terça-feira, 5 de janeiro de 2010

O elogio da rotunda



Para mim rotundas são sinónimo de liberdade. Se não sei qual a saída correcta, não faz mal, posso sempre continuar a circular, às voltas, às voltas, como uma criança feliz girando num carrocel, dando-me todo o tempo do mundo para pensar, matutar, debater e polemizar sobre qual é afinal a saída correcta. Quando a rotina dos meus dias me aperta até à asfixia, pego no meu carro e lá vou eu rumo à liberdade da primeira rotunda que me aparece, a rodopiar, rodopiar, durante toda a eternidade, e como eu me rio dos polícias que me olham desconfiados, procurando um qualquer pretexto para me mandarem parar mas não podem, pois não há uma única alínea em todo o código da estrada que me impeça de continuar a circular sem parar numa rotunda, como quem joga uma partida de ténis que, por não ter qualquer limite de tempo, se poderá prolongar por toda a eternidade.

Declaração de Interesses: Sou vogal do Conselho de Administração da Rotundex, Lda.

3 comentários:

David disse...

És vogal da Rotundex Lda.? Que coincidência, eu tenho cerca de 10% das acções da Rotundex, e num futuro tenciono tornar-me accionista maioritario. O teu azar é que não ha tachos para ninguém comigo lá.

Little Bastard disse...

ok, portanto és tu o cabrão que anda a lixar a rotunda do marquês...

o ex-Zé, agora Dr. Zé disse...

Se é para lixar essa zona contem comigo