sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Há coisas que...

...me deixam fodido da vida.

O senhor presidente da EMEL, essa espécie de califa dos xulos, deu uma entrevista na qual revela as prioridades da empresa para este ano: aumentar em 40% o custo do estacionamento em algumas zonas de Lisboa. A contrapartida é que as tarifas noutras zonas sofrerão "uma ligeira descida".
Ora a mim parece-me que 40% é uma subida mais que ligeira. Mas enfim, não entremos pela mera discussão semântica.
Outra novidade espectacular é que, para além do dístico de residente, os moradores em Lisboa vão ter também um dístico da zona onde trabalham. Ou seja, vão incentivar que quem mora em Lisboa vá de carro para o trabalho!

Isto é absolutamente típico da maneira tuga-xico esperta-trafulha-modernaça de fazer as coisas.

Tudo o que vemos é desinvestimento nos transportes públicos, sobretudo nas zonas que já são carenciadas, que não têm metro. Mais uma vez, é começar a construir a casa pelo telhado. Em vez de incentivar o uso dos transportes, melhorando-os (é absurdo, por exemplo, o metro não estar aberto até muito mais tarde, ao fim de semana), vamos é taxar à grande a utilização do carro.

Isto mostra, de facto, que não há qualquer estratégia de mobilidade ou sequer de modernidade. É tudo acerca de sacar o mais possível enquanto dá.

Só o facto de permitir que quem vive em Lisboa tenha lugar à borla à porta do trabalho mostra que os autores desta fabulosa ideia não acreditam nos transportes nem querem divergir pessoas para os transportes. Esses, que por acaso deviam ser os principais utilizadores dos transportes, perdem o incentivo para o fazer.

Esta proposta vai a aprovação de António Costa. Não me surpreende que seja aprovada. Este é um presidente da Câmara que baseou a sua campanha na ideia de trazer gente para morar em Lisboa e cuja primeira medida foi aumentar os impostos municipais em...90%!

Numa cidade normal isto era um escândalo. Mas como estamos a ficar demasiado habituados à roubalheira, passará despercebido.

Siga a banda e desculpem por esta interrupção.

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