domingo, 8 de agosto de 2010

Little "Gabriel Alves" Bastard I

A uma semana do início do campeonato, e depois da derrota do meu Benfica, inicio aqui uma sequência de três análises às expectativas para a próxima temporada.


Não vi o jogo de ontem, o que me deu muita tristeza antes, e algum conforto depois, porque ao menos não sofri. Pelo que me dizem, o Benfas não jogou a ponta, e não foi capaz de contrariar um Porto mais aguerrido e que teve a sorte do jogo, com um golo aos três minutos.

Como tal, esta apreciação baseia-se no que já tinha visto dos três grandes, enfim, dos dois grandes e do Porto B (vulgo Sportém), bem como dos ecos que me chegaram do jogo de ontem.

Começando exactamente pelo Sporting, que dá para despachar mais depressa.

Acho que, em quaisquer circunstâncias, uma equipa directiva de Costinha e Bettencourt – esse fantástico duo de comédia – promete sempre uma barrigada de lols. Portanto, não é preciso sequer perder muito tempo a analisar jogadores e treinador. O principal problema do Zborden não está dentro de campo, está fora.

Costinha, esse ícone sportinguista, chegou, e Bettencourt deu-lhe as chaves do clube. E ele, com uma arrogância que até parece que alguma vez foi alguém no futebol, fez o que se esperava. Meteu lá os amigos (Nuno Valente, Maniche) e fez questão de destruir o que restava daquele balneário. Arranjou merda com Izmailov, tirou a braçadeira ao Moutinho e fez extravasar para o exterior aquilo que devia ter sido resolvido internamente, dando pelo caminho o João Moutinho ao seu mentor, Pinto da Costa. É claro que a Costinha não interessa resolver as coisas internamente (embora ele se farte de dizer que essa é a estratégia). A ele só lhe interessa o seu próprio interesse e a sua própria imagem, e adora aparecer a falar como duro, um verdadeiro Chuck Norris, tipo “vejam como eu sou duro, pá”, enquanto deixa o clube a arder.

Em termos de jogadores, há algumas contratações interessantes. Maniche está gordo que nem um texugo mas vai dar jeito, embora seja inevitável que arranje merda no balneário. É amigo do director desportivo e está num balneário no qual ninguém manda. Aquele Valdés também me parece um bom jogador e útil para dar largura e consistência. O tal de Torsiglieri parece-me barrete, o que veio do Porto tem pinta mas não vai jogar. O Evaldo é uma óptima contratação e muito necessária. O Pongolle não vale o que custou (e foi mais que o Saviola).

Apesar disto, acho que o Sporting não vai a lado nenhum. Tem um treinador que não manda nada e sem estaleca para um clube no qual a instabilidade é o pão nosso de cada dia, sobretudo quando tem o maior pirómano dentro do clube, e a mandar. Tem um onze razoável, mas continua sem banco. E até Liedson agora é descartável, o que acho um disparate tremendo. Tal como a possível venda de Tonel por menos de 1 milhão de euros, ou seja, o preço de um fato fatela do Costinha.

Na minha opinião, o Sporting está a atacar o problema pelo lado errado. Durante anos teve uma bela base de jogadores portugueses feita em casa, o que muita inveja me provocava. O problema foi que nunca conseguiu complementar isso com duas ou três contratações decisivas e de qualidade, por época. Tal bastaria para levar a equipa ao nível seguinte. E o que fez? Destruir a base. É a técnica-Benfica dos maus velhos tempos: revolucionar sempre, sem identificar os problemas e encontrar as soluções.
Moutinho já saiu, Veloso também, Adrien também, Pereirinha também, andam desesperados a tentar ver-se livres do Djaló, e Tonel está de saída.

É a estratégia errada e só tem uma explicação: Costinha está a querer derrubar qualquer réstia de grupo que existisse antes de ele chegar. É bom para si, e mau para o Sporting.

Ainda assim acredito, obviamente, que não pode fazer um campeonato pior do que o da época passada. Costinha e Bettencourt são tipos para isso, mas é difícil fazer pior.

A única vantagem do Sporting é que, normalmente, se dá bem quando ninguém espera nada de jeito. Há menos pressão, e isso ajuda muito. Se tiverem sorte e começarem bem o campeonato, talvez possam evitar o descalabro. Eu não acredito muito mas, repito, mais pelo que se passa fora de campo do que pelos jogadores.

Acresce a tudo isto que, na minha opinião, o Zborden , neste defeso, abdicou oficialmente de alguma vez voltar a ganhar um campeonato. Uma equipa que vende o seu capitão a um suposto rival directo, está obviamente a assumir a sua menoridade. Nada que não se soubesse já, derivado de a única razão de ser desse clube ser contra o Benfica, mas de qualquer forma é refrescante isso ser finalmente assumido.

Pela sua submissão ao aliado do costume, nem sequer posso dizer que lhes desejo sorte. Desejo que tenham o que merecem, que é verem-se reduzidos à sua irrelevância.

1 comentário:

Porfírio disse...

O Costinha acabou a carreira em 2003 mas não avisou ninguém. Daí para cá lembro-me de ter marcado um golo ao Machester e outro ao Guimarães (o da imagem do post, curiosamente). "Jogou" o Euro 2004 e o Mundial 2006. Só fez merda, claro.
A merda continua.