sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Os verdadeiros aristocratas



Há quem diga que existem três formas de aristocracia: a do sangue, a do dinheiro, a da inteligência. Desprezo as três pelo menosprezo pedante que demonstram para com o resto da humanidade. Contudo, tenho uma sincera admiração pela aristocracia do falhanço. Por mais esforços que os comuns dos mortais façam para os salvar, esta casta demonstra ostensivamente a sua superioridade através da recusa sistemática de qualquer ajuda (por mais sedutora que seja), entregando-se inteiramente à vertigem e volúpia da auto-destruição. Julgo ser a mais elevada e inacessível forma de aristocracia pelo questionamento absoluto que exercem em relação às convenções dominantes do que é uma vida normal e bem sucedida. Pelo glamour da sua decadência, pela nobreza do seu fatalismo e pela poesia do seu abandono, os falhados demonstram inequivocamente ser os únicos e verdadeiros aristocratas do nosso tempo.

3 comentários:

papousse disse...

O George Best foi o maior aristocrata nesse campo.

o homem do estupefacto amarelo disse...

Concordo. No auge da sua decadência o George Best chegou a jogar num clube de futebol de uma prisão, onde ficou preso por 8 semanas por ter conduzido bêbado e ter batido num polícia. Isto não é para qualquer um. Só para o maior dos aristocratas.

professor x disse...

ao lado do nosso Victor Baptista o Best é um reles camponês, tal o pedigree do nosso bicho.