domingo, 12 de setembro de 2010

O Grande Camarada do Marketing Social

A máquina de propaganda do Governo, que naturalmente se confunde com a máquina de propaganda do PS, mandou para os jornais uma nota de agenda que prometia que Sócrates inauguraria, simultaneamente, 100 novas escolas. Brutal!! Acontece que, afinal, ele ia apenas inaugurar a centésima escola reformulada ao abrigo de um daqueles programas muito interessantes para Pinócrates e seus correlegionários, e irrelevantes para todas as outras pessoas. É claro que isto foi apenas um já habitual excesso de voluntarismo daqueles rapazitos que pululam pela máquina do Governo e que, através destes truquezitos, se procuram salientar aos olhos do líder. Mas é significativa esta tentativa de atribuir significado mediático a algo relacionado com a Educação. É engraçado este número, 100 escolas. É redondinho. Chega a ser fofinho. Mas fica ligeiramente abaixo das 3200 (Sim, 3200!!!) escolas encerradas nos últimos cinco anos. Pelo grande camarada Pinócrates, esse amante do Estado Social e da, como ele não se cansa de dizer, "Escola Pública".

Mas esta verdadeira obsessão de Sócrates com a defesa dos serviços de todos nós - obrigado, pá! - vai mais longe. Ele, sempre modesto, referiu com amargura que ninguém reparou que "nos últimos anos deu-se uma verdadeira revolução silenciosa nas creches". Fantástico.
De facto, houve uma revolução silenciosa, "com a abertura de centenas de creches". Mas, como mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo, também aqui a história não é bem assim. Porque o Jornal de Negócios pediu os números ao Governo. E este diz que só tem números actualizados até 2008. É estranho que o Governo não tenha números desde 2008. É mais estranho ainda que, não os tendo, o Primeiro-Ministro ande a falar do que não sabe. Mas é mais interessante ainda saber que nos três anos anteriores a 2008, a esmagadora maioria das creches que abriram são...privadas.

Sócrates consegue a proeza de fazer anúncios falsos; anúncios que têm por base números que não existem ou que, se existem, o desmentem, pelo que não os fornece à Comunicação Social; e consegue ainda reclamar para si os louros de algo que foi feito pelos privados, graças ao contributo estatal de desmantelamento do seu querido "Estado Social".

Porreiro, pá.

2 comentários:

Marco Caneira disse...

Está um homem morto na varanda.

Anónimo disse...

Vamos mas é prá rua partir esta merda toda, pá!!