quinta-feira, 4 de maio de 2006

A LUTA

Hoje foi mais dia daqueles filhadaputa. Trabalho a dar com um pau, sob a direcção de chefes atrasados mentais, stress, transportes públicos, cansaço, desilusão, raiva.
Dia a dia, pergunto-me que raio ando a fazer. A correr para onde, para ganhar o quê? A lutar pela merda do salário ao fim do mês, pelo reconhecimento profissional que não me interessa minimamente, a sofrer para nada, para ter uma casa, sustentar um gato, comprar uns livritos.
Saí do trabalho de rastos, olhos injectados de cansaço e de raiva.
Fui meter-me na merda do Continente, porque no frigorífico residia apenas o cheiro agridoce (mais agri que doce, diga-se) de qualquer merda que lá deixei estragar há mais de uma semana.
E foi então que, no meio dos zombies, velhos no passeio e namorados no namorico supermercadeiresco, a vi.
Ela.
Uma grade de minis, ou como se diz em bom português, mines.
24 bjecas, perfeitas, só para mim. Lá enterrei uns euros do meu salário, mas trouxe a grade para casa. Está lá dentro, com algumas já a esfriar, à minha espera.
É com estas merdas que eles nos vão enganando.
Estou demasiado cansado.
Hoje, o sistema ganhou.

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