segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Little Bastard em versão astrólogo

A menos de uma semana das eleições, isto é o que eu acho que vai acontecer.

Sócrates ganha, mais folgado do que as sondagens indicam. Aposto numa vantagem de uns 5% sobre o PSD. Depois forma governo sozinho, fazendo acordos pontuais com BE e CDS, à vez.

Os portugueses, mais uma vez, vão mostrar que só sabem viver no centrão, que é exactamente o monstro que lhes tem comido a liberdade e os recursos económicos (já para não falar dos recursos culturais, se calhar os mais preciosos, porque a falta de cultura só prolonga este estado de miséria espiritual e económica).

Sócrates vai ganhar porque é um político profissional no que isso tem de mais nojento, oportunista e repugnante. Depois de cinco anos de governação ultraliberal, assustou-se com as europeias e agora é só falar de esquerda, quando a verdadeira esquerda há muito que não está no seu partido. Fez um banho de marketing ainda mais básico que as pseudo-revoluções sonoras e estilísticas da Madonna. E, poucos meses depois, os tugas vão cair na esparrela. Fala de esquerda, mas o PS é um partido subserviente face ao privado. Não porque se submeta a ele, mas porque faz questão de o controlar, numa teia de favores mútuos. A diferença entre isto e a esquerda estatizante é que o Sócrates pôs o PS a mandar em tudo o que há neste país. O PS, não o Estado, eles estão-se bem cagando para o Estado. (Já agora, gostei muito de ler a notícia de que uma ordem superior veio ordenar a anulação de multas de trânsito passadas a condutores de carros de campanha do PS).

Este PS é um polvo asfixiante e eu acho, sinceramente, que as coisas seriam, neste aspecto, menos más com Ferreira Leite. Talvez por ser uma política inábil, que ainda acredita no Pai Natal e que são as ideias que ganham eleições, acredito que não iria tentar controlar tudo desta forma. E eu sinto na pele, todos os dias, a corrupção do polvo socialista, que através de directores de jornais que tem no bolso polui a mente dos leitores com informação escolhida a dedo.

O meu voto, como em várias eleições anteriores, vai para Jerónimo de Sousa e para a CDU. Tranquilamente e sem dúvidas de qualquer espécie.
E, entre os que podem ganhar, espero que ganhe Ferreira Leite.

E isto, para uma pessoa que nunca votou à direita do PC, diz muito do que penso acerca de Sócrates e da sua corte de parasitas inúteis e de ego inchado.

Que todos votemos, na suave convicção de que o nosso voto vale tanto como o de todos os mentecaptos que vão perpetuar este reinado parolo de mediocridade.

5 comentários:

Gajo que vai votar, apesar de tudo, no Sócrates disse...

Pessoalmente, irrita-me que alguém parta do princípio que por votar PS sou necessariamente um mentecapto. Talvez, mas só talvez, até tenha pesado bem todos os factores na balança e tenha chegado a uma conclusão lógica, ponderada e que a mim me faz sentido. Não a imponho a mais ninguém. Mas se calhar o melhor é chamar-te jacobino e perpetuar o reinado de mediocridade.

o homem do estupefacto amarelo disse...

O PCP é um partido essencial para a nossa democracia, pela sua história (foi o único partido que sistematicamente resistiu contra o fascismo), pela sua implantação social, por ter sempre combatido as desigualdades sociais. Contudo, como qualquer outro partido, o PCP tem igualmente graves defeitos, como a falta de democracia interna (é o único partido português que não permite a existência de facções, pelo que não tolera qualquer dissidência) e esqueletos no armário em termos de política internacional (aliança política com as ditaduras da China, Coreia do Norte e Cuba; e antigamente com a URSS). Tu que és sempre tão incisivo (e bem) a denunciar os podres dos outros partidos, é um pouco faccioso nunca teres um pensamento crítico em relação ao partido em que votas. Abraço de um votante no BE que, sem qualquer hipocrisia, espera que a CDU cresça eleitoralmente.

Little Bastard disse...

Caro primeiro comentador: peço desculpa se o insultei, não costumamos fazer isso aos clientes do tasco. pode chamar-me jacobino à vontade, até porque não sei bem o que quer dizer, pelo que me incomoda bastante pouco.
E tem razão, nem todos os que votam PS são mentecaptos. Aqueles a quem o sistema actual está a servir bem, não serão nada mentecaptos se o fizerem.
Saudações atónitas (e democráticas e tolerantes).

Little Bastard disse...

caro homem estúpido amarelo (é assim não é?):
Eu estou-me bem cagando para defender o PCP. Acho o sistema partidário claramente imperfeito e até fonte de muitos problemas que nos lixam hoje em dia. Não defendo o PCP, como não defendo nenhum. Eu, ao contrário de ti, não vou todos os anos ao Avante e não participei em qualquer iniciativa partidária, nunca. Não gosto de nenhum partido porque creio que a organização, como tal, provoca quase sempre unanimismos destinados à distribuição bem comportada do poder e de um ou outro tacho que vá aparecendo. De qualquer forma, voto porque é a única arma que tenho, e a democracia, como está construída, é assim. Ah, e gosto bastante do Jerónimo, porque é um gajo que me faz acreditar ter sentimentos sãos e verdadeiros.
Também não tenho visto assim tanta dissidência dentro do BE, confesso. Por outro lado, não votar PC pela sua história é a mesma coisa que não votar BE por ter medo do maoísmo.
Felizmente já ninguém tem medo desses papões.
Resumindo: voto porque acredito que é quem mais representa o que acredito, e porque, de entre as escolhas, é em quem mais confio.
É tudo.

o homem do estupefacto amarelo disse...

Minha puta bastardina:

1) A minha crítica ao PCP dirigia-se sobretudo à actualidade e não ao passado: a falta de democracia interna e as alianças políticas com ditaduras persistem no século XXI. A pergunta a fazer é a seguinte: uma partido que apoia (actualmente) regimes ditatoriais e que não tem democracia no seu próprio funcionamento interno, dá-te uma boa garantia de que, ao chegar um dia ao poder, assegure uma democracia externa?

Abraços cordiais,

The Amazing Yellow Man