sexta-feira, 30 de dezembro de 2005
2005 foi, para mim, um bom ano.
Duro, difícil, problemático, e por isso mesmo muito interessante.
Foi o ano em que finalmente perdi a vergonha e comecei a enviar livros para as editoras, para receber a temida rejeição.
Foi o ano em que recebi uma proposta para mudar de emprego, e que não tive medo de aceitar.
Foi o ano em que arranjei o meu gato, que já faz parte da casa tanto como eu.
Foi o ano em que muitos casais amigos se separaram, todos de forma surpreendente. Uns ficarão melhor, outros pior, mas todos fazem o seu caminho.
Foi o ano em que o meu pai foi operado ao coração e ficou internado após algumas complicações, e a primeira vez em que senti o medo real de o perder. Está vivo e bem, e agora sei bem a falta que ele me faria.
Foi um ano em que fui obrigado a estar vivo todos os segundos. Alerta, vivo, atento, sensível, duro, frágil e forte ao mesmo tempo.
Há um ano atrás, 2005 não me metia medo nenhum, porque eu sentia que seria um ano igual aos anteriores.
Felizmente não foi assim.
2006, que está prestes a começar, dá-me um medo do caraças por causa de todos os desafios que aí vêm, mas dá-me também uma pica desgraçada para os enfrentar.
E é assim que eu gosto.
Estou vivo.
Desejo-vos um óptimo 2006.
Segundo uma sondagem divulgada pelo Expresso, um milhão de portugueses, ou 10% do total, são homossexuais.
A pergunta que se impõe é: onde raio fez o Espesso esta tal sondagem?
a) na casa de banho do José Castelo Branco
b) no grupo parlamentar do CDS
c) no estádio de Alvalade, ou Alvaláxia ou lá o que é….
d) no Príncipe Real
e) no Conselho de Ministros
f) na redacção do Expresso
quinta-feira, 29 de dezembro de 2005
Acontecimento do Ano (ex-quo) - Benfica Campeão Nacional, Vitória do Glorioso sobre o Manxêsta
Boa Noticia do Ano - Raviolli Ninja y su Alcagoita vão ser pais
Idiotices Tipicamente Lusas do Ano: Andaime Gigante de Natal na Praça do Comércio, Pão com Chouriço de 1 Km, Bolo-rei de uma tonelada
Milagre de São Santana e Beato Barroso do Ano - Maioria Absoluta do Partido Socialista
Santinha da Ladeira do Ano - Maria José Nogueira Pinto
Bardo do Ano - Manuel Alegre
Bardo Cego do Ano - Manuel Alegre p'lo facto de fazer um ode ao Figo, em vez de à esposa do dito cujo
Manuel Alegre do Ano - Manuel João Vieira
Fava do Ano - Cavaco Silva
Cú do Ano - Cú Méne e Cú Adriaanse
Agora Lambo este Cú do Ano - Luis Delgado
Não Há Cú para este Gajo do Ano - Eduardo Prado Coelho (since 1800's)
Cinematografias do Ano - Carlinhos e a Fábrica dos Chiculátes, Life Aquatic with Steve Zissou, Wallace & Grommit, Closer, The Hitchhikers Guide do Galaxy
Sonoros do Ano - Arcade Fire, Death From Above 1979, The Kills, Bloc Party
Sonoro Épico do Ano - The Mars Volta "Frances The Mute"
Filme Romântico com Zombies do Ano - Shaun of the Dead
Regresso do Zombie do Ano - Shaun Ryder
Comédia Britânica do Ano - Little Britain
Programa de TV do Ano - Na Roça com os Tachos
Joquim de Almeida do Ano - Joaquim de Almeida
quarta-feira, 28 de dezembro de 2005
Depois de tanta especulação, afinal a casa do Almeida Garrett, ali em Campo de Ourique, vai mesmo ser demolida.
O nosso estimado Sacana Lopes, como é seu hábito, tinha entrado no processo como salvador da pátria e assegurado que a Câmara Municipal de Lisboa não deixaria que tal fosse por diante.
Ora acontece que tudo o que se passou então foram manobras dilatórias sem qualquer propósito.
