quinta-feira, 18 de novembro de 2004

Dumbo (ou o direito a ser capachudo!)

O jornal 24Horas (ou revista côr-de-rosa? parece-me claramente uma tentativa frustrada de "intelectualizar o look" do público-alvo) apresentou ontem (?) uma manchete em que alcunhava José Rodrigues dos Santos de "O Orelhas"(não confundir com "O Areias", esse, diga-se em abono da verdade, é um camelo!).
Ora, cognomizar alguém significa atribuir ao ou à dito/a, uma designação que: primeiro resuma, num substantivo ou num adjectivo, os grandes traços que definem essa pessoa e segundo (e mais importante para o ponto que aqui se tenta salientar) atribuem um carácter de uma certa distintividade ao/à visado/a, face a outros, na relação com a característica que a nova designação salienta.

Nesse sentido, parece-me negligente, se não mesmo ofensivo para personalidades tão, ou mais, capachudas do que o Zé (casos do manequim Joaquim(esse malandro que açambarcou a Inês Castel-Branco só para ele...ou pelo menos assim o julga!), do próprio José Alberto Carvalho, de George W. Bush (aliás deve ser pelos orifícios que apresenta nos seus belos capachos que entra todo o ar que move toda a sua ideação), de Carmona Rodrigues (cujo canal auditivo, calculo, deverá neste momento ser maior que o túnel do Marquês) ou mesmo do próprio Sousa Franco (que deus o tenha e os anjinhos o tratem bem, amén!)), alcunhar com tal veemência, como se José Rodrigues fosse o único ou o mais capachudo de todos os portugueses!

Lamento, meus senhores, que ser capachudo seja considerado um defeito! Que um capachudo tenha de, durante a sua infância, sofrer os infortúnios da mordaz jocosidade infantil dos seus colegas de escola, cujos pais tiveram a displicência de educar sem contemplação pelo direito à diferença e, mais importante ao capacho! Lamento que o capachudo nacional continue a ser estigmatizado pelo tamanho do seu apetrecho quando, apesar da frustrada tentativa de desmistificação, tão bem sabemos que o tamanho conta e que existem tantos por aí preocupados com o tamanho dos seus próprios acessórios.

O capacho abarca muito mais brincos que a orelhinha! O capacho capta raios de sol nos invernos e ajuda a aquecer a cabeça! O capacho equilibra lateralmente a posição da cabeça, ajudando ainda na distribuição do peso da mesma! O capacho, senhores e senhoras sexuados, prolonga prazerosamente os preliminares de uma actuação sexual, ao aumentar o tempo necessário para cobrir de dentadinhas e outras patifarias aos capachões dos respectivos. O capacho serve, diz o lobo mau, para ouvir melhor o capuchinho vermelho!

É de direito próprio o capacho e cada capachudo é único e singular!
Não venham agora atirar areia para os olhos do povo e dizer que "O Orelhas" exemplifica e representa o capacho nacional!



P.S.- Esta posta é patrocinada pela Walt Disney Pictures e pela cêra depilatória Martelo&Bigorna "Tiramos da orelha, para você tirar da perna!"

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