domingo, 18 de outubro de 2009

Vodka Orange

Agora que passou a febre das eleições, o PSD abandonou a guerra fria e entrega-se alegremente à guerra civil. Eu acho bem. Não sou como aqueles hipócritas que dizem que querem "um Sporting forte, para termos um futebol competitivo". Não,  a verdade é que, como benfiquista, quero ver Sporting e Porto (especialmente este) no pior estado possível, e enquanto cidadão de esquerda o mesmo se aplica ao PSD.
Uns defendem que o PSD deve chumbar o orçamento. Outros que se deve abster. Ninguém se lembra de dizer é que ainda não há orçamento ou sequer projecto de orçamento, portanto é um bocado prematuro falar nisso.
Depois, Manuela Ferreira Leite cada vez se parece mais com aquelas tias velhas, porque ninguém a quer lá por casa mas faz questão de não se ir embora. Depois aparece o apoiante do Marcelo; depois o do Passos Coelho; depois o próprio Passos Coelho, qual emplastro da política portuguesa, qual adolescente masturbatório viciado em porno; qual...enfim, vocês percebem a ideia.

No PSD discute-se tudo. Mas não se discute nada do que é mais importante. Isto é, a ideologia. Aquela pequena questão de "o que raio queremos que o país venha a ser".
Discute-se estilo: se deve ser mais ou menos agressivo, mais ou menos mediático, mais ou menos jovem.
Não se discute se deve ser mais liberal, mais conservador, ter mais consolidação ou estímulo económico, etc.

O PSD volta a mostrar, para quem tivesse dúvidas (mas ainda há alguém?!), que não tem ideologia, pura e simplesmente, pelo que não tem grande coisa a discutir neste campo. O que interessa é o poder, porque sem ele o PSD é um saco de gatos que não serve para nada a não ser para fazer ruído.

1 comentário:

o homem do estupefacto amarelo disse...

Tens razão quanto ao efeito primário: é positivo que a alternativa de poder à direita se enfraqueça com as suas intestinas guerrilhas internas (baseadas, como tu referiste, na luta do poder pelo poder e não em divergências ideológicas). O problema é o efeito secundário: o fortalecimento do PP, com a sua agenda ainda mais à direita: mais liberalismo económico (o mesmo que originou a crise económica mundial), mais conservadorismo de costumes e mais estado penal. Balanceando ambos os efeitos, não é assim tão claro que a relação custos/benefícios do suicídio interno do PSD seja favorável para o país.