A coincidência
Uma notícia, prevista para a edição de ontem do Diário de Notícias, foi retirada pela Direcção já no fecho da edição. O motivo alegado? A notícia "não estava publicável". O verdadeiro motivo? A peça tratava das antigas divergências entre Santana Lopes e Álvaro Barreto, hoje número 2 do Governo.
Nessas declarações agora recuperadas, Álvaro Barreto dizia o seguinte: "Não penso, sinceramente, que Santana Lopes tenha grandes chances de poder vir a ser no futuro líder do PSD, quaisquer que sejam as circunstâncias, pois cometeu demasiados erros nos últimos tempos. O seu prestígio do ponto de vista político está e estará seriamente abalado".
A relevância da publicação destas declarações parece-me óbvia, uma vez que estamos a falar das duas figuras mais importantes do actual Governo português. Tal como me parece óbvia o perfil e a personalidade de alguém que profere estas frases e depois se deita na mesma cama política que o visado.
Em consequência do impedimento da saída da notícia, a editora-adjunta da secção, Graça Henriques, teve a honrosa atitude de se demitir em protesto, o que não aconteceu com o editor principal, que alinhou com a Direcção.
Resta agora relembrar que o Director do DN, Fernando Lima, conheceu uma nomeação polémica para o cargo, já que o seu percurso está marcado por anos de serviço ao PSD, primeiro como assessor de Cavaco Silva e depois de Martins da Cruz, o ministro que desapareceu por causa da cunha para a filha.
A nomeação avançou, mesmo com pareceres negativos do Conselho de Redacção do DN e da Alta Autoridade para a Comunicação Social.
Será tudo isto coincidência?
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