sexta-feira, 16 de abril de 2004

Larva

Cromo de nível bem mais raso que Pacheco Pereira é, na opinião de qualquer pessoa minimamente asseada, Sousa Lara, figurinha que também veio a terreiro criticar a promoção de tréguas entre o Estado e o nosso mais prestigiado escritor vivo.

Diz Sousa Lara discordar desta posição por não ser adepto do “pântano político”.

Não fosse a coisa séria - e a postura de Sousa Lara tão obscena - e quase daria para rir... É que, muito sinceramente, tenho dificuldades em enumerar personagens menos recomendáveis que Sousa Lara para a causa politico-pública. A dificuldade não deve atribuir-se apenas a alguma falta de imaginação da minha parte, pois é do conhecimento público que Lara foi acusado de associação criminosa (não provada) e outras pantanosas trapalhadas constantes do processo Moderna, tendo recolhido do julgamento uma lindíssima condenação a pena de prisão de dois anos e meio (de que recorreu) que só não sentirá na pele por graça de misericordiosa suspensão de pena com que o Tribunal achou por bem brindar o arguido, cristão, titular de farto e ridículo bigode.

Repito a ideia postada há meses: Passaram 12 anos desde que Sousa Lara afastou Saramago de ganhar um prémio literário de prestígio europeu. Hoje Saramago tem um Nobel. Sousa Lara tem uma pena de prisão suspensa. Talvez Saramago esteja enganado... e Deus exista.

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