Que a morte do Angélico sirva de exemplo: Miúdos, usem sempre cinto.
Essa moda das calças descaídas é ridícula.
quarta-feira, 29 de junho de 2011
terça-feira, 28 de junho de 2011
to hell and back
K diz:
eh pá, fiz uma piada mesmo mázinha no vodka sobre o angélico
NRV diz:
já comentei
K diz:
eu vou para o inferno, né?
NRV diz:
e não vamos todods
ao menos temos companhia
K diz:
e depois desta o meu inferno vai ser fodido, com músicas dos DZRT em altos berros a toda a hora
NRV diz:
e sessões de maratona da morangomania
K diz:
pois.
espero qe ao menos estejam lá as mamas da rita pereira
eh pá, fiz uma piada mesmo mázinha no vodka sobre o angélico
NRV diz:
já comentei
K diz:
eu vou para o inferno, né?
NRV diz:
e não vamos todods
ao menos temos companhia
K diz:
e depois desta o meu inferno vai ser fodido, com músicas dos DZRT em altos berros a toda a hora
NRV diz:
e sessões de maratona da morangomania
K diz:
pois.
espero qe ao menos estejam lá as mamas da rita pereira
segunda-feira, 27 de junho de 2011
quarta-feira, 22 de junho de 2011
Esgoto a céu aberto
Hoje, dia da tomada de posse do "Governo mais importante dos últimos 20 anos", as televisões estiveram 'on fire'.
Depois da orgia de directos disparatados das últimas semanas, hoje atingimos o zénite da idiotice.
Entre os directos "estamos à porta" sem nada para dizer a não ser encher chouriços com banalidades e idiotices, tivemos alguns episódios de antologia.
O grande destaque ao facto de Mota Soares ter chegado de mota, e não de Soares. Tchiii, foi um fartote de comentários, highlights nos noticiários. O facto de a caneta pipi deste senhor ter falhado, outro grande acontecimento da história da vida política portuguesa.
O inenarrável e obviamente dopado Bernardo Ferrão, da SIC, perguntando à Teresa Caeiro por que razão tinha escolhido um casaco cor de salmão, como se estivesse a reportar da passadeira dos óscares. O mesmo Ferrão que saudou Assunção Cristas, à saída do carro, recordando aos espectadores que ela anda com um problema numa perna e disparou, todo lampeiro "então, sente-se melhor?".
Decidiram, por alguma razão, que era muito importante falar com o marido da mesma Assunção Cristas. Qual a pergunta? Se estava orgulhoso, primeiro, na eventualidade de ele dizer que não. E, logo de seguida, de rajada, se estava preparado para ter mais trabalho em casa.
Genial e, como tudo até aqui, extremamente relevante.
Depois, uma responsável política falava ao telemóvel com a empregada, combinando as compras e o jantar, e os jornalistas ali, de gravador e microfone em riste, tendo mesmo uma televisão o desplante de legendar a conversa para os seus mentecaptos espectadores ficarem bem informados. Creio que o jantar dessa noite seria, curiosamente, salmão.
A Teggy, quando questionada sobre o casaco salmão, obviamente, mandou-o cagar, ainda que educadamente. É pena que não haja mais gente a fazer o mesmo. A dizer, apenas: "mas você ouve-se a si próprio? Você pensou no que acaba de perguntar?".
Isto começou devagarinho, há uns anos. Depois apareceram uns rapazotes que, na ânsia de se destacarem perante os seus idiotas chefes, foram carregando no disparate. No "colorido", como se diz na gíria dos tempos modernos do jornalismo televisivo português. Mas, tal como o Big Brother e o Big Show Sic foram perniciosos não apenas pelo programa em si mas pela caixa de pandora que abriram, o nível foi descendo. Toda a gente foi alinhando por baixo. De repente, vemos o Castelo Branco no meio da selva e já não choca. Vemos os repoterzecos em cima da "mota da sic", espetando estupidamente o microfone no vidro obviamente fechado do vencedor das eleições, e não choca a parvoíce de tudo aquilo. Tanto dinheiro gasto em directos, tanta energia desperdiçada em chegar lá bem à frente para fazer a pergunta, para depois fazer só perguntas de merda. O que interessa é estar, perguntar, ter o protagonismo. A substância fica por terra, e nós, lentamente testemunhas deste descer da fasquia, nem nos apercebemos. O Jornal de Notícias foi ao cúmulo de entrevistar as tias-avós, ou que raio eram, do novo ministro das Finanças.
Like I give a fuck...
O jornalismo político português, sobretudo o televisivo, é um esgoto a céu aberto. Um paraíso de vacuidade e fait-divers. Não há quem se aperceba e finalmente tente reverter este processo de escandalosa decadência?
Nós, os espectadores, temos o poder do Onofre, como dizia o Zé Mário Branco. O poder de desligar o canal, com o botão On/Off.
Façamo-lo, pela nossa saúde mental.
PS - Ah, é verdade, no meio de todos estes grandes acontecimentos, duas notas de rodapé. Foi eleita a primeira mulher presidenta do Parlamento e o novo Governo tomou posse.
Depois da orgia de directos disparatados das últimas semanas, hoje atingimos o zénite da idiotice.
Entre os directos "estamos à porta" sem nada para dizer a não ser encher chouriços com banalidades e idiotices, tivemos alguns episódios de antologia.
O grande destaque ao facto de Mota Soares ter chegado de mota, e não de Soares. Tchiii, foi um fartote de comentários, highlights nos noticiários. O facto de a caneta pipi deste senhor ter falhado, outro grande acontecimento da história da vida política portuguesa.
O inenarrável e obviamente dopado Bernardo Ferrão, da SIC, perguntando à Teresa Caeiro por que razão tinha escolhido um casaco cor de salmão, como se estivesse a reportar da passadeira dos óscares. O mesmo Ferrão que saudou Assunção Cristas, à saída do carro, recordando aos espectadores que ela anda com um problema numa perna e disparou, todo lampeiro "então, sente-se melhor?".
Decidiram, por alguma razão, que era muito importante falar com o marido da mesma Assunção Cristas. Qual a pergunta? Se estava orgulhoso, primeiro, na eventualidade de ele dizer que não. E, logo de seguida, de rajada, se estava preparado para ter mais trabalho em casa.
Genial e, como tudo até aqui, extremamente relevante.
Depois, uma responsável política falava ao telemóvel com a empregada, combinando as compras e o jantar, e os jornalistas ali, de gravador e microfone em riste, tendo mesmo uma televisão o desplante de legendar a conversa para os seus mentecaptos espectadores ficarem bem informados. Creio que o jantar dessa noite seria, curiosamente, salmão.
A Teggy, quando questionada sobre o casaco salmão, obviamente, mandou-o cagar, ainda que educadamente. É pena que não haja mais gente a fazer o mesmo. A dizer, apenas: "mas você ouve-se a si próprio? Você pensou no que acaba de perguntar?".