E hoje veio a confirmação: vão deitar abaixo a casa de um dos maiores vultos da cultura portuguesa (para quem eu me estou um bocado a cagar, já agora).
Mas achei interessantes os argumentos da CM de Lisboa, pela voz da vereadora Gabriela Seara.
Basicamente, não há dinheiro para comprar a casa, até porque há outras prioridades (como o túnel do Marquês, talvez, ou para andar a meter cartazes de louvor ao executivo camarário).
Assim, fica tudo em águas de bacalhau, ou seja, vai em frente o projecto anterior para o sítio onde está a casa: um prédio de cinco pisos com apartamento luxuosos com garagem para estacionamento, projecto curiosamente aprovado pela Câmara Municipal de Lisboa.
É curioso que este post tenha começado por falar em especulação....
Acontecimento do ano – Glorioso campeão.
Gaja do ano – Soraia Chaves (Isabel Figueira, a vencedora do ano anterior, foi desqualificada por ser ter casado com um parolo qualquer cujo nome não me lembro)
Feliz despedida do ano – Manuela Moura Guedes
Infeliz despedida do ano - George Best e, claro está, Tarzan Taborda
Disco do ano – You can have it so much better – Franz Ferdinand
Hemorróida do ano – Morangos com Açúcar (DZRT incluídos)
Concerto do ano – Emir Kusturica & the no smoking band – Coliseu, Janeiro
Kalimero do ano – Pedro Santana Lopes
Pinóquio do ano – José Sócrates
Filme do ano – Alice- Marco Martins
Blog do ano – Garfiar
Bosta do ano – TVI, pelo terceiro ano consecutivo
Prémio DZRT do ano – Da Weasel (tchiiiiii, eu sei, seu sei, sorry)
Banda do ano – Da Weasel (pela mais que justa consagração)
Personagem do ano – Inspector rola
Bezana do ano – 23/12/2005 – Bairro Alto (moscatel, tinto, medronho e cerveja), e uma nova pintura do passeio
Prémio “Ganda cabrão, sem saber ler nem escrever” do ano – César Peixoto
via msn
...
Steve Stall: Vi um disco externo na Fnac porreiro. Tinha interface próprio e tudo.
Raviolli_Ninja: Esse é bué fixe, dá para Wireless ou Lan normal. Dá para pôr a casa toda mandar merdas para lá.
Steve Stall: O Exaustor a fazer backups. Ao fim do ano apresentava relatório.
Raviolli_Ninja: "Emissão de 500 Kg de dióxido de carbono, vai ser reportado ao Tratado de Quioto".
Raviolli_Ninja: Ao fim de 30 minutos tinhas uns polícias a dar-te com cacetetes na cabeça.
Steve Stall: Trabalha caralho.
terça-feira, 27 de dezembro de 2005
Blog do Ano: Rititi
Pior Blog do Ano: Barnabé
Metralhas do Ano: Isaltino, Fátima, Valentim e Avelino
Salada de Putas do Ano: Apito Dourado
Presumível Inocente do Ano: Paulo Pedroso
Boato do Ano: Afinal, o José Sócrates é mesmo paneleiro
Burla do Ano: A promessa do PS de não aumentar os impostos
Deputado do Ano: António Filipe
Assalto à mão armada do Ano: Projectos da OTA e do TGV
Não Assalto do Ano: Arrastão de Carcavelos
Ratazana de Igreja do Ano: João César das Neves
Inferno do Ano: Paris
Filme do Ano: Million Dollar Baby
Disco do Ano: Funeral, dos Arcade Fire
Frase Freak do Ano: "Olá, eu sou o Zé Milho dos Dzert"
Frase Porno do Ano: “Vai dizer à tua mãe que não gostas”
quinta-feira, 22 de dezembro de 2005
Vai para Ribeiro e Castro, presidente interino do CDS/PP, que defendeu a perigosa ligação entre a esquerda e os fenómenos terroristas que se vivem no mundo.
“A esquerda tem responsabilidades em grandes males do mundo. Isso é indiscutível. É importante que a esquerda se saiba libertar dessas suas referências tremendas de violência, crueldade e intolerância”, afirmou o tipo, fazendo referência a Che Guevara, que é alvo de uma admiração juvenil que Ribeiro e Castro considera “preocupante”.
