quinta-feira, 22 de abril de 2010

Give me something to die for


Alguém disse um dia que a sua pátria era a sua língua. O insight até não é mau mas é traçado a pinceladas demasiado grossas. Se os espanhóis ou os marroquinos nos invadissem, não seria certamente a defesa da palavra "adjudicatário" ou "enciclopédia" que me faria esboçar a mínima reacção de resistência. Porém, se eu sentisse ameaçada a possibilidade de continuar livremente a exprimir as mais belas caralhadas na língua de Camões, como "cum caralho", "não me fodas" ou "conaça", não hesitaria em defender a puta da minha pátria, rebentando os colhões desses invasorzecos de merda com umas forquilhas bem afiadas. Ou seja, o que define verdadeiramente a minha pátria é o conjunto dos meus impropérios. O imigrante paquistanês que ao final de um dia de trabalho desabafar "cum caralho, hoje ninguém quer flor" é, sem qualquer sombra de dúvida, meu compatriota.

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