Selvajaria: As Elites Exigem o Seu Quinhão!
Durão Barroso apareceu ontem de fronha grave e severa a condenar as atitudes das tropas americanas sobre os prisioneiros americanos.
Barroso folgou-nos as almas ao garantir – sempre com ar soberano - que já fizera notar à administração americana o seu profundo desagrado pelo que sucedera.
Não duvidamos. Sabemos, aliás, de fonte segura, que a indignação do nosso primeiro se funda no facto de nem as tropas britânicas nem as americanas terem solicitado os préstimos lusos para aquelas actividades tão queridas e reiteradas no nosso país por donos de restaurantes e discotecas, aspirantes à carreira militar ou policial e, sobretudo, por aquela massa que será, queiramos ou não, a nossa elite – os estudantes universitários.
Assumamos (mesmo com prejuízo para nossa modéstia) que nas nossas universidades a praxis medieval é tomada como um imperativo ético de afirmação social entre vasta legião de grunhos e grunhas normalmente vestidos de morcegos, cheios de coloridos remendos numa capa e sempre equipados de super bock numa das patas superiores onde, com grande frequência, desenvolvem, também através de outras actividades não-alcoólicas (não desvalorizar a esse respeito a matraquilhada e cartada), problemática mas briosa tendinite.
Existem, está visto, fortes razões para o agastamento de Durão Barroso, tamanho o desprezo a que os nossos aliados históricos votaram o kow–how lusitano na salvaguarda, divulgação e consolidação de valores de civilização como a selvajaria, a humilhação sexual, a barbárie lúdica e o abuso de poder.
Fomos vergonhosamente olvidados do projecto democratizante do Iraque e o episódio não passará incólume.
Custa dizê-lo, mas, posto tudo isto, não será despicienda a revisão séria dos contornos da aliança transatlântica ou até mesmo, conforme se defende nos sectores académicos, a assunção da sua falência.
Tudo em nome da nossa história, das nossas vindouras elites, da pátria, da memória.
Em suma, da civilização.
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