segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Artigo 13º- Ninguém pode ser privilegiado, prejudicado ou privado de qualquer direito em razão da sua situação económica ou condição social


Segundo estatísticas recentemente divulgadas, 64% das empresas registadas em Portugal declaram não ter proveitos para pagar IRC. Esta notícia – dado indesmentível de que a grande maioria da nossa burguesia atravessa dramáticas dificuldades económicas – foi recebida pela opinião pública com a mais absoluta indiferença. É o habitual neste país desigual em que toda a gente está sempre disposta a ajudar um qualquer miserável - só porque é oriundo das classes baixas - mas que recusa o mínimo gesto de solidariedade ao respeitável burguês em dificuldade. Felizmente, o governo português está firmemente empenhado em lutar contra este intolerável preconceito classista: foram implementados ontem novos cortes nos apoios sociais disponibilizados aos mesmos do costume (beneficiários do rendimento social de inserção e do subsídio social de desemprego), o que permitirá ao Estado poupar cerca de 300 milhões de euros até 2011. Esperemos agora que o governo português seja consistente com esta justa e corajosa medida, canalizando estes fundos para aqueles a quem sempre foram recusadas as mais elementares oportunidades: a nossa depauperada mas empreendedora burguesia.

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