quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Inovação


Quando há uns anos fui a Estocolmo, verifiquei que os parques infantis estão equipados com brinquedos e, surpreendentemente, ninguém os rouba. O povo sueco é ainda tão primitivo que não compreende que a transacção económica que melhor permite maximizar os ganhos e minimizar os custos é o furto discreto e bem sucedido. Os tugas, pelo contrário, estão muito mais avançados nesta matéria, porque estão imersos numa cultura permanente de inovação habitualmente designada por “chico-espertismo”. Uma das aquisições mais recentes do chico-espertismo-luso foi a de entrar num hipermercado com uns sapatos velhos calçados, remover as chapas de alarme de uns sapatos novos, e sair do hipermercado com esses sapatos calçados, sem pagar um tusto nesta subtil transacção. Além dos óbvios ganhos para o chico-esperto, esta transacção também é extremamente útil para o estabelecimento comercial, porque o obriga também a adoptar uma cultura de inovação no combate ao chico-espertismo, tendo já os hipermercados providenciado alarmes invisíveis incorporados nos próprios artigos. É nesta espiral permanente de “chico-espertismo, contra-chico-espertismo, novo chico-espertismo” que o nosso país evolui. A Suécia só é inovadora no futebol feminino.

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