Uma noite na Docapesca
O Festival Lisboa Sounds, a falar verdade, não é um festival. São umas quantas bandas que se juntam para tocar no parque de estacionamento da Docapesca (FishingDock, para as bandas estrangeiras).
O cartaz compunha-se de: Bunnyranch, Jimmy Chamberlain Complex, Mogwai e Franz Ferdinand.
Jantei em casa e planeei a minha chegada ao recinto para quando faltasse pouco tempo para os cabeças de cartaz. Tive algum azar e ainda apanhei com uma horinha de Mogwai, esforçados mas irrelevantes.
O Franz Ferdinand (FF) já vieram várias vezes ao grande luso pequenino, mas esta foi a primeira vez que os vi. E, com uma hora e tal de concerto, os FF mostraram porque são uma das grandes esperanças do rock (?) mundial. Muita gente os imita, por terras de Albion e não só, mas os FF, os causadores do fenómeno, são os melhores.
Um hora e tal de pura energia, tocando quase todo o primeiro álbum e metade do segundo que aí vem, conversas simpáticas com o público, enfim, o chamado “ganda concerto”.
Os FF são uma banda muito simpática. Em palco, vê-se que gostam de estar numa banda. Não põem a atitude Oasis, de quem está muito chateado por estar ali, gostam dos tiques de banda rock (levantar a guitarra, saltar no último e enérgico acorde, bater palminhas com o público).
Para além da música (boa, muito boa, não me canso de dizer), alguns pormenores interessantes.
1- A pequena quantidade de malta fumante de ganzas. Comparado com os últimos festivais, muito pouco fumício, mas talvez o cheiro tenha sido levado pelo ventinho que não parou de soprar.
2- A Air Guitar, aquele gesto de dançar como se tocássemos uma ganda guitarrada está completamente out. Estava eu todo empenhado na dança, ao bom velho estilo “early 90’s”, quando vi uns putos a olhar para mim, e decidi parar com aquilo.
3- Os preços. É ridículo fazerem a malta pagar 25 ou 30 euros para ver uma banda tocar uma hora e pouco. Mais valia terem metido os FF no Coliseu, a malta pagava o mesmo e curtia mais. Já estou a partir do princípio que ninguém foi lá para ver o resto das bandas.
Depois: euro por café, euro e meio por imperial. Senhores organizadores, isto não é a Suécia.
4- Os urinóis masculinos, em que um gajo tá a mijar e toda a gente nos está a ver (de costas, mas ainda assim….)
5- O obrigatório percurso de quem sai da casa de banho. É sair de lá e, mais aliviado, ir direitinho ao bar buscar mais uma bejeca. Foi curioso reparar que, nestas merdas, a malta é como ratinhos de laboratório, fazemos todos a mesma coisa.
6 - Encontro negativo da noite: Miguel Ângelo, o vocalista dos Delfins, naquele seu jeito de palhaço meets Lili Caneças
7- Encontro positivo da noite: o famigerado Inspector Rola, saindo do urinol em passo alegremente ébrio
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