Isto começou devagarinho, há uns anos. Depois apareceram uns rapazotes que, na ânsia de se destacarem perante os seus idiotas chefes, foram carregando no disparate. No "colorido", como se diz na gíria dos tempos modernos do jornalismo televisivo português. Mas, tal como o Big Brother e o Big Show Sic foram perniciosos não apenas pelo programa em si mas pela caixa de pandora que abriram, o nível foi descendo. Toda a gente foi alinhando por baixo. De repente, vemos o Castelo Branco no meio da selva e já não choca. Vemos os repoterzecos em cima da "mota da sic", espetando estupidamente o microfone no vidro obviamente fechado do vencedor das eleições, e não choca a parvoíce de tudo aquilo. Tanto dinheiro gasto em directos, tanta energia desperdiçada em chegar lá bem à frente para fazer a pergunta, para depois fazer só perguntas de merda. O que interessa é estar, perguntar, ter o protagonismo. A substância fica por terra, e nós, lentamente testemunhas deste descer da fasquia, nem nos apercebemos. O Jornal de Notícias foi ao cúmulo de entrevistar as tias-avós, ou que raio eram, do novo ministro das Finanças.
Like I give a fuck...
O jornalismo político português, sobretudo o televisivo, é um esgoto a céu aberto. Um paraíso de vacuidade e fait-divers. Não há quem se aperceba e finalmente tente reverter este processo de escandalosa decadência?
Nós, os espectadores, temos o poder do Onofre, como dizia o Zé Mário Branco. O poder de desligar o canal, com o botão On/Off.
Façamo-lo, pela nossa saúde mental.
PS - Ah, é verdade, no meio de todos estes grandes acontecimentos, duas notas de rodapé. Foi eleita a primeira mulher presidenta do Parlamento e o novo Governo tomou posse.
terça-feira, 21 de junho de 2011
Motivos para reflectir
E hoje, primeiro dia da nova legislatura, foi o dia de Fernando Nobre.
Será? Não será? Não foi.
Gostei muito de ver os deputados, entre as votações, andando descontraidamente pelo hemiciclo, na galhofa. Parecia o primeiro dia de escola, no qual houve ameaça de bomba e portanto não houve aulas. Nesta conjuntura, perdermos o primeiro dia da legislatura neste absurdo ritual medieval é, simbolicamente, um péssimo presságio.
E quanto a Nobre?
É muito difícil, hoje em dia, encontrar alguém com simpatia pelo tipo. Eu próprio, que votei nele para as presidenciais, nunca morri de amores por ele. E, obviamente, desde que se juntou ao Passos, tudo piorou.
Mas, ainda assim, a pergunta que, creio, devemos fazer a nós próprios é: preferimos o Guilherme Silva? O Mota Amaral? O inefável Jaime Gama? Qualquer uma destas ou de muitas outras mofentas e flatulentas personagens?
Pela minha parte, não.
Eu sei que o tipo é maluco, eventualmente no sentido clínico do termo. Eu sei que já foi de tudo sem ser de nada. Sei que cai mal a cena de "só vou se for para mandar naquilo". Eu sei isso tudo.
Uns justificam-no com o facto de não ser um tipo de consensos, capaz de unir os partidos. Talvez. Mas a verdade é que apoiou o Bloco há uns anos, depois foi candidato presidencial numa espécie de esquerda pardacenta e agora foi cabeça de lista do PSD. Sei que não era bem isso que se queria, mas isto é um tipo de abrangência. Não a que se esperaria, mas ao menos ninguém pode dizer que é um tipo de um partido, e que alienou os outros. Não é o cabrão do Lello ou do Santos Silva. Se calhar alienou foi toda a gente, um partido de cada vez...
Sei que a escolha de Passos foi maquiavélica. Queria votos e achava que se ia safar com Nobre. Não ganhou grande coisa com isso.
Mas, apesar das motivações, acho que seria simbolicamente importante que Nobre - ou qualquer pessoa com o mesmo perfil cívico e apartidário - fosse eleito para um lugar de destaque no Parlamento.
Porque os ventos são de mudança, e é errado e perigoso pensarmos que isso só é significativo ou verdadeiro nos votos portugueses dados à Direita. Não. Grécia, Espanha e, também, Portugal, mostram que temos de encontrar novas formas de fazer as coisas. As ruas não têm sempre razão, mas têm um significado, que seria desastroso ignorar.
E o que teve Nobre? Uma humilhação em pleno Parlamento. O tipo de fora, o outsider, o penetra, torturado, humilhado e alvo de um bullying cobarde e anónimo pelos "senhores deputados". Os de sempre. Os velhos e os novos, que querem desesperadamente e o mais rápido possível parecer-se com os velhos, para efeitos de "credibilidade", que eles confundem com "responsabilidade".
Nobre, simbolicamente, era a sociedade civil a meter o pé na porta do que é a coutada dos partidos. E estes, cruelmente, bateram-lhe com a porta na cara. "Não és daqui, não pertences aqui, não és um dos nossos". E um tipo que não é "um dos nossos" nunca poderia "mandar em nós". Que era o que eu gostaria de ver.
As análises políticas do dia (de onde raio saíram de repente tantos politólogos?!) estão todas, como esperado, no superficial. Todos salientam, salivando contentes de banalidades, que esta foi "a primeira derrota do Governo de Passos Coelho". Mas isto, na verdade, não passa de uma análise de fait-diver que não será sequer um rodapé na história política deste país.
Mais importante que tudo isso, e não vejo ninguém dizê-lo, é o que isto diz acerca do nosso sistema. É a primeira vez, desde o 25 de Abril, que o candidato proposto pelo partido mais votado é chumbado. Vão dizer-me que todos, mas todos, eram melhores e mais merecedores do que Fernando Nobre?
Não acredito.
Acontece que todos, uns mais e outros menos, eram parte do caldo cultural dos partidos e, mais esquema menos concessão, todos acabaram por ser aprovados.
Nobre foi castigado por se ter atrevido.
É nisto que, creio, devemos reflectir.
Será? Não será? Não foi.
Gostei muito de ver os deputados, entre as votações, andando descontraidamente pelo hemiciclo, na galhofa. Parecia o primeiro dia de escola, no qual houve ameaça de bomba e portanto não houve aulas. Nesta conjuntura, perdermos o primeiro dia da legislatura neste absurdo ritual medieval é, simbolicamente, um péssimo presságio.
E quanto a Nobre?
É muito difícil, hoje em dia, encontrar alguém com simpatia pelo tipo. Eu próprio, que votei nele para as presidenciais, nunca morri de amores por ele. E, obviamente, desde que se juntou ao Passos, tudo piorou.
Mas, ainda assim, a pergunta que, creio, devemos fazer a nós próprios é: preferimos o Guilherme Silva? O Mota Amaral? O inefável Jaime Gama? Qualquer uma destas ou de muitas outras mofentas e flatulentas personagens?