E ele vai mais longe.
Che Guevara é “um dos grandes assassinos do final do Século XX”, o que é uma afirmação particularmente adequada visto que o revolucionário argentino só foi assassinado em 1967….
Sylsvester Stallone, o actor que está a filmar o sexto filme da grande saga Rocky, desmaiou em pleno set, ao levar “uma forte pancada na cabeça”.
Que se calem as línguas maldosas que dizem que o Sly está velho demais para ressuscitar Rocky Balboa: o homem levantou-se, partiu a boca toda ao Ivan Drago, roubou os colares ao Mr. T, desancou toda a equipa de filmagens (menos o produtor, que conseguiu fugir) e acabou a cena a gritar pelo camafeu da sua esposa: AAAAAAAADDRRRIIIIIIIIAAAAAAAAAAAAAAANNNN!!!!!!
O BES queria fazer nevar no Marquês de Pombal, embora eu pessoalmente preferisse que trouxessem o calor da Jamaica à baixa lisboeta.
Infelizmente, os transeuntes que se aglomeravam na rotunda central da nossa querida cidade, ficaram a ver navios, isto é, não viram neve alguma, apenas dois atropelamentos (apenas um mortal) e quatro acidentes (um deles em cadeia).
Isto porque o banco, sabendo do domínio laranja na Câmara de Lisboa se “esqueceu” de pedir uma autorização necessária para o efeito.
Eu não percebo por que raio uma Câmara que escavaca a cidade inteira para fazer a merda de um túnel inútil, e caga de alto para o estudo de impacto ambiental obrigatório, decide agora limitar esta magnífica acção promocional do BES.
E pensar que para abater sobreiros protegidos basta uma machadinha……
quarta-feira, 21 de dezembro de 2005
segunda-feira, 19 de dezembro de 2005
O deputado João Almeida foi ontem eleito, pela quarta vez, líder da Juventude Popular.
O jovem (?) mostra que já entrou no caixote do lixo do século XXI, e diz que pretende “conquistar a geração que vê os Morangos com Açúcar, que usa o Messenger e o Hi5 e que saca músicas da Internet”.
O Vodka aproveita esta ocasião para deixar os parabéns a esse ser, cuja maior qualidade é ter o penteado mais ridículo desde o Marquês de Pombal.
O plano tecnológico, esse insondável mistério, foi uma das bandeiras eleitorais de Sócrates, um bocado como foi o Jardel para o Vilarinho. Tal como nesse outro caso, parece que tudo não passou de fogo de vista.
Senão vejamos: o primeiro coordenador, José Tavares, foi descrito como o maior génio desde Da Vinci, mas saiu sem fazer fosse o que fosse; o segundo, um tal de Lebre de Freitas, outro técnico fabuloso, saiu menos de um mês depois, sem mostrar serviço de qualquer espécie.
Até que entrou o salvador, um tal de Carlos Zorrinho.
Não é técnico, embora saiba mandar sms e e-mails, mas tem uma qualidade que o coloca à frente de toda a gente: é um boy.
Portugal tem esta incompreensível fixação pelos políticos, considerando-os capazes de todas as tarefas, por mais específicas que sejam.
E assim segue a banda, que é Natal e coisa e tal, com o Jardel de José Sócrates completamente ferido de morte.
sexta-feira, 16 de dezembro de 2005
Contam-me – que eu não vi – que, ontem, no debate entre o Jerónimo Sousa e o Francisco Louçã, este último terá aproveitado a sua intervenção final para elogiar João Amaral e Lino de Carvalho.
Assenta bem a Louçã esta prática tão portuguesa de elogiar mortos depois de mortos!
No Abrupto, Pacheco Pereira classifica o acto de oportunismo político. Eufemístico, parece-me, considerando o historial do líder bloquista.
São correntes em Louçã os laivos de desbragado moralismo. Lembremo-nos, por exemplo, do debate em que proibiu a Paulo Portas de falar da vida por nunca ter sido pai.
Ontem, não fugiu à regra. Invocou as capacidades de dois inteligentes homens, como que querendo lembrar aos vivos, olhos nos olhos, que tempos houve em que existiam comunistas bons e que a ele, Francisco, homem impoluto neste mundo de esquerdas sectárias, cabe a invocação da boa palavra e das boas memórias da esquerda.
