segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A Feira Popular

Quando era pequeno, adorava ir à Feira Popular.


Não havia hipermercados nem Toys R Us, e o espaço de brincadeira mais sofisticado era o salão de jogos, em que durante muito tempo não nos deixavam entrar, por sermos muito pequenos e por não termos dinheiro.
Vivi até aos 20 e tais em Carcavelos, o melhor subúrbio do mundo. Vinha a Lisboa passar o fim de semana com o meu pai, todas as semanas. Mas só ia à Feira Popular aí umas 3 vezes por ano. Feira Popular, para mim, era sinónimo de frango assado, algodão doce, pipocas, e brincadeiras. Só uma vez andei na Montanha Russa, tinha medo, medo que se confirmou quando lá andei, para nunca mais. Gostava muito do comboio fantasma, e uma vez fui com o meu primo João, que entrou com uma espada de brincar e saiu sem ela. Andava nos póneis sedados e pachorrentos, que andavam aborrecidamente à volta. Andava nos carrosséis, naqueles que eram carros e a gente ia lá dentro. Andava nos carrinhos de choque e jogava nas máquinas de luta, e aí não era preciso sermos grandes para jogar.
Eu sei que os tempos são outros. Que agora há playstations e "funcenters" por toda a parte. Mas, ainda assim, acho que havia espaço para a Feira Popular, para os jantares de grupo, para aquela atmosfera burlesca e decadente, bem no meio da nossa querida cidade. Para esse aterrador resquício das brumas dos anos 80, o "Poço da Morte".
A Feira Popular está agora como estas imagens, sacadas ao acaso da net, demonstram. 
Como se recordam, a Feira Popular foi encerrada como contrapartida para o Casino de Lisboa. Depois o Casino foi para a Expo, depois de estar previsto para o Parque Mayer, outro espaço de outros tempos que reclama atenção. E, no meio de tudo isto, a Feira Popular foi esquecida. Até o seu nome é um anacronismo, um delírio de um tempo em que Popular, e Povo, não eram palavras vãs e 'démodés'. 
Está assim, ao abandono. E, no meio de tudo isto, alguém encheu os bolsos. E ninguém diz nada, ninguém faz nada, ninguém vai preso, ninguém é responsabilizado.
Foi o Santana, podia ter sido qualquer um.
Lembrei-me da Feira Popular porque ela é um símbolo perfeito do que este sistema partidário tem feito ao nosso país. Tal como a Feira Popular, também o pais está abandonado, a saque, sugado de tudo o que ainda tinha.
E alguns mais gordos, bem mais gordos...

9 comentários:

David disse...

No Porto no lugar da feira popular está agora o "queimódromo" onde se realiza a queima das fitas todos os anos, e onde ficavam as boxes do redbull air race, e onde também pontualmente há concertos. É um espaço subaproveitado, mas em comparação com a de Lisboa, está muito bem aproveitado. Vendam isso às associações de estudantes, que à custa da venda de cerveja, eles dinamizam esse lugar.

Carlos Carvalho disse...

Sou um bocado parvo. Acreditem, sou eu mesmo que vos digo.

Carlos Carvalho disse...

wanna be
ahahahahah
A azia de um iluminado que tem como referência o Antitripa.


"Açúcar, tu para mim não és mais do que açúcar"
Manuel Cruz

Mau Sete Um disse...

Não ligues Carlos. É só inveja. Vira-lhes as costas e manda-os foder.

Little Bastard disse...

Eh pá, não percebi. Alguém deixou o bico do gás ligado?

Carlos Carvalho disse...

É o Carlos Carvalho que está com problemas de dupla personalidade.
Já vos disse que sou um nadica de nada idiota?

funafunanga disse...

A Bragaparques gamou-me a espada de brincar. Na altura não compreendi isso, mas agora é clarinho como água.

professor x disse...

Boby e Tareco.

Xuxi disse...

gostava que aqui ao balcao me servissem disso que servem ao funananga e ao carvalho....tou mesmo a precisar!!...