sexta-feira, 17 de junho de 2011

Respeito

Para mim, o Nuno Gomes sempre foi a Maria Amélia. Mas de forma carinhosa. (Já agora, em termos de alcunhas, adoro uma que um tipo umas filas atrás inventou para o Sidnei: "Morte Lenta").
Era o Maria Amélia, a Amélia, etc, etc.
Mas sempre gostei dele.
Foi um jogador promissor no início, quando o físico estava muito forte. Depois perdeu isso, tornou-se menos explosivo, mas ganhou coisas igualmente importantes: inteligência, passe, tabela, jogo de equipa.
Pode acusar-se o Nuno Gomes de muita coisa: de já estar velho (pelo que vi é bem mais jovem que o Saviola ou o Cardozo desta época), que não marca golos (embora os números o desmintam), o que quiserem. Mas nunca ninguém poderá duvidar do seu benfiquismo. Ele, que veio do Norte, não foi feito naquela casa. Mas foi, é e será sempre um grande benfiquista.
Não me esqueço dos golos pelo Benfica. Dos golos pela Selecção, mesmo quando merecia jogar mais e o Scolari metia sempre o tipo do queijo que só sabia marcar ao Azerbeijão. Da forma como, mesmo sem jogar injustamente, nunca pôs em causa o clube ou o treinador. Da forma como, mesmo não estando convocado, estava sempre junto da equipa. Da forma como, num camarote do Dragão, se atreveu a festejar um golo do Glorioso, esfregando-o na cara de um radialista que só faltava ter vestida a camisola azul e branca. E, até, da forma como sai. Elegante. Com classe. À Nuno Gomes.
Por isso, só me resta agradecer toda a dedicação, todo o esforço, toda a paciência (inclusive connosco, os sócios e adeptos).
Desta feita, e ao contrário do que acontece na Bíblia, não é Jesus que fala. É Nuno Gomes que pede: perdoa-lhe, Senhor, que o Jesus não sabe o que faz.

PS - não é apenas a saída. É o símbolo que isto representa, num momento em que mostramos que não aprendemos nada e compramos todos os dias 15 brasileiros do paraná.
Força, Nuno, que sejas feliz, que continues a fazer o que gostas e que marques golos por quem tu quiseres.

1 comentário:

. disse...

que merda de clube (e sou benfiquista...)