Pela minha parte, não.
Eu sei que o tipo é maluco, eventualmente no sentido clínico do termo. Eu sei que já foi de tudo sem ser de nada. Sei que cai mal a cena de "só vou se for para mandar naquilo". Eu sei isso tudo.
Uns justificam-no com o facto de não ser um tipo de consensos, capaz de unir os partidos. Talvez. Mas a verdade é que apoiou o Bloco há uns anos, depois foi candidato presidencial numa espécie de esquerda pardacenta e agora foi cabeça de lista do PSD. Sei que não era bem isso que se queria, mas isto é um tipo de abrangência. Não a que se esperaria, mas ao menos ninguém pode dizer que é um tipo de um partido, e que alienou os outros. Não é o cabrão do Lello ou do Santos Silva. Se calhar alienou foi toda a gente, um partido de cada vez...
Sei que a escolha de Passos foi maquiavélica. Queria votos e achava que se ia safar com Nobre. Não ganhou grande coisa com isso.
Mas, apesar das motivações, acho que seria simbolicamente importante que Nobre - ou qualquer pessoa com o mesmo perfil cívico e apartidário - fosse eleito para um lugar de destaque no Parlamento.
Porque os ventos são de mudança, e é errado e perigoso pensarmos que isso só é significativo ou verdadeiro nos votos portugueses dados à Direita. Não. Grécia, Espanha e, também, Portugal, mostram que temos de encontrar novas formas de fazer as coisas. As ruas não têm sempre razão, mas têm um significado, que seria desastroso ignorar.
E o que teve Nobre? Uma humilhação em pleno Parlamento. O tipo de fora, o outsider, o penetra, torturado, humilhado e alvo de um bullying cobarde e anónimo pelos "senhores deputados". Os de sempre. Os velhos e os novos, que querem desesperadamente e o mais rápido possível parecer-se com os velhos, para efeitos de "credibilidade", que eles confundem com "responsabilidade".
Nobre, simbolicamente, era a sociedade civil a meter o pé na porta do que é a coutada dos partidos. E estes, cruelmente, bateram-lhe com a porta na cara. "Não és daqui, não pertences aqui, não és um dos nossos". E um tipo que não é "um dos nossos" nunca poderia "mandar em nós". Que era o que eu gostaria de ver.
As análises políticas do dia (de onde raio saíram de repente tantos politólogos?!) estão todas, como esperado, no superficial. Todos salientam, salivando contentes de banalidades, que esta foi "a primeira derrota do Governo de Passos Coelho". Mas isto, na verdade, não passa de uma análise de fait-diver que não será sequer um rodapé na história política deste país.
Mais importante que tudo isso, e não vejo ninguém dizê-lo, é o que isto diz acerca do nosso sistema. É a primeira vez, desde o 25 de Abril, que o candidato proposto pelo partido mais votado é chumbado. Vão dizer-me que todos, mas todos, eram melhores e mais merecedores do que Fernando Nobre?
Não acredito.
Acontece que todos, uns mais e outros menos, eram parte do caldo cultural dos partidos e, mais esquema menos concessão, todos acabaram por ser aprovados.
Nobre foi castigado por se ter atrevido.
É nisto que, creio, devemos reflectir.
segunda-feira, 20 de junho de 2011
Back to the Future
Viajei até ao futuro e como prova sei o título das notícias de amanhã: Sporting Procura Novo Treinador.
sexta-feira, 17 de junho de 2011
Respeito
Para mim, o Nuno Gomes sempre foi a Maria Amélia. Mas de forma carinhosa. (Já agora, em termos de alcunhas, adoro uma que um tipo umas filas atrás inventou para o Sidnei: "Morte Lenta").
Era o Maria Amélia, a Amélia, etc, etc.
Mas sempre gostei dele.
Foi um jogador promissor no início, quando o físico estava muito forte. Depois perdeu isso, tornou-se menos explosivo, mas ganhou coisas igualmente importantes: inteligência, passe, tabela, jogo de equipa.
Pode acusar-se o Nuno Gomes de muita coisa: de já estar velho (pelo que vi é bem mais jovem que o Saviola ou o Cardozo desta época), que não marca golos (embora os números o desmintam), o que quiserem. Mas nunca ninguém poderá duvidar do seu benfiquismo. Ele, que veio do Norte, não foi feito naquela casa. Mas foi, é e será sempre um grande benfiquista.
Não me esqueço dos golos pelo Benfica. Dos golos pela Selecção, mesmo quando merecia jogar mais e o Scolari metia sempre o tipo do queijo que só sabia marcar ao Azerbeijão. Da forma como, mesmo sem jogar injustamente, nunca pôs em causa o clube ou o treinador. Da forma como, mesmo não estando convocado, estava sempre junto da equipa. Da forma como, num camarote do Dragão, se atreveu a festejar um golo do Glorioso, esfregando-o na cara de um radialista que só faltava ter vestida a camisola azul e branca. E, até, da forma como sai. Elegante. Com classe. À Nuno Gomes.
Por isso, só me resta agradecer toda a dedicação, todo o esforço, toda a paciência (inclusive connosco, os sócios e adeptos).
Desta feita, e ao contrário do que acontece na Bíblia, não é Jesus que fala. É Nuno Gomes que pede: perdoa-lhe, Senhor, que o Jesus não sabe o que faz.
PS - não é apenas a saída. É o símbolo que isto representa, num momento em que mostramos que não aprendemos nada e compramos todos os dias 15 brasileiros do paraná.
Força, Nuno, que sejas feliz, que continues a fazer o que gostas e que marques golos por quem tu quiseres.
Era o Maria Amélia, a Amélia, etc, etc.
Mas sempre gostei dele.
Foi um jogador promissor no início, quando o físico estava muito forte. Depois perdeu isso, tornou-se menos explosivo, mas ganhou coisas igualmente importantes: inteligência, passe, tabela, jogo de equipa.
Pode acusar-se o Nuno Gomes de muita coisa: de já estar velho (pelo que vi é bem mais jovem que o Saviola ou o Cardozo desta época), que não marca golos (embora os números o desmintam), o que quiserem. Mas nunca ninguém poderá duvidar do seu benfiquismo. Ele, que veio do Norte, não foi feito naquela casa. Mas foi, é e será sempre um grande benfiquista.
Não me esqueço dos golos pelo Benfica. Dos golos pela Selecção, mesmo quando merecia jogar mais e o Scolari metia sempre o tipo do queijo que só sabia marcar ao Azerbeijão. Da forma como, mesmo sem jogar injustamente, nunca pôs em causa o clube ou o treinador. Da forma como, mesmo não estando convocado, estava sempre junto da equipa. Da forma como, num camarote do Dragão, se atreveu a festejar um golo do Glorioso, esfregando-o na cara de um radialista que só faltava ter vestida a camisola azul e branca. E, até, da forma como sai. Elegante. Com classe. À Nuno Gomes.
