quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O lado errado da Globalização

Leio e vejo as notícias e é-me difícil acreditar.
Enquanto andamos aqui a brincar às troikas, aos BPN's e ao "resgate" à banca, 12 milhões de pessoas estão em risco de morrer à fome na Somália. Pura e simplesmente morrer por não ter nada para morrer. O efeito conjugado da seca extrema com conflitos armados de limpeza étnica, criou uma nova vaga gigantesca de refugiados. A maioria deles tem, para sobreviver, de atravessar um deserto, a pé, até ao campo mais próximo. Que, foda-se, não é nada próximo.
Pais vêem os próprios filhos perder a vida, e têm, muitas vezes, de escolher quais levar e quais deixar para trás. Os que não são fortes o suficiente para aguentar a marcha, ficam onde estão.
Cada tragédia desta é uma tragédia para a Humanidade. Todas juntas são de uma monstruosidade com um peso do tamanho do mundo.
Sim, eu sei, é lá no caralho mais velho. Mas, neste mundo globalizado, isso já não é desculpa. A globalização não pode ser apenas num sentido, de vender produtos e fazer dinheiro em todo o mundo. Não pode ser. Se estamos na aldeia global para o que nos convém, não podemos, pura e simplesmente ficar indiferentes.
Nós, agora, sabemos. Mal merece dois minutos de noticiário, mas sabemos.
Acredito que muita daquela gente, no meio do seu desespero, se interrogue se os ricos do mundo sabem. E que se perguntem: "se sabem, como podem não fazer nada"?

Peço desculpa por "cortar aqui o barato" no Vodka, sobretudo depois das "partes fodengas" (bravo!) do camarada Papousse, que prometem reduzir à irrelevância tudo o resto.

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