Hoje acordei...
... em 1792, França, a revolução continuava em marcha. Ia a caminho da guilhotina, a multidão vaiava-me incessantemente, gritando palavras de ordem. Aquela massa humana disforme, ralé mal cheirosa e sífilica, ansiava pela minha morte, mas eu, pleno na minha aristocracia, caminhava para o cadafalso com a cabeça erguida. O carrasco estendeu-me na prancha, amarrado, e soltou a alavanca que suspendia a lâmina. Ouvi o silvo do aço, com traçado diagonal, a cortar o ar e a despencar sobre mim... a minha cabeça rolou até parar, ao lado das outras, no cesto. Tantas voltas deixaram-me mal disposto, quando o carrasco levantou a minha cabeça do cesto para mostrar à multidão sequiosa, não aguentei e vomitei-lhe em cima. Era o meu momento de vingança.
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