terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Vodka Alegre



Aqui vai o meu pequeno pedaço no Vodka Atónito a que tenho direito sobre a candidatura do Alegre.

No meu entender, uma posição sectária da esquerda, materializada na sua incapacidade de se unir em torno de uma candidatura comum, só beneficia a direita, que, como já é habitual, tem a inteligência política para fazer essa união (neste caso, em torno de Cavaco). Até agora, independentemente dos muitos defeitos políticos que certamente Alegre tem (já apontados por diversos ilustres cá do tasco), a independência que demonstrou no passado em relação ao seu partido (concorrendo contra a candidatura oficial do PS e tecendo duras críticas ao enviesamento liberal do partido que ajudou a fundar) tornam-no, a meu ver, o candidato em melhor posição para unir a esquerda neste duro combate contra Cavaco. Não nos esqueçamos que se trata de lutar contra o padrão histórico de até hoje os presidentes em primeiro mandato terem ganho sempre as eleições para um segundo mandato.

Sobre o voto em branco, já discorri em posta anterior sobre a sua inconsequência. Cada voto em branco é um voto a menos na esquerda, só favorecendo o Cavaco. Deste modo, como não me esqueço da tragédia política e social que foi o cavaquismo, apresento aqui publicamente o meu pré-apoio à pré-candidatura de Manuel Alegre.

2 comentários:

raviolli_ninja disse...

Caro, se a Grande Esquerda Venerável quer o meu voto, tem que fazer por isso.

Inconsequente não é votar em branco. Inconsequente é meter o Alegre no topo da hierarquia deste país. Depois venham-me falar de meritocracia.

Enquanto me obrigarem a votar no mal menor, prefiro a higiene do branco (com muita pena minha, a sério). Cada um sabe de si.

Little Bastard disse...

A questão não é de sectarismo, é uma questão de fazer uma escolha e ser consequente em relação a ela. A direita em Portugal não obedece a qualquer preceito ideológico, mas apenas ao pragmatismo da 'realpolitik' que o nosso amigo amarelo advoga. É por isso que lhe é fácil unir-se em torno de um candidato vencedor. A esquerda pensa e, naturalmente, pensa de maneira diferente. Gostaria muito de ver um candidato que agregasse toda a esquerda (estranhamente o amarelo mete o PS dentro da esquerda, mas enfim, são inclinações), mas isso não quer dizer que só por um gajo unir toda a esquerda merece o meu voto. Mais, Alegre nunca foi consequente acerca do que diz pensar. Mesmo a sua candidatura independente a Belém se deveu única e exclusivamente a uma birra por ter sido preterido por Soares, ao contrário do que Sócrates lhe tinha prometido.
Por último, se me dissessem que o PSD estaria no poder, lá metia a mola no nariz e votaria em Alegre. Estando o Sócrates, o senhor do quero-posso-e-mando, o país fica mais bem servido com o medíocre Cavaco. Pensar que Alegre seria independente na presidência é uma ingenuidade total. Nunca poria em risco o apoio do PS para uma eventual recandidatura.