terça-feira, 17 de agosto de 2010

Seriedade

Foram hoje divulgados os últimos dados do desemprego em Portugal.
Como habitualmente, o Governo vem salientar que a taxa não subiu, a Oposição que tudo está mal.
A situação está a chegar a um ponto em que é simplesmente obsceno sequer tentar fazer política com isto.
Mais de 550 mil desempregados. A maioria, pela primeira vez, desempregados de longa duração, ou seja, gente sem emprego há mais de um ano. Aumento nas mulheres. Grande aumento daqueles que saem dos registos porque, pura e simplesmente, já desistiram de procurar trabalho.
Há causas sociais para isto. Ninguém pode negar que muita gente não quer trabalhar pelo salário baixo que lhe pagam. Mas há também um severo problema económico. De modelo económico.
A verdade é que não há soluções para esta gente. A economia é asfixiada por impostos mais ou menos arbitrários, dinheiro que é depois perdido, numa percentagem relevante, nas fugas, redundâncias, abusos e ineficiências da máquina do Estado.
E depois corta-se nos apoios sociais, porque o dinheiro não chega para tudo.
É preciso dizer, com todas as letras, que Sócrates falhou. Alguém se lembra do slogan de Sócrates quando foi eleito pela primeira vez? Pois. A criação de 150 mil postos de trabalho até 2009. E neste momento, Portugal tem mais 200 mil desempregados do que quando ele chegou ao poder.
Bem me podem vir com a conversa da crise internacional, porque a coisa cá nunca deixou de estar em crise. Somos uma economia dependente do exterior, essas são as regras. Portanto um Governo que não sabe corrigir o problema nesta conjuntura não pode vir dizer que o problema vem de fora. É óbvio que, em parte, vem de fora. Mas sempre veio e sempre virá. Se não consegue resolver, de nada serve. Tornar as coisas boas quando tudo está bom não é difícil. Até o Santana conseguia.

Não tenho esperança no Passos Coelho.

Mas sei que precisamos urgentemente de fazer algo. E algo que nunca fizemos: discutir que raio de modelo económico queremos para Portugal. Porque sem isto, sem reformas, não haverá nunca crescimento sustentado. E sem crescimento continuará a haver desemprego galopante. E défices para pagar, e cinto para apertar.

Terminada a sazonalidade que impediu a taxa de subir, a tendência vai voltar a ser de alta. E num momento em que todas as energias estão viradas para o défice e para cobrar impostos, a economia estará cada vez mais asfixiada.

É tempo de ser sério. É preciso fazer algo.

3 comentários:

Os que estão a fazere tijolo dizem que bossa senhoria benceu.... disse...

Carl Barât?????

Os que estão a fazere tijolo dizem que bossa senhoria benceu.... disse...

et øjeblik?

Funcionário da Hidroveiga, Materiais de Rega disse...

Bombas.