Por isso, só me resta agradecer toda a dedicação, todo o esforço, toda a paciência (inclusive connosco, os sócios e adeptos).
Desta feita, e ao contrário do que acontece na Bíblia, não é Jesus que fala. É Nuno Gomes que pede: perdoa-lhe, Senhor, que o Jesus não sabe o que faz.
PS - não é apenas a saída. É o símbolo que isto representa, num momento em que mostramos que não aprendemos nada e compramos todos os dias 15 brasileiros do paraná.
Força, Nuno, que sejas feliz, que continues a fazer o que gostas e que marques golos por quem tu quiseres.
quinta-feira, 16 de junho de 2011
Hot Trend
Primeiro foi a Sónia Brazão. Agora foi um homem em Setúbal.
Esta moda do peeling feito em casa está aí a estourar.
Esta moda do peeling feito em casa está aí a estourar.
Norma n.º1 do Bom Chefe de Família para a temporada 2011-12
No intervalo dos jogos do Benfica, incentivar a esposa a dar uma espreitadela na novela.
(Nada como estar na vanguarda da Democracia e da Igualdade de Género)
(Nada como estar na vanguarda da Democracia e da Igualdade de Género)
quarta-feira, 15 de junho de 2011
O Estado vegetativo
Fernando Nobre tornou-se vegetariano. Provou a laranja, engoliu o melão e agora já nem vai tocar na xixa.
terça-feira, 14 de junho de 2011
Io fato l'amore sin control
Aproximo-me da idade em que ter sexo com precaução significa não dar um jeito às costas.
segunda-feira, 13 de junho de 2011
(Neste blogue escreve-se muitas vezes sobre coisas acontecidas há meia semana ou mais...
... e já quando toda uma caterva de blogueiros discorreu sobre as ditas. É, aliás, assaz inquietante que esta moratória na reacção não suceda com maior frequência na blogosfera. Constituiria, estou certo, um sinal vigoroso de que neste país em crise não faltava gente com vida social, familiar, desportiva e sexual (ou religiosa) não directa e especialmente ligada ao seu computador ou ao seu Blackberry. Mas, pelos vistos, falta.)
Era só para dizer que, na minha modesta e acanhada opinião, tenho a certeza absoluta de que o excelente discurso do António Barreto no 10 de Junho foi a coisinha mais desinteressante e redonda que ouvi desde que há uns meses o Fernando Nobre fechou a matraca como candidato à presidência da república.
Era só para dizer que, na minha modesta e acanhada opinião, tenho a certeza absoluta de que o excelente discurso do António Barreto no 10 de Junho foi a coisinha mais desinteressante e redonda que ouvi desde que há uns meses o Fernando Nobre fechou a matraca como candidato à presidência da república.
quinta-feira, 9 de junho de 2011
Relax, baby, be cool
Era inevitável.
Há uns dois anos escrevi aqui que António Costa seria o sucessor de Sócrates. É claro que isto seria num cenário de transição relativamente pacífica de poder. Nesta conjuntura, só se ele fosse maluco.
Portanto temos dois.
O Tozé Seguro conseguiu, ainda antes de ser candidato e nos primeiros cinco minutos depois de anunciar-se candidato, dar todos os sinais de que não podia sequer ser candidato. O seu único trunfo é dar aquela pala de "ah e tal, eu até era contra o Sócrates". Talvez fosse. Talvez tenha sido dos que menos elogiou o "querido líder" e dos que mais criticou o dito. Mas criticou-o tão pouco que isso não serve para nada. Criticou-o muito menos do que qualquer tipo minimanente consciente devia ter feito. Na prática, foi apenas a versão "jovem" do Pateta Alegre: o idiota útil, para fingir que aquilo era vagamente democrático e livre.
Quanto ao Assis, elogiei-o aqui há uns meses, e fui criticado, compreensivelmente, pelos meus camaradas de tasco. Disse na altura, e mantenho-o, que no meio de toda a máquina socrática era dos poucos que procurava fazer pontes, encontrar compromissos e que conseguia resistir à tentação de, ao contrário de todos os seus comparsas, sentir-se infalível e superior ao resto do mundo. Mas daí até ser líder do PS vai um bom pedaço. Daí a ser um candidato que, de forma credível, possa discutir o governo, vai um caminho estratosférico. O seu único trunfo foi, com um líder narcisista e psicótico como Sócrates, ter feito o melhor trabalho possível enquanto líder parlamentar, sem se sujar demasiado com isso. Mas o que fez o senhor ao apresentar a sua candidatura? Disse que "não escondo o trabalho que fiz em conjunto com o Governo e tenho muito orgulho do trabalho que fizemos nos últimos anos", por entre elogios ao camarada Sócrates.
Isto mostra, obviamente, que não percebeu nada.
Neste momento, Sócrates é peçonha, é a verdadeira lepra, e quem se senta ao seu lado está queimado e merece lixar-se à grande. O mesmo digo de Ferro Rodrigues, esse socialista de pacotilha. Que, se queria alguma vez ter credibilidade - pelo menos entre o eleitorado mais à Esquerda - nunca na vida poderia ter voltado do seu exílio dourado para dar a mão na campanha de Sócrates, o tipo que mais fez no PS tudo ao contrário do que Ferro Rodrigues alguma vez defendeu.
São todos merda, e merecem a travessia do deserto que vão fazer.
António Costa, como é óbvio e como era totalmente previsível, resguardou-se. Há quem diga que ele é o novo António Vitorino, o tipo que um dia vai ser líder, um dia, um dia, até nunca mais ser.
Não concordo.
Vai ser líder e vai ser primeiro-ministro. O que é lixado é que só o vai ser daqui a oito anos (sim, eu acredito que os troikos da Direita vão papar dois mandatos seguidos, sem espinhas).
Neste momento, o PS não é apenas um partido feito em merda. É um partido que não tem lugar nenhum para onde se dirigir. Não pode ir para a Direita, porque a Direita está no poder. Não pode ir para a Esquerda porque, enquanto houver um pingo de memória neste povo, não tem qualquer credibilidade para o fazer (virá sempre a crítica de "então se propõem isso agora, o que raio andaram a fazer durante seis anos no Governo"?). E não pode sequer colar-se à contestação às medidas polémicas e crueis do Governo de Direita, porque, por acaso, até foi o PS quem as assinou.
Ou seja, quem for para lá agora, é "para queimar".
António Costa consegue manter uma grande visibilidade política, estando na CM de Lisboa (onde não tem feito nada de jeito), aumenta a sua aura de D. Sebastião do PS e deixa os outros irem cozinhando, "em lume brando".
Quando for hora, quando houver sérias probabilidades de conquistar o poder, ele lá estará. Podem apostar nisso. Chegará e ganhará sem dificuldade. Até porque, depois do furacão Sócrates ter arrasado com o PS, não se vislumbra no partido qualquer figura que possa ganhar dimensão suficiente para poder vir a ser importante, daqui a quatro anos.