Ontem, no gesto firme e calculado da sua última intervenção, Louçã fez muito mais que oportunismo político. Da minha parte, agradeço-lhe não só a homenagem (lamentavelmente póstuma) feita a dois comunistas, mas sobretudo o seu contributo na fundação de uma nova doutrina de esquerda: o trotsquismo mórbido.
Obrigado, Francisco.
quinta-feira, 15 de dezembro de 2005
sexta-feira, 9 de dezembro de 2005
…eu quero que seja, e coiso e tal.
Ok.
Quando eu era puto, gostava do Natal. Faz sentido gostar do Natal quando se é puto. Depois, quando gastas mais em prendas do que o valor das que recebes, não só estás velho como o Natal deixa de fazer sentido.
Pior ainda, há quem diga que só então começas a “apreciar o verdadeiro espírito do Natal”.
Que fique claro, o verdadeiro espírito do Natal ou é uma merda ou não existe, ainda não me decidi.
O Natal, aquilo a que chamamos Natal, tem três vantagens: a) há um dia que é feriado; b) comes e bebes que nem uma besta; c) as pessoas dão-te prendas.
Como desvantagens há pelo menos 150, mas elenco as mais básicas, no meu modesto entender.
a) É suposto dares moedas aos desgraçadinhos do metro, aqueles que passaste o ano todo a ignorar, e apenas por ser Natal
b) A gaja lá de casa entra realmente no transe natalício e quer fazer uma árvore de Natal, não percebendo a tua completa falta de entusiasmo pelo ritual
c) Tens que estar com a família que não vês há um ano e que, muito francamente, preferes não ver
d) Pior, tens que passar a noite de Natal com eles, e aturar o cunhado atrasado mental, pelo simples facto de ser Natal
e) As ruas estão cheias de gente, que desce das montanhas para a visita anual à cidade
f) Está frio
g) Às vezes chove
h) Às vezes está frio e chove
i) Às vezes está frio, chove e faz vento
j) É Natal
Quando eu era puto gostava do Natal, e gostava por causa das prendas e porque era o centro das atenções. Lembro-me de desejar muito um carrinho foleiro que havia numa papelaria do meu bairro, na Parede, e a minha mãe acabou por mo oferecer, e eu adorei.
Recebi algumas vezes “A Minha Agenda”, que era um bocado gay para rapaz, mas gostei. Porque o melhor do Natal, aliás, a única coisa vagamente aceitável no Natal, são as prendas.
E hoje dei por mim a pensar nas prendas que sempre desejei e acabei por não receber (pelo menos até agora, nunca se sabe).
Deixo-as aqui, por ordem de importância/cobiça.
1- O barco dos piratas da Playmobil
2- Um carro telecomandado da Nikko
3- Uma verdadeira bola de cautchú (que recebi infelizmente demasiado tarde)
4- Uma fisga a sério
5- A Carmen Electra
6 - O castelo dos cóbóis da Palymobil
7- Um iPod (que merda burguesa).
Cavaco Silva, o terror do bolo-rei, disse ontem que “Portugal pode ser a nova Califórnia da Europa”.
Se ele se está a referir a uma invasão de silicone estrategicamente implantado, sou totalmente a favor.
Mas, tirando umas ondas porreiras em Carcavelos e no Guincho, não estou bem a ver que raio quer isto dizer……
terça-feira, 6 de dezembro de 2005
Na edição de 20 de Dezembro, o Blitz vai trazer a reedição do primeiro álbum dos Censurados, por mais uns euricos.
Com hinos como “Censurados”, “É difícil” ou “Os Animais”, esse é talvez o melhor trabalho de João Ribas e amigos.
Aqui fica a sugestão de prenda para os putos (como o meu irmão mais novo) que acham que os Limp Bizkit e outras merdas pré-fabricadas são “uma ganda cena”.
Alberto João Jardim vai comemorar o 30º aniversário da Região Autónoma da Madeira, inaugurando praças com o seu nome e distribuindo pela populaça milhares de bandeirinhas alusivas à região, para que sejam empunhadas numa monumental procissão.
