"Ana Gomes manifestou o desejo de que o PEC fosse reformado pela esquerda porque é a única maneira de ele contemplar todos, de forma equitativa". "Não estou a favor das privatizações que se prevêem, de serviços de interesse público ou de empresas com interesse estratégico para Portugal, estou a falar da Ren, dos CTT, da Galp". "Não é justo que a taxação das mais valias bolsistas fique adiada para as calendas, enquanto se aplicam desde já sistemas de deduções fiscais, que no fundo são aumentos de impostos, para as classes médias e também afectando as classes mais necessitadas" (Ana Gomes, TVI 24, 20-03-2010).
"A proposta do BE para o levantamento do sigilo bancário foi hoje chumbada no Parlamento pelo PS, PSD e PP mas contou com o voto favorável do deputado socialista, Vera Jardim" (Jornal de Notícias, 11-12-2009). "Vera Jardim tenciona questionar no Parlamento o ministro das finanças sobre algumas medidas, nomeadamente quanto à equidade na repartição dos sacrifícios e quanto ao plano de privatizações" (Renascença, 23-03-2010).
"O aumento do 1º escalão do IVA mais baixo (5%) que afectou os bens essenciais é inaceitável". "Defendo uma penalização forte das remunerações variáveis dos gestores e altos quadros das empresas" (João Proença, Agência Financeira, 13-05-2010).
É verdade que a minha esquerda não se esgota na reforma pontual do capitalismo que propõem estes e outros militantes da ala esquerda do PS: é preciso uma alternativa assumidamente anti-capitalista em que seja a democracia a controlar o mercado e não o contrário. No entanto, e ao contrário de ti, defendo que as diferentes esquerdas (das mais radicais às mais moderadas) devam convergir numa plataforma comum contra a direita, abandonando as suas mesquinhas lutas fratricidas. Enquanto o sectarismo que advogas continuar a dominar à esquerda, o nosso sistema político continuará sempre enviesado à direita, com todos os custos sociais que isso implica. Pode não se ver tão bem como a direita, mas a mama esquerda da Bruna... existe.
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6 comentários:
Sim, mas são palavras, apenas palavras. E a essas leva-as o vento. Mantenho que a ala esquerda, a existir, serve exclusivamente como sucursal do PS para captar um ou outro voto incauto (porquê um partido com uma só cara quando pode ter várias e gabar-se assim, para os Amarelos desta vida que nisso queiram acreditar, que são um partido socialista tão socialista que, pasme-se, até tem uma ala esquerda?). Nada conta e nada quer contar para o poder. Quando alguma das suas personagens chega a esfregar ombros com a malta do poder, deixa de merecer o lugar em qualquer ala esquerda. Talvez a ala esquerda (à semelhança da JS, por vezes) até exprima os sonhos molhados de uma parte significativa do PS, mas é algo de masturbatório - todos sabem que, no final de contas, a realpolitik é rainha. Os amanhãs já não cantam para aquelas bandas há algum tempo.
A tua teoria é um sistema fechado: qualquer coisa que os militantes socialistas mais à esquerda façam (discursos críticos contra as derivas à direita do PS e do governo; votos contra posições liberais do grupo parlamentar, violando a disciplina partidária; mobilização e participação em greves e outras acções de luta; etc.) é sempre interpretado por ti como actos folclóricos, vazios e inconsequentes. Que comportamento dos alegados militantes da ala esquerda poderia falsificar a tua hipótese de partida: cocktails molotovs lançados para cima do Sócrates?
Meu caro, é uma pescadinha de rabo na boca, evidentemente. Porque se realmente fossem tão esquerdistas... provavelmente não estariam no PS pactuando com tudo isso com a sua adesão partidária, ainda que silenciosa e passiva. Não digo que estivessem no bloco ou PCP - estariam porventura condenados a uma certa orfandade, entre um partido socialista que não o é nem será, mas sem aceitar o radicalismo marxista.
cocktails molotov era um bom começo
O que tu chamas de sectarismo eu chamo de seguir aquilo em que acredito. O meu voto é a única coisa que tenho, e vou usá-lo votando em quem mais acredito. É bastante simples.
Não tenho do meu voto a visão táctica que tu tens. Acho que toda a gente devia votar em quem realmente acredita, independentemente de quem vai ou pode ganhar, talvez tivéssemos um parlamento mais representativo.
E apontares o João Proença como exemplo de esquerda?! Usando a escala de sindicalista, esse gajo é de direita, nem sequer de centro.
São todos muito úteis, idiotas úteis como o teu amigo pateta Alegre. Anseio, e isto é a verdade, pelo dia em que essa grande ala esquerda faça a diferença, a sério. No PC, onde a democracia praticamente não existe - como fazes questão de salientar - houve espaço para aparecer "Os Renovadores". No PS, esse partido tão livre, não. Sabes qual é a diferença? Tomates e convicções. Só isso.
Anda cá ao pai
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