Entretanto, xuxas e boyzitos, assistam de camarote ao banquete da Direita. Foram vocês que lhes estenderam a passadeira do poder. Agora, como dizia o outro, "aguenta e não chora". Ou, mais propriamente: "Ó Xuxa, relaxa que encaxa".
Há uns dois anos escrevi aqui que António Costa seria o sucessor de Sócrates. É claro que isto seria num cenário de transição relativamente pacífica de poder. Nesta conjuntura, só se ele fosse maluco.
Portanto temos dois.
O Tozé Seguro conseguiu, ainda antes de ser candidato e nos primeiros cinco minutos depois de anunciar-se candidato, dar todos os sinais de que não podia sequer ser candidato. O seu único trunfo é dar aquela pala de "ah e tal, eu até era contra o Sócrates". Talvez fosse. Talvez tenha sido dos que menos elogiou o "querido líder" e dos que mais criticou o dito. Mas criticou-o tão pouco que isso não serve para nada. Criticou-o muito menos do que qualquer tipo minimanente consciente devia ter feito. Na prática, foi apenas a versão "jovem" do Pateta Alegre: o idiota útil, para fingir que aquilo era vagamente democrático e livre.
Quanto ao Assis, elogiei-o aqui há uns meses, e fui criticado, compreensivelmente, pelos meus camaradas de tasco. Disse na altura, e mantenho-o, que no meio de toda a máquina socrática era dos poucos que procurava fazer pontes, encontrar compromissos e que conseguia resistir à tentação de, ao contrário de todos os seus comparsas, sentir-se infalível e superior ao resto do mundo. Mas daí até ser líder do PS vai um bom pedaço. Daí a ser um candidato que, de forma credível, possa discutir o governo, vai um caminho estratosférico. O seu único trunfo foi, com um líder narcisista e psicótico como Sócrates, ter feito o melhor trabalho possível enquanto líder parlamentar, sem se sujar demasiado com isso. Mas o que fez o senhor ao apresentar a sua candidatura? Disse que "não escondo o trabalho que fiz em conjunto com o Governo e tenho muito orgulho do trabalho que fizemos nos últimos anos", por entre elogios ao camarada Sócrates.
Isto mostra, obviamente, que não percebeu nada.
Neste momento, Sócrates é peçonha, é a verdadeira lepra, e quem se senta ao seu lado está queimado e merece lixar-se à grande. O mesmo digo de Ferro Rodrigues, esse socialista de pacotilha. Que, se queria alguma vez ter credibilidade - pelo menos entre o eleitorado mais à Esquerda - nunca na vida poderia ter voltado do seu exílio dourado para dar a mão na campanha de Sócrates, o tipo que mais fez no PS tudo ao contrário do que Ferro Rodrigues alguma vez defendeu.
São todos merda, e merecem a travessia do deserto que vão fazer.
António Costa, como é óbvio e como era totalmente previsível, resguardou-se. Há quem diga que ele é o novo António Vitorino, o tipo que um dia vai ser líder, um dia, um dia, até nunca mais ser.
Não concordo.
Vai ser líder e vai ser primeiro-ministro. O que é lixado é que só o vai ser daqui a oito anos (sim, eu acredito que os troikos da Direita vão papar dois mandatos seguidos, sem espinhas).
Neste momento, o PS não é apenas um partido feito em merda. É um partido que não tem lugar nenhum para onde se dirigir. Não pode ir para a Direita, porque a Direita está no poder. Não pode ir para a Esquerda porque, enquanto houver um pingo de memória neste povo, não tem qualquer credibilidade para o fazer (virá sempre a crítica de "então se propõem isso agora, o que raio andaram a fazer durante seis anos no Governo"?). E não pode sequer colar-se à contestação às medidas polémicas e crueis do Governo de Direita, porque, por acaso, até foi o PS quem as assinou.
Ou seja, quem for para lá agora, é "para queimar".
António Costa consegue manter uma grande visibilidade política, estando na CM de Lisboa (onde não tem feito nada de jeito), aumenta a sua aura de D. Sebastião do PS e deixa os outros irem cozinhando, "em lume brando".
Quando for hora, quando houver sérias probabilidades de conquistar o poder, ele lá estará. Podem apostar nisso. Chegará e ganhará sem dificuldade. Até porque, depois do furacão Sócrates ter arrasado com o PS, não se vislumbra no partido qualquer figura que possa ganhar dimensão suficiente para poder vir a ser importante, daqui a quatro anos.
Entretanto, xuxas e boyzitos, assistam de camarote ao banquete da Direita. Foram vocês que lhes estenderam a passadeira do poder. Agora, como dizia o outro, "aguenta e não chora". Ou, mais propriamente: "Ó Xuxa, relaxa que encaxa".
terça-feira, 7 de junho de 2011
Nuestros Germanos
Ainda bem que os alemães desistiram de meter as culpas do e-Coli nos rebentos.
É muito feio culpar as crianças.
É muito feio culpar as crianças.
segunda-feira, 6 de junho de 2011
Publicidade Institucional
(Pedro Passos Coelho, em declarações proferidas hoje aos jornalistas à saída de sua casa em Massamá: "Os portugueses vão precisar de muita coragem para os próximos anos". Aiiiiii.)
Rescaldo eleitoral
Bora lá directos à vaca fria.
Um desfecho relativamente previsível e que inequivocamente expressa o desejo de mudança. Não há volta a dar-lhe.
O vencedor da noite é, sem dúvida, Passos Coelho. Nunca foi bem visto dentro do seu próprio partido, que o olha como um maltrapilho suburbano, mas foi ele quem levou o PSD à vitória. À partida, ainda antes da campanha e das sondagens, a mera lógica diria que o PSD devia lutar pela maioria absoluta sozinho. Em qualquer país normal, isso aconteceria. E nunca ter estado perto, enfim, tira grande brilho à vitória. A questão é de expectativas. E, depois de ter chegado a haver dúvida sobre quem ganharia as eleições, ganhar com esta distância para o PS compensa essa primeira derrota à partida. Optou por uma campanha estilo suicida, procurando "falar verdade" quando sabemos que o tuga não quer ouvir a verdade; vincou o seu estilo liberal sem vergonha, o que é inédito em Portugal; quis discutir os assuntos, e com isso foi entalado por Sócrates enquanto este se aguentou. Mas ganhou, será o próximo primeiro-ministro, e de um governo de maioria absoluta. E mais, um trunfo que ninguém nunca lhe poderá tirar: de todos os que tentaram, foi ele a acabar com o mito do Sócrates invencível.
Portas é outro dos vencedores. Mas também aqui há uma dualidade: em termos de resultado final é muito bom; em termos de comparação com as expectativas, não é assim tão brilhante. Mas é uma vitória inequívoca. Deixa Bloco e PC a léguas e vai para o Governo. Mais, conquistou muitos votos novos, o que é um bom sinal para o futuro crescimento do partido.