Nestas coisas, parece que o senhor Jardim aprendeu as lições de organização de um barbudo idoso lá para os lados das Américas, percebendo-se agora por que gosta tanto de falar nos “cubanos”…..
segunda-feira, 5 de dezembro de 2005
quinta-feira, 1 de dezembro de 2005
Segundo um estudo hoje divulgado, Portugal é apenas o oitavo maior consumidor mundial de álcool per capita. Isto é dramático, porque há sete países em que cada um desses felizardos bebe mais, em média, que os desgraçados portugueses.
E há mais.
Há um ano, à nossa frente estavam apenas a França e o Luxemburgo, países que, como toda a gente sabe, estão cheios de tugas.
Mas agora, todo esse trabalho se perdeu.
No entanto, eu acredito em Portugal. Eu acredito que, com o esforço de todos, podemos sair da cauda da Europa e voltar a estar entre os maiores bêbados do mundo.
Eu acredito. Acredito e conto com todos.
Portugal precisa de si.
Tenho dito.
terça-feira, 29 de novembro de 2005
Que o Carlos Silvino, vulgo Bibi, voltou para casa, não é novidade para ninguém. E tudo estava bem quando se ouvia dizer que o tipo voltara para a sua casa, no Bairro de Santos.
Ora qual não é o meu espanto ao descobrir, aqui, que afinal Bibi está mas é de volta ao Rêgo.
Isto já é pedir sarilhos.....
segunda-feira, 28 de novembro de 2005
sexta-feira, 25 de novembro de 2005
Figura, cativo, no meu onze mais místico, o onze constituído por homens que nunca vi jogar.
De Best conheço apenas uma dezena e meia de jogadas impossíveis, de fintas sacanas, reveladoras de um génio tremendo.
A minha geração não o viu jogar, mas nele reconhecerá um irresistível símbolo de transgressão e desregrado talento, de desamor e afecto, de tédio e exaltação, de desconforto e estética, de inquietude e redenção. É muito.
Um jogador maldito.
terça-feira, 22 de novembro de 2005
Laurentino dias, o actual Secretário de Estado do Desporto, foi apanhado em escutas telefónicas a prometer ajuda ao seu amigalhaço Pimenta Machado, ex-presidente do Vitória de Guimarães e suspeito num caso de peculato e falsificação de documentos.
Pimenta Machado - …relativamente ao telefonema, em relação a ti, era o seguinte: era ver se conseguias saber, sem pôr em causa a investigação…..
Laurentino Dias – uhm, uhm,….
PM – Saber quem foi o autor das denúncias….
LD – Isso, isso.
PM – Tás a entender?
LD – Tá bem.
PM – Porque eu penso que a célula do PS na Judiciária é superior à do PSD.
LD – Tentarei saber, tá bem? (…) Pois muito bem. Oh pá, vou tentar saber isso, tá bem?
PM – Isso agradecia-te. E depois diz-me qualquer coisa.
LD – Digo sim senhor.
Esta escuta foi tornada pública ontem pelo Público, mas Laurentino Dias explicou-se hoje em declarações ao Correio da Manhã.
“A minha conversa com Pimenta Machado foi uma conversa entre dois amigos, companheiros de escola desde os 10 anos de idade” – Laurentino Dias.
sexta-feira, 18 de novembro de 2005
Esse grande filmaço chamado "A Lenda do Zorro", ou "Zorro 23: O Regresso", foi o filme mais visto em Portugal na semana passada.
Mas o grande destaque vai para essa grande bosta chamada "O Crime do Padre Amaro (2)", que ficou na segunda posição com mais de 40 mil espectadores.
É de facto é bastante fácil perceber por que raio 40 mil gajos (sim, só assim eu percebo) foram ver aquela merda. É até bem simples.
Já agora, aqui segue a lista dos filmes mais vistos, que continua a ilustrar o magnífico gosto dos cinéfilos portugueses.
