terça-feira, 8 de agosto de 2006

Sexta-Feira em Albufeira

Este é um calor que queima (mesmo). Viro-me para dentro, há uma gata pequena, ensonada, em cima do televisor. Chama-se Frofens. Há gente para tudo. E gatos para essa gente que sou.
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Vou destilando uma incerta dor ou duas: na mona, no peito e, talvez, na alma (por aí).
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É com água salgada e gritos de putos grandes a jogar à bola que se cura uma ressaca. Sem óculos não reconheço ninguém. Um pouco como ontem à noite num bar cheio de Damien Duffs e Eidur Gudjohnsens, loucos e possuídos pelo barulho da cerveja e da música (a)variada de um Esquizo-DJ (dos Bon Jovi a White Stripes vai um pulinho). E não me lembro de muito. Acho que já disse.
Saio d´água com o cabelo possível e provisório puchadinho para trás (pobres figurinhas) e telefonam-me do trabalho pela ____ vez, confirmando que um qualquer merdas (eu) faz falta numa merda qualquer (the office). A sociedade ocidental deveria, em toda a sua mais merdosa actividade, tomar conta de si com outro profissionalismo. É o que penso.
Branco como a cal, encharco-me com um factor 40, tentando morrer de outro cancro que não o da pele. A morte é como o futebol. É mesmo assim.
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Banho tomado. Barba feita. Vestido e mais ou menos giro saio do barraco. Perfumadinho. Começo a beber e, vagamente, a jantar. Vou pagar. Pego na carteira, constato que não tenho dinheiro para meter um litro de gásóile no carro (que, apesar de tudo, é italiano) e vem-me à memória a noite de ontem, repleta de tugas engatatões, gajas iguais e grandes, Duffs, Gudjohnsens e Esquizo-DJs; noite em que – recordo-me agora – paguei à saída de um bar (under the sea) uma coisa chamada “65 euros”.
“Olha, afinal, sou rico”, digo para mim (mesmo!) como quem sentencia “És pouco estúpido, és!”.
Há por aí uns pratos que se possam lavar?
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Nota final: Não há bebida mais linda que uma cerveja. Em copo grande. Não há.

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