quarta-feira, 22 de julho de 2009

O efeito Mantorras

Se há jogador de quem eu gosto é de Mantorras, o Profeta.
Pode ser a cheerleader mais cara do planeta, mas ver aquele preto entrar em campo, cheio de fome de mostrar que ainda quer ser alguém, comove-me e enche-me de ganas de vê-lo conseguir.
Gostava que houvesse um efeito Mantorras na minha vida. Passo a explicar.
Estás numa fila de trânsito e estás atrasado para algo importante. É uma situação de difícil resolução. Para todos, claro está, mas não para o Mantorras. Essa é uma situação que merece um "Eh, pá, isto só lá vai com o Mantorras".
O teu chefe exige-te uma tarefa monstruosa e impossível de realizar. "Mete o Mantorras", e tá feito.
A vida dá-te a volta, e parece que tudo foi por água abaixo. Pensa no preto, o Profeta, o órfão das ruas de Luanda. Pensa em tudo o que poderia ter sido se tivesse duas pernas. E pensa no que, agora, acabado, ainda é quando entra em campo, felino, morto por agarrar na bola e balançar as redes.
O Mantorras é a ponta de ilusão, de estúpida fé, de solução quando não há soluções.

Nas nossas vidas, deixem jogar o Mantorras.

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