terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Parole, parole, parole...

Há uns anos atrás, o Glorioso despediu Fernando Santos após um empate na primeira jornada, e para o seu lugar promoveu o regresso do Camacho. Claro que assistimos, depois, a mais uma época lastimável do Benfica. Camacho saiu com maus resultados, com o seu capital esgotado junto dos adeptos, e com uma equipa perdida, derrotada, sem reacção. A explicação para a saída do homem de confiança do presidente foi dada pelo próprio treinador: “A equipa já não está a responder à minha mensagem”, assumiu Camacho, numa declaração tão abrangente quanto clara.


Lembrei-me disto ao ouvir Sócrates na televisão. O senhor falava num congresso sobre exportações. Debitava frases feitas retirada de qualquer manual de “Gestão para Totós”. Dizia coisas acertadas sobre competitividade, arrojo no investimento, modernidade, etc, etc. Há dois problemas nesta história: primeiro, o que Sócrates diz nunca bate certo com o que faz; mas, sobretudo, já ninguém quer saber o que ele tem para dizer.
Chegámos a um ponto de saturação em que é absolutamente irrelevante o que ele tem para dar ao país, depois de tanto lhe ter tirado. Pode estar a dizer as coisas mais acertadas do mundo, pode mesmo ter posto a mão na consciência e percebido que assim não dá (duvido seriamente), mas isso não chega. Já nada chega. As pessoas vêem o homem a falar e tudo o que querem é mudar de canal, se não apertar-lhe mesmo o pescoço. Portugal sente uma náusea indisfarçável em relação a José Sócrates, e já não era sem tempo.
A mensagem não passa e, como tal, o seu conteúdo é inútil.

1 comentário:

Beltrano Sensato disse...

Eu a pensar que isto era sobre o Benfica, afinal é sobre outra coisa qualquer.
Bem menganei.