segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

La nostalgie, camarade

Muitas vezes aquilo que entendemos como progresso acaba por nos tornar prisioneiros de uma falsa facilidade que, em tempos, não nos fazia falta para nada.

Um pequeno exemplo: 

1 - 1991; um colega leva para a escola um exemplar da Gina surripiado ao pai. Um mundo novo abre-se de repente, e durante anos o maravilhoso universo porno esteve ali, tranquilo, companheiro, do quiosque ao pé do Pingo Doce da Rebelva para o conforto da parte de baixo do colchão.

2 - fast forward para 2002; a internet faz a sua entrada tímida na casa do mesmo rapaz.

3 - fast forward para 2004; o dito rapaz entende que é hora de se livrar do seu património de porno acumulado, já não com medo de ser catado pela mãe, mas de ser catado pela namorada. Afinal já havia internet ou, como ele gostava de lhe chamar, a máquina do porno.

4 - fast forward para 2009 - o rapaz, já de barba rija, fica várias semanas sem internet em casa. E o colchão sem nada, nem uma revista, nem um posterzito maroto, nem um calendário de oficina. Nada.

Digam o que disserem, uma Gina é uma Gina.

2 comentários:

professor x disse...

"Digam o que disserem, uma Gina é uma Gina." - Este homem é um senhor!!! Lindo!!!

o homem do estupefacto amarelo disse...

E uma punheta é uma punheta.