quarta-feira, 4 de agosto de 2004

Caguei!!!

Lisboa, 4 de Agosto de 2004 - CPPCML - 11h37

Estou sentado. Estou com sono. Estou a salivar. Há 2 horas que não fumo e as MaxAir não têm uma eficácia satisfatória na eliminação do impulso endócrino. "Vou fumar um cigarro. Já volto." Saio. Tiro um café na maquineta. 30 cêntimos. "Pàs mal!" Um beneficiário pede-me para chamar um médico com urgência pois o carro deste impede a saída do seu. Delego numa colega. Semicerro os olhos por causa do sol que a Tília não consegue obstruir totalmente. O maço de Português já só tem 5 cigarros. Tiro um e acendo-o com o meu isqueiro bordeaux. "Paneleiro? Nã, efeminado!" Dou uma passa e um trago. Algo ronca. É o intestino grosso (a única coisa verdadeiramente grossa no meu corpo). O "Arnaldo" acordou. Mais um trago acompanhado da respectiva passa. A besta adormecida manifesta-se outra vez. "Foda-se! Detesto cagar fora de casa." Contemplo a vista sobre o Bairro Alto e o rio. Mais uma passa. Sinto o cócó a "bater à porta". "Será que consigo aguentá-lo até às 17h?"Trago.Passa. "Não! Vai ter mesmo de ser... Foda-se!" Último trago. Primeiro peido. Uma velhota que costumo atender passou neste preciso momento. "Ganda barracada...Caguei!" Mais duas passas e mato o bicho. Dou uma última mirada na paisagem. "Isto é mesmo bonito!" Mais duas investidas de rajada da brigada ligeira, na tentativa de penetrar (?) a barreira anal. Vamos a isso. Forte inspiração. Apresso o passo. Entro na "sala de torturas". Agradável aroma! Grande merda: o compartimento cagamental que costumo frequentar está com uma folha onde se pode ler "Avariado". Esta imposição de mudança deixa-me ligeiramente desconfortável (ainda mais!). Entro na próxima. Já levo a mão no cinto quando reparo que não tem tranca. Saio e passo ao próximo. "Great, just great!" Uma amálgama de merda e papel higiénico, que alguém simpaticamente deixou, sorri para mim. Cumprimento-a com um "Vai à merda!" e volto à cabine sem tranca. "Antes ser apanhado a cagar do que "chover sobre o molhado". É mais humilhante mas menos nojento!" Cumpro o ritual da limpeza do tampo. Baixo a calcinha. "Deus (da Noite) queira que seja "daqueles limpinhos". Não me apetece nada conviver com bombons até chegar a casa!" O esfinctér e a gravidade entram em cena. Faço a careta da praxe. "Fixe, é compacto!" Xxploch! "Tá tiude?" Não. "Foda-se!" Duas forças contraditórias iniciam combate. Uma não quer fazer reféns. Outra quer evitar trabalhos sujos. Para mal dos meus pecados a coisa acaba empatada. Uma cria de Lhoto mostra a cabeça, mas não se resolve a nascer. "Bem...que se lixe!" Levanto-me e inicio limpezas. Primeira demão: "Nem tá muito mau!" Mais três demãos e dou o serviço por terminado. Considero um razoável sucesso. Uma inevitável sensação de incompletude. Higiene manual. Mirada no espelho. Amaldiçoo dois projectos de borbulha. "Se ao menos tivesse aqui um bidé e uma toalhinha...Caguei!"

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