Depois de termos achado que a novela Freeport tinha finalmente chegado ao fim, do nada surge um spin-off que promete aquecer ainda mais este escaldante Verão.
Os senhores procuradores encarregues da investigação no último ano e meio queixam-se, através de despacho, que teria sido importante ouvir José Sócrates, e que não o fizeram porque o prazo marcado para a conclusão do seu trabalho não o permitiu.
Isto levanta uma série de questões.
1 - Não houve tempo? Tanta notícia, os próprios acusados invocaram várias vezes o nome de Sócrates, e este não é ouvido? Não houve tempo? Andam nesta merda há anos e foram deixando para depois?
2 - Se houve entraves à sua audição, estes senhores só têm um remédio: explicar quais, tintim por tintim. Assim, isto vale zero.
3 - Se houve entraves, tudo tem de ser apurado. Depois de branquearem Sócrates no caso TVI - ao destruírem as poderosas escutas - não me espantaria que tivesse sucedido o mesmo aqui. Mas é preciso, em algum momento e de alguma forma, ter o mínimo de fé na Justiça, e isto está a tornar-se insustentável.
Ou seja, ou têm alguma coisa a dizer, e é bom que o digam depressa, ou isto é mais uma guerrinha corporativa. A verdade é que a confiança na Justiça é a grande vítima de toda esta palhaçada.
quinta-feira, 29 de julho de 2010
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