1 - "A Lenda do Zorro" - Martin Campbell (41.657 espectadores)
2 - "O Crime do Padre Amaro" - Carlos Coelho da Silva (40.640)
3 - "Doom - Sobrevivência" -Andrej Bartkowiak (25.065)
4 - "O Fiel Jardineiro" - Fernando Meirelles (21.129)
5 - "Wallace & Gromit" - Nick Park/Steve Park (18.110)
6 - "Virgem aos 40 anos" - Judd Apatow (16.528)
7 - "Na sua pele" - Curtis Hanson (16.028)
8 - "A Mansão do Diabo" - Andrew Douglas (13.489)
9 - "Senhor da Guerra" - Andrew Niccol (11.035)
10 - "Os Quebra-Ossos" - Peter Segal (8.638)
11 - "O Som do Trovão" - Peter Hyams (7.251)
12 - "A marcha dos pinguins" - Luc Jacquet (5.045)
13 - "Mulher com cão procura…" - Gary Goldberg (4.816)
14 - "Sempre a bombar" - Pat Holden (4.551)
15 - "As bonecas russas" - Cédric Klapisch (3.631)
16 - "Alice" - Marco Martins (3.548)
17 - "Quatro Irmãos" - John Singleton (3.500)
18 - "A caverna" - Bruce Hunt (2.494)
19 - "Os fura-casamentos" - David Dobkin (2.458)
20 - "Os irmãos Grimm" - Terry Gilliam (2.298)
Um destacado dirigente da Fenprof acabou de justificar as 9 milhões de horas de faltas dos professores com os seguintes factores:
1) falta por morte de familiares;
2) falta por gripes que duram mais de 1 semana;
Face a estes antecendentes médicos dos professores e das suas famílias, parece-me escusado lutar pela reforma antes dos 65 anos, porque claramente não chegam lá.
quarta-feira, 16 de novembro de 2005
Se há uma coisa que o Sacana Lopes e sus muchachos veneram é o falecido Sá Carneiro, o “malogrado Rui Filipe” da política nacional.
No Verão de 2003, Sacana fez a CM de Lisboa aprovar o lançamento de um concurso para uma nova estátua de Sá Carneiro, revelando o seu desagrado com a Mona que adorna a rotunda do Areeiro. Foi Sacana Lopes quem inaugurou, emocionado, a Mona Estátua, enquanto Secretário de Estado da Cultura, mas isso agora não interessa nada.
O autor da Mona, indignado, interpôs um processo contra a CM de Lisboa, levando mais tarde o nosso Sacana Lopes a anular o processo e a entregar ao autor da Cabeça Gigante a encomenda da nova estátua. O artista assim fez, desenvolvendo o trabalho até à fase anterior à final, criando finalmente um modelo de corpo inteiro (o que até é pouco realista considerando os relatos de Camarate).
No entanto, já com a obra a caminho da realização final, Sacana Lopes volta atrás e decide, em Março de 2004, desistir da dita estátua, por esta “não preencher os requisitos” e por “um problema de escala em relação à praça”.
Resultado?
A CM de Lisboa ficou com uma dívida de 40 mil contos, ainda por pagar, um projecto que não saiu do gabinete e uma Mona Gigante que não saiu da rotunda.
Em declarações ao Público, o nosso político preferido explicou que antes das eleições presidenciais não faz tenções de voltar ao Parlamento, assumindo o cargo de deputado.
“Os pedidos de suspensão têm um período mínimo de 50 dias e máximo de dez meses. Para já não vou regressar”, disse o ex-bébé incubado.
Para além deste mecanismo, que lhe permite continuar a ganhar a guita sem ter de ir ao parlamento (o que seria de facto demasiado cansativo), Sacana Lopes não anda a dormir, tendo já alguns planos para facturar uns dinheiritos à conta de quem? Do Estado, claro está.
“Finalmente estou a conseguir pôr os meus arquivos em dia. São 20 e tal anos de arquivos em que há muita informação que é do interesse público e, como não tenho nenhuma fundação, quero ver se o Estado está interessado”, explicou.
Vai para Manuel Alegre, o poeta-candidato presidencial-amigo do Che-dissidente ou nem por isso do PS-chato-mor do reino-etc e tal.
Este prémio foi-lhe atribuído porque o homem “que ninguém cala”, decidiu baldar-se à votação do Orçamento de Estado para 2006, em que finalmente teria de ser homenzinho e votar contra, se assumisse tudo aquilo que tem andado a dizer, ou votar a favor, como sempre tem feito, como um bom menino.