E chega de vencedores.
Os dois grandes derrotados são o Bloco e o PS/Sócrates.
O Bloco perde votos, muitos, e perde deputados, muitos. Um desastre completo, que obriga, sem dúvida, a uma profunda reflexão sobre o seu futuro enquanto movimento político. Creio que, nada sendo feito, há mesmo um sério perigo de extinção a médio prazo.
E depois Sócrates. Esta é a sua derrota, mais do que toda a gente. Lutou até onde pôde, com todas as armas, sobretudo as mais sujas, já que não tinha muitas outras. Sai pela porta pequena, com uma votação fraquíssima. A cara de pau, a mentira e a hipocrisia não chegam para tudo, mesmo que consigam enganar muita gente. Quanto a Sócrates, fico por aqui. Reservo para os próximos dias um texto totalmente dedicado a este grande filho da puta, com todo o respeito pela senhora sua mãe.
Há também que referir a derrota do PS. Ligada à de Sócrates, mas de natureza diferente. Perdeu porque se perdeu enquanto partido. Porque insistiu no autismo, na via única. Elevaram Sócrates aos céus numa cerimónia digna da IURD, e pagam agora o preço. Com um bocadinho de jeito do outro lado, o PS arrisca-se a passar oito anos sem tocar na chincha.
E há o PC, em quem eu votei. Que, como habitualmente, diz que ganhou. Não ganhou, perdeu. Subiu uma décima, creio, mas perdeu. Uma conjuntura em que o FMI entra em Portugal, com tudo o que a isso está ideologicamente associado, teria necessariamente de ser campo fértil para o crescimento da CDU. Aguentou-se, manteve-se, e insiste estupidamente no discurso de vitória. Não chega.
A vitória, a grande vitória, não foi de nenhum partido: foi da troika. Os 3 partidos que apoiaram as medidas da troika (ainda que o PS tenha fingido que não tinha nada a ver com o assunto) têm quase 90% dos votos expressos. E isto significa que os portugueses - pelo menos os que foram votar - querem mudança e admitem que a mudança vai nesse sentido. Os dois partidos que cometeram a estupidez de nem sequer se sentar com a troika são, agora, quase irrelevantes a nível parlamentar.
A verdade é que a Direita subiu, e a Esquerda não. O PS caiu, mas os dois partidos à Esquerda não conseguiram ganhar minimamente com uma transferência dos votos do PS. Ou foram para a Direita, ou pura e simplesmente não votaram, mais esta última. E isto passou-se com o PS e, em menos escala, com o Bloco. Ou seja, votos da Esquerda que, simplesmente, se evaporaram.
Não houve motins em Portugal por causa do FMI, e isso é porque as pessoas sabem que é preciso mudar de vida e sabem que os partidos do poder, nomeadamente o PS, nunca o quereriam fazer. Cabia à esquerda, ao Bloco e ao PC oferecer uma alternativa nesse mudar de vida. Mas não o souberam fazer, ou pelo menos não de forma convincente.
Os portugueses querem a troika. Os portugueses amam a troika.
Os portugueses querem mudança, nem que seja assim, à bruta. Quem não lhes deu uma via, uma esperança de mudança, foi castigado. Às vezes, não chega dizer não. E esta foi uma dessas vezes.
Notas soltas:
- o verdadeiro pontapé na boca que o Miguel Sousa Tavares mandou ao Tozé Seguro, quando este anunciou, de forma trapalhona e titubeante, a sua candidatura. Está certo que o rapaz é assim meio parvo e meio mole, e meio inábil e tudo, mas aquela agressividade toda do comentador cheira a qualquer coisa de pessoal.
- As "balls of steel" da jornalista da Renascença que, em pleno Altis e rodeada de xuxas a espumar da boca, fodeu o Socas com a pergunta de se ele temia que, agora que está fora do poder, os processos judiciais voltassem a atormentá-lo
- o clima de fanatismo quase religioso e de completa negação, de cabeça perdida, com que os mesmos xuxas aplaudiram o Socas, o coveiro do PS
- o facto de dois jornalistas da TVI terem sido empurrados por seguranças de José Sócrates contra uma porta de vidro, indo parar ao hospital. Ao ouvir o barulho pensei que fosse a mona do Sócrates que não entrava no átrio, mas infelizmente foi algo mais grave...
- o discurso positivo e unificador de Passos Coelho, quando eu esperava, aliás ansiava, uma revanche contra Sócrates
Nos próximos dias teremos os próximos capítulos, sempre aqui, no tasco mais infecto deste Portugal alaranjado. Até lá.
Um desfecho relativamente previsível e que inequivocamente expressa o desejo de mudança. Não há volta a dar-lhe.
O vencedor da noite é, sem dúvida, Passos Coelho. Nunca foi bem visto dentro do seu próprio partido, que o olha como um maltrapilho suburbano, mas foi ele quem levou o PSD à vitória. À partida, ainda antes da campanha e das sondagens, a mera lógica diria que o PSD devia lutar pela maioria absoluta sozinho. Em qualquer país normal, isso aconteceria. E nunca ter estado perto, enfim, tira grande brilho à vitória. A questão é de expectativas. E, depois de ter chegado a haver dúvida sobre quem ganharia as eleições, ganhar com esta distância para o PS compensa essa primeira derrota à partida. Optou por uma campanha estilo suicida, procurando "falar verdade" quando sabemos que o tuga não quer ouvir a verdade; vincou o seu estilo liberal sem vergonha, o que é inédito em Portugal; quis discutir os assuntos, e com isso foi entalado por Sócrates enquanto este se aguentou. Mas ganhou, será o próximo primeiro-ministro, e de um governo de maioria absoluta. E mais, um trunfo que ninguém nunca lhe poderá tirar: de todos os que tentaram, foi ele a acabar com o mito do Sócrates invencível.
Portas é outro dos vencedores. Mas também aqui há uma dualidade: em termos de resultado final é muito bom; em termos de comparação com as expectativas, não é assim tão brilhante. Mas é uma vitória inequívoca. Deixa Bloco e PC a léguas e vai para o Governo. Mais, conquistou muitos votos novos, o que é um bom sinal para o futuro crescimento do partido.
E chega de vencedores.
Os dois grandes derrotados são o Bloco e o PS/Sócrates.
O Bloco perde votos, muitos, e perde deputados, muitos. Um desastre completo, que obriga, sem dúvida, a uma profunda reflexão sobre o seu futuro enquanto movimento político. Creio que, nada sendo feito, há mesmo um sério perigo de extinção a médio prazo.
E depois Sócrates. Esta é a sua derrota, mais do que toda a gente. Lutou até onde pôde, com todas as armas, sobretudo as mais sujas, já que não tinha muitas outras. Sai pela porta pequena, com uma votação fraquíssima. A cara de pau, a mentira e a hipocrisia não chegam para tudo, mesmo que consigam enganar muita gente. Quanto a Sócrates, fico por aqui. Reservo para os próximos dias um texto totalmente dedicado a este grande filho da puta, com todo o respeito pela senhora sua mãe.
