quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Normal

Queiroz sai.
Normal, justo e saudável.
Mas tudo o resto, neste lamentável processo, foi tudo menos normal.
Começando por Queiroz. É uma personagem odiosa, arrogante e irritante.
Mas isto não é um concurso de simpatia.
A verdade é que Queiroz, ao longo de dois anos de trabalho, falhou. Com a matéria-prima bastante razoável que tinha ao seu dispor, ficou claramente aquém do mínimo aceitável. Não conseguiu nunca formar uma equipa, um fio de jogo, uma filosofia. Nada. Um amontoado de jogadores bastante talentosos, e pouco mais. Ah, e que o odeiam, o que diz muito da sua capacidade de liderança.
Isso eu também consigo fazer. Sai, e bem, porque como treinador de campo é uma merda. Curiosamente, talvez desse um bom presidente da federação, onde pode planear a longo prazo e não ter hipótese de estragar tudo com as suas escolhas concretas de uma equipa de futebol.
Mas tudo o resto até conseguiu deixar em mim uma (muito) ténue solidariedade para com ele. Tentaram todos os esquemas manhosos para correr com ele. Só há uma coisa a fazer. Pagar-lhe e adeus, e não andar a arranjar merdices de secretaria para o mandar embora.

Virando-me agora para o senhor Merdail, um dos grandes cancros do futebol português das últimas décadas. No mundial de Coreia/Japão, em que o planeamento foi absolutamente suicida, os bodes expiatórios foram João Pinto, um profissional exemplar, e o então seleccionador António Oliveira. O verdadeiro culpado, Merdail, ficou impávido e sereno. Ele nunca falha. A onda vem e vai, e ele lá está. Esta conferência desta tarde, em que ele leu (?) um comunicado, não permitiu perguntas e não esclareceu nada, é ilustrativa da maneira como vê o poder. Atrás de biombos escuros, como a sua coutada privada.
Há justa causa ou não? Vão pagar ou não? Ele demite-se ou não? O resto dos corpos sociais da Federação, essa pandilha de eminências pardas que, na sombra, vão controlando tudo e minando tudo o que não seja do seu clubinho, ficam ou vão?
Ninguém sabe.

Todos os órgãos da Federação, bem como o incompetentíssimo Laurentino Dias têm de pedir a demissão. Caso contrário, estamos a tirar uma peça sem mudar nada de importante.

Já agora, sobre Paulo Bento, parece-me muito bem. Não tem experiência, não tem currículo, mas é bom treinador, e neste momento isso basta.

Que se tomem decisões e que siga a bola, se faz favor.

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