Pelos vistos, no que lhe convém não é preciso que alguém o cale…..
terça-feira, 15 de novembro de 2005
Passaram dez anos, conforme fez questão de repetir vezes sem conta. Resultado: o não-político, antigo primeiro-ministro, candidato pela segunda vez a PR, tecnocrata e académico perdeu qualidades.
Disse pouco. Ideias nenhumas. Não saiu das proverbiais e congénitas intenções de cooperar com o governo e de incentivar o crescimento económico junto dos vários agentes.
Cansado, repetitivo, num registo quase boçal, deixou notar que tudo isto – a campanha – é uma tremenda maçada para ele. Um fastidioso pro form.
Pouco interessado em se revelar, refugiou-se na vacuidade e no silêncio dos lugares comuns, enleando-se na miserável estratégia de um já de si miserável discurso, nomeadamente quando confrontado com os contundentes ataques que dirigiu há dez anos a Sampaio.
O melhor que lhe saiu da boca foi a opinião sobre a guerra no Iraque. De resto, uma decepção.
Só pode ter ficado às escuras quem esperava uma luz messiânica.
quinta-feira, 10 de novembro de 2005
Estes senhores vendem um medicamento que se diz combater a paneleirice em geral e a homossexualidade em particular.
Presumimos que não exista em supositório.
Da autoria do co-blogger Fatchary, que estava com preguiça para postar.
terça-feira, 8 de novembro de 2005
segunda-feira, 7 de novembro de 2005
Não sei o porquê de tanta polémica do "tal" golo Leiria contra o Seporténgue, pois para ser golo aquilo teria que ser uma coisa do género jogada de futebol, coisa que claramente aquilo não o foi...
...foi sim um tipico lance de pic-nic, ora estava muito bem o Ricardo sentado no fundo da baliza a fazer um lanchinho, agarrado ao tupperware dos rissóis de camarão quando uns sacanas de uns putos que andavam ali a brincar ao futebol "amandaram c'a bola" para cima do Ricardo...
...e então ia lá o homem deixar o tupperware dos rissóis cair ao chão???
domingo, 6 de novembro de 2005
sábado, 5 de novembro de 2005
Aproveito a oportunidade para recomendar este magnífico blog.
Atenção! O seu conteúdo altamente interessante, e diria mesmo excitante, torna-o desaconselhável a pessoas com problemas cardíacos.
Visitem se estão preparados para emoções fortes!
É que me alertaram que estamos a ser clonados pelo senhor Acácio Simões, residente da Mealhada, que se define como "velho, cansado, gasto e agarrado às pinturas".
Topem bem este endereço e vão preparando os bastões de baseball. Tá na altura de rebentarmos umas rótulas!
sexta-feira, 4 de novembro de 2005
Ontem deu-se em Lisboa um evento absolutamente irrelevante que, como diziam as rádios e as televisões, “colocou a capital portuguesa no centro das atenções”.
Falo obviamente dos prémios desse abjecto canal de música (?) que dá pelo nome de MTV.
Muito VIP, muita security, muito glamour descartável, enfim, mais uma vez muita parra e pouca uva.
A MTV teve um papel fundamental na divulgação da música à escala global, o que já não acontece, mas há que admitir que o bom gosto nunca foi o seu forte. Não poderia ser, claro, para um canal cujos objectivos de expansão planetária o “obrigaram” à ditadura do mega-comercial, ou seja, da mega-merda.
Faz-me um bocado de confusão a histeria toda, que me parece ser efeito da pequena clique lisboeta que acha que o seu umbigo é o centro do planeta, ou que gostaria que assim fosse.
Percebo em parte a histeria dos Media, porque isso cada vez mais faz parte da sua natureza, e percebo a emoção de pitas de 13 anos para ver as Madonnas e as Shakiras. Já não percebo que gajos armados ao alternativo ou em metaleiros fora de tempo façam voz de valsete a aplaudir e a gritar pelos coldplay (uma das poucas bandas minimamente decentes que por lá passaram) .
A MTV é grande? É. Muito grande. É boa? Não. É uma grande, grande merda.
