sexta-feira, 23 de abril de 2010

O Historiador e o Monstro


“A contradição entre as culturas, o genocídio cultural e o triunfo do grupo portador da cultura técnica e literariamente mais atrasada deixaram marcas na maneira de ser portuguesa: intolerância religiosa, chauvinismo ideológico, tendência para identificar a nação com um credo único. E, simultaneamente, um permanente cepticismo em relação aos ideais, uma legitimação tácita da hipocrisia e do oportunismo, uma permanente desconfiança em relação à inovação cultural, sempre suspeita de implicar riscos para a segurança do Estado e para a unidade moral da Nação.” Esta análise subversiva sobre a portugalidade (a qual subscrevo inteiramente) foi escrita pelo historiador, José Hermano Saraiva. Não deixa de ser irónico que este profissional da memória tenha aparentemente esquecido o seu próprio passado enquanto ministro de um regime com uma marcada “tendência para identificar a nação com um credo único” e “uma permanente desconfiança em relação à inovação cultural, sempre suspeita de implicar riscos para a segurança do Estado e para a unidade moral da Nação”. 25 de Abril Sempre, Fascismo só às vezes.

2 comentários:

funafunanga disse...

Cheira-me que o Fernando Rosas deve andar a treinar os dotes de ventríloquo... É a única explicação... Onde ouviste o José Hermano Saraiva dizer isso? É tão pouco verosímil como ver o Louçã a fazer anúncios do BES (quem sabe sabe, e o Louçã - mais a tia dele - é que sabem")

o homem do estupefacto amarelo disse...

História concisa de Portugal. Concisa o caralho que ando há meses a lê-lo sempre que vou à casa de banho e ainda só estou no D. Dinis.