quarta-feira, 5 de maio de 2010

The Man

Confesso.
Não sou grande fã de rap nem de hip hop.
Gosto muito de música "negra", da mais velhinha, desde Curtis Mayfield, Marvin Gaye, The Delfonics, The Supremes, etc etc etc, passando por muito jazz e, acima de tudo, pela rainha de todas as cantoras e de todo o sempre, Billie Holiday.
Adiante.
Serve isto para dizer que, a 17 de Maio, Gill Scott-Heron estará na Aula Magna, e dará também um concerto no Porto. É um artista de 61 anos, que anda por aí há muito e que acaba de lançar o primeiro disco em 16 anos, depois de um período em que esteve preso e vitimado pela dependência de drogas.

Ouvindo este grande, grande artista, mostra bem a merda e a decadência que o hip-hop e o rap norte-americano (sobretudo o mainstream, como é óbvio, que é o pouco que conheço) sofreram nas últimas décadas. Hoje em dia é acerca de falar de dinheiro, ser machista, violento e, genericamente, ser idiota enquanto se anda vestido como um palhaço. Tudo começou na luta, e pela mensagem. E é por isto que a chegada deste messias merece ser relevada. Activista, poeta, músico. E, aos 61 anos, a receber algum do reconhecimento que lhe é devido.

Conheci a sua música há muito pouco tempo, e foi uma das coisas mais refrescantes que vi em muito, muito tempo. Deixo-vos aqui um cheirinho, o meu tema preferido.

Dia 17, eu vou ser o gajo branco na Aula Magna.

1 comentário:

. disse...

Grande escolha! Esteve cá há pouco tempo para o lançamento do disco, mas quando tive notícia disso já estava completamente esgotado.