, Gui, os excelentes e emocionados convidados (entre eles Camané e Pacman) e, de forma igual, todos os fãs dos Xutos.
E, pelo que vi nas bancadas, o legado da banda está bem vivo, naqueles pequenos braços cruzados dos milhares que, pela primeira vez, foram a um concerto de rock.
Rock on!
terça-feira, 29 de setembro de 2009
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4 comentários:
Tenho o problema de não gostar de praticamente nada daquilo que os Xutos produziram desde sensivelmente 1993.
Tirando isso, tudo bem.
Confesso até algumas saudades de os ver (cronicamente) no Avante. Bitoque é bitoque.
...Vou tirando fotocópias...
Eu mandei lá o Eng. Rato. Em dias de concerto não é fácil estacionar no Restelo.
http://www.youtube.com/watch?v=4gvcIP2P5X4 Enjoy!
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