O misterioso caso de Osório Button é digno de ser lembrado.
Antigamente, quando éramos putos, este senhor fazia uns programas alternativos na RTP 2, uns documentários, etc, coisa a atirar para o bloquista, mas giro porque era antes de haver Bloco. Com isso ganhou alguma reputação de criador, com uma aura algo independente. Eu pensava que esta reputação se cingia aos pé-descalços como eu e os meus, mas parece que alguém reparou no rapaz que fazia umas coisas diferentes.
Nesse momento, foi-lhe colocada uma daquelas grandes escolhas da vida: seguir o seu caminho, progredindo intelectual e artisticamente, sendo relevante no que fazia mas correndo o risco de passar alguma fominha; ou tornar-se patrão.
Um dia, estava eu no meu lugar baratucho no Estádio da Luz (vulgo A Catedral), quando topei com o bom do Luis Osório, de banhinho tomado, a ver o jogo no camarote, de balão de viske na mão. Isto nada tem de mal, já vi jogos em camarote (convites e cunhas) e fiz questão de me embebedar alarvemente (é à borla, incluido no camarote). Mas o nosso Luis estava diferente. Não se estava a embebedar, o que já por si é grave. Estava só a armar-se ao pingarelho. Todo ele estava cheio de si mesmo.
Não liguei, vindo a saber mais tarde que tinha virado director de A Capital. Começaram depois as histórias do seu modus operandi. Autista, cínico, frio, mentiroso e sempre pronto a fazer o jeitinho ao patrão. Isto era o que se dizia. Depois A Capital foi com os porcos, e ele aparece, estranhamente, à frente do Rádio Clube Português. Também aí, e por amigos meus, vim a saber que o modus operandi era o mesmo: a mania que é bom e que os outros são todos estúpidos, uma onda apimbalhante na programação, perseguições pessoais, ego desmesurado, incompetência a granel. E agora conseguiu fechar o RCP.
Este é mais um dos meninos que se armou em alternativo até cair de bom grado no quente regaço do Capital. E aí mostrou bem a sua fibra, pela forma como tratou as pessoas. Não sei se isto aconteceu quando arranjou o cartão do partido. O que sei é mais um, da sua geração, que vai fazendo miséria por onde passa mas, estranhamente, acaba por ficar com um grande currículo, porque arranja sempre um cargo mais alto para ocupar, e por onde espalhar a sua incompetência.
Faz-me lembrar o Luis Campos, o original dos Novos Mourinhos, que conseguiu descer duas equipas de divisão, na mesma época. A diferença é que o Luis Campas é de tal forma um coveiro futebolístico que nunca mais arranjou emprego como deve ser. Já os Osórios desta vida lá vão andando, de tacho em tacho, espalhando desemprego e incompetência por onde passam.
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