Há também que referir a derrota do PS. Ligada à de Sócrates, mas de natureza diferente. Perdeu porque se perdeu enquanto partido. Porque insistiu no autismo, na via única. Elevaram Sócrates aos céus numa cerimónia digna da IURD, e pagam agora o preço. Com um bocadinho de jeito do outro lado, o PS arrisca-se a passar oito anos sem tocar na chincha.
E há o PC, em quem eu votei. Que, como habitualmente, diz que ganhou. Não ganhou, perdeu. Subiu uma décima, creio, mas perdeu. Uma conjuntura em que o FMI entra em Portugal, com tudo o que a isso está ideologicamente associado, teria necessariamente de ser campo fértil para o crescimento da CDU. Aguentou-se, manteve-se, e insiste estupidamente no discurso de vitória. Não chega.
A vitória, a grande vitória, não foi de nenhum partido: foi da troika. Os 3 partidos que apoiaram as medidas da troika (ainda que o PS tenha fingido que não tinha nada a ver com o assunto) têm quase 90% dos votos expressos. E isto significa que os portugueses - pelo menos os que foram votar - querem mudança e admitem que a mudança vai nesse sentido. Os dois partidos que cometeram a estupidez de nem sequer se sentar com a troika são, agora, quase irrelevantes a nível parlamentar.
A verdade é que a Direita subiu, e a Esquerda não. O PS caiu, mas os dois partidos à Esquerda não conseguiram ganhar minimamente com uma transferência dos votos do PS. Ou foram para a Direita, ou pura e simplesmente não votaram, mais esta última. E isto passou-se com o PS e, em menos escala, com o Bloco. Ou seja, votos da Esquerda que, simplesmente, se evaporaram.
Não houve motins em Portugal por causa do FMI, e isso é porque as pessoas sabem que é preciso mudar de vida e sabem que os partidos do poder, nomeadamente o PS, nunca o quereriam fazer. Cabia à esquerda, ao Bloco e ao PC oferecer uma alternativa nesse mudar de vida. Mas não o souberam fazer, ou pelo menos não de forma convincente.
Os portugueses querem a troika. Os portugueses amam a troika.
Os portugueses querem mudança, nem que seja assim, à bruta. Quem não lhes deu uma via, uma esperança de mudança, foi castigado. Às vezes, não chega dizer não. E esta foi uma dessas vezes.
Notas soltas:
- o verdadeiro pontapé na boca que o Miguel Sousa Tavares mandou ao Tozé Seguro, quando este anunciou, de forma trapalhona e titubeante, a sua candidatura. Está certo que o rapaz é assim meio parvo e meio mole, e meio inábil e tudo, mas aquela agressividade toda do comentador cheira a qualquer coisa de pessoal.
- As "balls of steel" da jornalista da Renascença que, em pleno Altis e rodeada de xuxas a espumar da boca, fodeu o Socas com a pergunta de se ele temia que, agora que está fora do poder, os processos judiciais voltassem a atormentá-lo
- o clima de fanatismo quase religioso e de completa negação, de cabeça perdida, com que os mesmos xuxas aplaudiram o Socas, o coveiro do PS
- o facto de dois jornalistas da TVI terem sido empurrados por seguranças de José Sócrates contra uma porta de vidro, indo parar ao hospital. Ao ouvir o barulho pensei que fosse a mona do Sócrates que não entrava no átrio, mas infelizmente foi algo mais grave...
- o discurso positivo e unificador de Passos Coelho, quando eu esperava, aliás ansiava, uma revanche contra Sócrates
Nos próximos dias teremos os próximos capítulos, sempre aqui, no tasco mais infecto deste Portugal alaranjado. Até lá.
domingo, 5 de junho de 2011
Siga pa bingo
É oficial, malta. O Socas já foi.
É favor começar a dizer mal, e em força, do Xôr Passos Coelho.
A Gerência.
É favor começar a dizer mal, e em força, do Xôr Passos Coelho.
A Gerência.
Trivia acerca do nosso novo 1º Ministro
Considera-se o mais africano dos candidatos. Partilha assim com o Reinaldo um continente, um fisionomia generosa e uma predilecção por cantoras das Doce.
Trivia acerca do nosso novo 1º Ministro
Foi casado com uma cantora das Doce. Não é a mesma que teve um percalço anal com o Reinaldo.
Trivia acerca do nosso novo 1º Ministro
Miguel Relvas disse sobre Pedro Passos Coelho - "É um bom melão. Estamos em presença de um bom melão".
Receio concordar.
Receio concordar.
Trivia acerca do nosso novo 1º Ministro
Já cantou fado, teve aulas de canto lírico e participou num casting para um espectáculo do Filipe La Feria.
Trivia acerca do nosso novo 1º Ministro
Vive em Massamá, o que o coloca mais perto do Povo e mais longe de alguma vez sairmos deste buraco.
Trivia acerca do nosso novo 1º Ministro
Entre 2007 e 2009 foi Administrador Executivo, Administrador Não Executivo, Administrador Delegado, Administrador Financeiro, Director Financeiro e Presidente em 8 empresas do seu amigo e colega de partido Ângelo Correia.
Federer Rocher
Eu não sou grande fã de ténis.
Quando eu era puto, na minha zona, um tipo tinha de pagar 600 paus para jogar uma hora. Mesmo dividindo por dois, era uma fortuna, sobretudo tendo em atenção que na Tasca "O Petisqueiro", na Rebelva, um xavalo se embebedava brutalmente por menos de metade disso.
Quando queríamos jogar à bola, juntava-se a malta suficiente e saltava-se o muro da escola. De qualquer escola. Quando era puto, nada nem ninguém nos podia impedir de jogar à bola, nem que fosse na rua, e foi muita vez.
E eu até gostava de jogar ténis, mas criou-se logo um preconceito. Não posso admirar um jogo que, enquanto puto, me obrigava a pagar para o praticar. Enfim, coisa de elites.
Diz que o Federer ganhou ao não sei quantosVic. E que vai jogar com o Nadal. Caguei para os dois. Deixei de seguir ténis quando acabou o Ivan Lendl, a máquina de leste que eu curtia. Depois disso, do Noah e do Becker, o ténis foi cena de americanos. Sampras e companhias, tipos sem qualquer carisma, como a fórmula 1 de agora.
Mas estou a torcer pelo Nadal. Numa lógica meramente de José Sócrates: quero que o Roger Ferrero perca.
Porquê? É simples.
Além de ter o carisma de um rodapé de cantina prisional, é suíço. E um suíço, let's face it, não pode ser o melhor do mundo. Em nada. Bem, excepto a fazer relógios de cuco. E a comer chocolates. E pode ser um bom banqueiro ou campeão de ski. Mas não pode, não merece, ser o número 1 de qualquer desporto que se diga civilizado.
