segunda-feira, 30 de novembro de 2009
O perigoso social democrata, Michael Moore
Fui ver o último Michael Moore: "Capitalismo, uma história de amor". Apesar de mais uma vez vir ao de cima a sua tendência para o moralismo e o sentimentalismo, gostei do filme: pelo seu sentido de humor, pela inteligência das montagens, pela economia de meios e pela denúncia. Quando todos os dias somos bombardeados pelo discurso liberal dominante, senti o filme (e a sua visão alternativa) como uma lufada de ar fresco. Contudo, o que é extremamente curioso no filme, é a luz que nos dá sobre o sistema político americano. Descobrimos que o perigoso Michael Moore, que provocou uma reacção de tal forma violenta pela parte dos poderes instituídos que se vê obrigado a estar permanentemente escoltado por 4 guarda-costas, não é afinal nenhum esquerdista subversivo, marxista e radical, mas apenas um americano de origem working class, católico, bem intencionado e com tendências sociais-democratas. O sistema político americano está de tal forma deslocado para a direita que nem sequer a social democracia existe, pelo que alguém que tenha um discurso moderado de reformar, regular, democratizar e humanizar o capitalismo (como tem o Michael Moore), é visto pela opinião pública americana como um perigosíssimo comunista a abater. Que o fenómeno Obama não nos iluda: quando nem sequer a social democracia é admitida no espaço político americano, não há qualquer esperança que o império vá algum dia virar verdadeiramente à esquerda.
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2 comentários:
isso nao e novidade nenhuma...Obama is no miracle man. Os red necks rule here...
A ver vamos como sera esta grande bosta da reforma do sistema de saude, um sistema tao nohjento que um gajo como eu k nao tem seguro de saude se caga todo, so de pensar que pode ter um azar e ser atirado para uma cama de hospital e ficar com uma conta de dezenas, senao centenas de milhar de dolares para pagar!!!!!!!!
Concordo totalmente. Enquanto os ricos e hiperdesenvolvidos Estados Unidos têm um serviço de saúde terceiro-mundista (desigual, caro e ineficiente, desenhado para satisfazer os interesses dos lobbys privados à custa do interesse público da democratização do acesso à saúde), nós, tugas, não temos a consciência (e o orgulho) de que o nosso pobre e subdesenvolvido país tem um dos serviços públicos de saúde melhores do mundo.
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