O nosso amigo Amarelo é como o Sporting. É repetidamente goleado, às vezes em casa, depois perde 2-1 com uma equipa que levou 7 do Benfica e ainda canta vitória.
Esse ser Amarelo é uma espécie de Santos Silva de barba (muito bem lembrado, caro Papousse), um Pacheco Pereira que clama contra a televisão enquanto admira a sua pureza no espelho, um pequeno burocrata obcecado com o respeitinho e com as regrazinhas.
Visto que, mesmo após se ter espalhado repetidamente ao comprido, insiste na sua senda anti-comunicação social, vendo nesta a responsável por todos os males deste mundo, cá vou eu cansar-me mais um pouco. Tal como o Benfica na casa de banho, metade da equipa é suplentes, mas bacalhau basta.
Primeiro, faz uma posta irrelevante, em que gasta as suas preciosas pontinhas do dedos, para na última frase chegar, finalmente, ao que lhe interessa: quem vigia os abusos dos jornalistas? Sim, esses talibans de laptop, esses perigosos meliantes, que vigia os seus abusos? Os seus perigosos abusos, que tanto mal têm feito à nossa sociedade? Quem vai compensar cidadãos exemplares como José Sócrates, Armando Vara, Paulo Penedos ou Rui Pedro Soares? Como vão esses cidadãos exemplares, como todos nós, que trabalham duramente pela vida, impolutos, que não subiram na vida à custa de roubar o NOSSO dinheiro e o NOSSO esforço? Isto é gravíssimo, de facto.
Depois, causou-lhe uma profunda comichão (no traseiro? no mindinho? no cerebelo? não sabemos) o facto de, com um criminoso título, o Expresso dizer que "Polémicas envolvendo Sócrates ainda não beliscam a sua popularidade". Ele diz que cita de memória, e talvez a sua memória amarela já não seja o que era dantes. O problema é que o título, diz ele, é opinativo, porque sugere (ou até afirma!, meu deus!) que o jornalista espera que venha a afectar. Espera ele, espero eu e espera toda a gente que não escolheu desligar o cérebro, parece-me evidente. Isto não é opinar, é editorializar. É enquadrar JORNALISTICAMENTE. A percepção clínica, de um jornalista de bata, que não bebe, não fode e não respira, não existe em lado nenhum no mundo. Esse jornalismo por que o Amarelo tanto anseia existe na forma de um diário: chama-se Diário da República, é feito de factos, e não nos diz grande coisa.
O que não preocupa o Amarelo, e devia preocupar, não é os que editorializam. É os que amocham, fazem o jogo oficial, dão a bela da inauguração da escola primária que só abre 10 dias depois, porque ainda não estava pronta a tempo de eleições.
Está preocupado com as regras. Claro. Não dá valor ao facto de, graças ao suor e ao trabalho desses perigosos talibans, os jornalistas, nós todos sabermos que o nosso PM é um corruptor desavergonhado.
Depois volta às regras e à justiça, que claramente tem funcionado muito bem. Diz ele, na sua santa inocência, que "o respeito pelas formas e procedimentos de um processo jurídico (iguais para todos, previsíveis, constantes, objectivos e não arbitrários) são a única maneira possível de garantir aos arguidos o direito de defesa, o direito de contraditório e a presunção da sua inocência em relação aos conteúdos da acusação".
"Iguais para todos"?!
"Não arbitrários"?!
De facto, o Chapeleiro Louco ao pé deste Amarelo não passa de um muito são fabricante de bonés sem pala.
Para os ricos e poderosos (sobretudo políticos), o segredo de justiça não existe. Sabem sempre de tudo. A violação do segredo de justiça limita-se a dar a todos o acesso à mesma informação, que até aqui tem sido exclusiva de uns poucos (e dos mais perigosos, ainda por cima). É por isso que vem dos poderosos todo o barulho acerca do segredo de justiça.
E mais uma vez noto que esse pequeno Amarelo, numa série de 20 postas e 500 comentários, dedicou três linhas a dizer que bem, talvez o Sócrates não tenha sido muito correcto.
Isto sim é tapar o sol com a peneira.
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
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1 comentário:
Eu cá estou mais preocupado é com as piadas do Amarelo.
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