Era como um preto da Damaia ser campeão de curling. A coisa não joga.
Por isso, Roger Federer Rocher, continua a papar xiculates e a fazer anúncios a relógios para velhos impotentes. Deixa-te é de desporto, que isso é coisa para país de pobres.
Quando eu era puto, na minha zona, um tipo tinha de pagar 600 paus para jogar uma hora. Mesmo dividindo por dois, era uma fortuna, sobretudo tendo em atenção que na Tasca "O Petisqueiro", na Rebelva, um xavalo se embebedava brutalmente por menos de metade disso.
Quando queríamos jogar à bola, juntava-se a malta suficiente e saltava-se o muro da escola. De qualquer escola. Quando era puto, nada nem ninguém nos podia impedir de jogar à bola, nem que fosse na rua, e foi muita vez.
E eu até gostava de jogar ténis, mas criou-se logo um preconceito. Não posso admirar um jogo que, enquanto puto, me obrigava a pagar para o praticar. Enfim, coisa de elites.
Diz que o Federer ganhou ao não sei quantosVic. E que vai jogar com o Nadal. Caguei para os dois. Deixei de seguir ténis quando acabou o Ivan Lendl, a máquina de leste que eu curtia. Depois disso, do Noah e do Becker, o ténis foi cena de americanos. Sampras e companhias, tipos sem qualquer carisma, como a fórmula 1 de agora.
Mas estou a torcer pelo Nadal. Numa lógica meramente de José Sócrates: quero que o Roger Ferrero perca.
Porquê? É simples.
Além de ter o carisma de um rodapé de cantina prisional, é suíço. E um suíço, let's face it, não pode ser o melhor do mundo. Em nada. Bem, excepto a fazer relógios de cuco. E a comer chocolates. E pode ser um bom banqueiro ou campeão de ski. Mas não pode, não merece, ser o número 1 de qualquer desporto que se diga civilizado.
Era como um preto da Damaia ser campeão de curling. A coisa não joga.
Por isso, Roger Federer Rocher, continua a papar xiculates e a fazer anúncios a relógios para velhos impotentes. Deixa-te é de desporto, que isso é coisa para país de pobres.
O meu voto
Quebrando o dia de reflexão, a qual não foi muito necessária, passo a explicar o meu voto.
Vou votar, novamente, no Jerónimo.
Não vou votar no PC, não votar nessa ficção chamada CDU. Vou votar no Jerónimo.
Eu voto sempre. E normalmente não é em branco. Escolho uma das cruzes e zás. Mas desta vez o meu voto será provavelmente, o voto menos convicto, aquele do qual estou menos convencido, de sempre.
Nunca votaria no Sócrates, e não estou preparado, de forma alguma, para votar na direita.
O Bloco desiludiu-me forte e feio, nos últimos anos. Assim como o PC, mas mais.
Se ao PC censuro fortemente a recusa em sequer encontrar-se com a troika, abdicando da hipótese de vincar os seus pontos de vista, ao Bloco junto isso ao apoio impossível ao Manuel Alegre e ao episódio da crítica à ameaça de moção de censura do PC, para logo de seguida apresentar a sua.
Nestas eleições, o que importa é correr com o Sócrates. De preferência que ele tenha não apenas uma derrota, mas uma derrota o mais humilhante possível. O que, infelizmente, não vai acontecer. Vai perder, mas terá milhões de mentecaptos e iludidos que lhe darão o voto. É pena.
Fora isso, todos os votos são legítimos. Tenho amigos que vão votar Portas, e isso para mim é normal. É até saudável. Outros Passos Coelho, etc, etc. É legítimo. Até no Partido dos Animais e no MEP, cujo líder parece ser um bom tipo. Mas não consigo entender quem vote no Sócrates.
Sim, também o PC me desiludiu, e não é de agora. É claro que isso acontece em todos os partidos. Vou votar no Jerónimo porque, depois do Sócrates, peço muito pouco. Um tipo honesto e bem intencionado. E nisso, para mim, Jerónimo é imbatível.
Infelizmente, isso basta-me.
Que muita gente vote, é o que desejo.
Logo à noite há mais.
Vou votar, novamente, no Jerónimo.
Não vou votar no PC, não votar nessa ficção chamada CDU. Vou votar no Jerónimo.
Eu voto sempre. E normalmente não é em branco. Escolho uma das cruzes e zás. Mas desta vez o meu voto será provavelmente, o voto menos convicto, aquele do qual estou menos convencido, de sempre.
Nunca votaria no Sócrates, e não estou preparado, de forma alguma, para votar na direita.
O Bloco desiludiu-me forte e feio, nos últimos anos. Assim como o PC, mas mais.
Se ao PC censuro fortemente a recusa em sequer encontrar-se com a troika, abdicando da hipótese de vincar os seus pontos de vista, ao Bloco junto isso ao apoio impossível ao Manuel Alegre e ao episódio da crítica à ameaça de moção de censura do PC, para logo de seguida apresentar a sua.
Nestas eleições, o que importa é correr com o Sócrates. De preferência que ele tenha não apenas uma derrota, mas uma derrota o mais humilhante possível. O que, infelizmente, não vai acontecer. Vai perder, mas terá milhões de mentecaptos e iludidos que lhe darão o voto. É pena.
Fora isso, todos os votos são legítimos. Tenho amigos que vão votar Portas, e isso para mim é normal. É até saudável. Outros Passos Coelho, etc, etc. É legítimo. Até no Partido dos Animais e no MEP, cujo líder parece ser um bom tipo. Mas não consigo entender quem vote no Sócrates.
Sim, também o PC me desiludiu, e não é de agora. É claro que isso acontece em todos os partidos. Vou votar no Jerónimo porque, depois do Sócrates, peço muito pouco. Um tipo honesto e bem intencionado. E nisso, para mim, Jerónimo é imbatível.
Infelizmente, isso basta-me.
Que muita gente vote, é o que desejo.
Logo à noite há mais.
sexta-feira, 3 de junho de 2011
quinta-feira, 2 de junho de 2011
Gotcha!
José Sócrates tem um tique - abre a boca e emite sons - que permite perceber quando está a mentir.
quarta-feira, 1 de junho de 2011
Cara de Pau
Referindo-se à "manifestação à porta" do restaurante onde a sua comitiva almoçava, o líder socialista José Sócrates questionou porque é que as pessoas que têm determinados pontos de vista não fazem "a promoção do seu em vez de andarem insistentemente a criticar o dos outros".
Isto lembra-me alguma coisa....
Isto lembra-me alguma coisa....
Slip of the mask
"Apelo ao voto dos trabalhadores portugueses no PS. Votar em partidos à nossa esquerda não é um voto inútil, é dar a vitória ao PSD, é querer Pedro Passos Coelho como primeiro-ministro" - João Proença, hoje, em acção de campanha do PS, em Torres Vedras.
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