terça-feira, 26 de outubro de 2010

Boçal

E pronto, habemos Cavaco.
Eu achava que "notícia" era algo até então não conhecido, ou surpreendente, ou coisa assim. Apesar disso, os jornais da noite abriram com a "notícia" bombástica: Cavaco é candidato à Presidência da República.
Já nem vou falar da aberração que é ter sido Marcelo Rebelo de Sousa a anunciar o anúncio. Mas isto foi uma tristeza.
O discurso pobre. Sem chama. Sem imaginação. Sem mundo.
No fundo, tudo aquilo que Cavaco é, por mais que se esforce em sentido contrário.
O momento actual é o melhor momento possível para Cavaco ganhar estas eleições, e à primeira volta. Num panorama dominado por um Sócrates trafulha e por um Passos Coelho saltarico e imberbe, Cavaco pode tirar partido do seu maior capital: a seriedade e honestidade que os portugueses insistem em ver na sua figura.
Para o tuga, basta estar calado para ser sério, e competente. Foi assim que Cavaco ganhou todas as eleições, de facto.
Em terra de cegos, quem tem meio olho vesgo é rei.
Cavaco vai ganhar, à grande e à vontade. E isso diz tanto do nosso país como da miserável concorrência que se lhe apresenta.

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