segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Um sentido agradecimento

Há jogadores que são assim. Ficam no nosso coração, aconteça o que acontecer.


Pedro Mantorras, o Torras, é um desses casos. Desde o momento em que vestiu a camisola do Glorioso, e atrevo-me a dizer para sempre, conquistou não apenas o respeito e admiração de benfiquistas e adeptos em geral, mas sobretudo um imenso carinho que se vive, forte, até hoje.
Mais uma pérola negra, das quais a história do Benfica é fértil e farta. Um órfão de guerra e menino de rua em Angola. Um talento fora do comum. Uma humildade comovente. Uma vontade de triunfar.


Numa frase, que ficou para os benfiquistas como a sua definição, Mantorras era "A Alegria do Povo".
A vida, que lhe foi madrasta desde sempre, não o deixou triunfar como merecia. Com o talento que tinha, se continuasse a evoluir podia ser um dos melhores do mundo. Acabou por não acontecer, por azar da vida e incompetência dos homens, mesmo os de ciência. Não triunfou como merecia, mas triunfou no coração de todos os benfiquistas, que nunca o esquecerão e nunca se negarão a aplaudi-lo, esteja onde estiver, faça o que fizer.
Pedro Mantorras acabou hoje a sua carreira. Feita de luta, glória, tristeza e sacrifício. Como benfiquista, só tenho de lhe agradecer todos os momentos que nos deu, e por ser quem é, enquanto ser humano.
A carreira acaba hoje, mas Mantorras é e continuará a ser "A Alegria do Povo".

Obrigado, Pedro.

PS - O autocarro do Benfica foi apedrejado novamente, na visita da equipa de voleibol do Glorioso a casa do Guimarães. Tal como nos anteriores ataques sistemáticos, não houve detenções. Continua a impunidade, em algo que não tem nada a ver com desporto. É uma questão de tempo até haver mortes, e ninguém faz nada.
Chorem lágrimas de crocodilo depois, e venham então fazer investigações.

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