Mas hoje em dia o que interessa é ser vistoso, plástico, e estar lá, mesmo que cheire a esgoto a 10 quilómetros.
Hoje em dia, a MTV é um amontoado de programas de merda (como o de sair com duas gajas e cagar para uma na cara dela) intercalado de alguma música. Quanto a esta, à música, o que dizer?
Tudo o que seja cantado (?) por um preto de boné na tola e em vídeos com gajas de bilha à mostra, a MTV mostra. Repetidamente. A MTV parece querer convencer o mundo de que este é a América, e que todos gostam de música de merda (não falo simplesmente do hip-hop, porque há bom hip-hop, como em todos os géneros).
Para além dos yo’s e dos gajos muita maus cheios de diamantes, o resto é pop de merda. O que seria do absurdo epifenómeno Shakira sem a MTV? Nada, o que seria realmente justo.
E o que dizer dos tugas que subiram ao palco e que, estupidamente, gritaram por Portugal? Para a MTV, Lisboa é carne para canhão, um sítio baratucho para fazer a sua festinha plastificada como outros antes e outros depois. Mostrar orgulho(?!) por acolhermos a cerimónia, e fazer disso gala à viva voz, parece-me sinceramente um enorme sinal de provincianismo e menoridade mental.
Deixo ainda algumas notas soltas sobre o evento e a lista dos prémios.
1- A cota Madonna, que como se diz na nossa terra, “ainda levava”. Em termos musicais, é giro ver que, 20 anos depois, voltou a fazer uma musiquita engraçada, que por acaso gamou aos ABBA.
2 - The Gift, que ganhou o prémio português. Seria um prémio inteiramente justo, se ao terceiro álbum os meninos -que têm uma boa vocalista (um bocado pró irritante) e fazem uns sons electrónicos modernaços- tivessem alguma vez feito alguma música minimamente memorável. Melodias, uma boa canção, tão a ver a coisa?....
3- Ali G, das poucas coisas que valeram a pena.
Prémio Free your mind – Bob Geldof
Melhor artista português – The Gift
Melhor artista rock – Green Day
Melhor artista alternativo – System of a down
Melhor artista pop – Black Eyed Peas
Melhor artista Hip Hop – Snoop Dogg
Melhor artista R&B – Alicia Keys
Melhor álbum – American Idiot, dos Green Day
Melhor Canção – Speed of sound, dos Coldplay
Melhor vídeo – Brothers believe, dos Chemical Brothers
Melhor artista masculino – Robbie Wiliams
Melhor artista feminino – Shakira
Melhor banda- Gorillaz
Banda (?) revelação do ano – James Blunt.
Entre os convocados de Scolari para os jogos frente à Croácia e Irlanda do Norte estão gajos como Jorge Ribeiro, Frechaut, João Alves e Hélder Postiga.
Valham-nos os inefáveis Ricardo e o Paulo Ferreira.
quarta-feira, 2 de novembro de 2005
Correndo o risco de desmascarar as entradas no cabelo do nosso estimado Vodka, tomem lá disto!
segunda-feira, 31 de outubro de 2005
Hoje é a noite desse tal de Áloiun, como me dizem os jornais do dia. Máscaras, bruxas, velinhas, vampiros e abóboras, que na vertente portuguesa seriam cabaças, mas são menos sexys(?!).
Há várias coisas que me irritam no Álouin, mas isso até acontece com a maior parte das coisas.
Irrita-me que seja mais um sinal da americanização deste cantinho alegremente ignorado pelo nosso Senhor; irrita-me o fenómeno comercial “para escoar parte do stock que restou do Carnaval”; irrita-me a atitude dos Media à volta desta palhaçada, porque dá notícia (?) fácil e barata, sem pensar muito e sem chatear muita gente (só a mim e a uns quantos lúcidos alcoolizados); mas, sobretudo, irritam-me os gajos que “brincam ao Álouin”.
Sim, porque esta é a forma correcta de classificar o comportamento da malta que, logo à noite, vai invadir o Bairro Alto vestido de Drácula ou merdas afins. Gajos adultos vão “brincar ao Álouin”, vestidos com a farpelita janota que andam a guardar desde que decidiram ir à noite a Sintra fazer um ritual satânico mas que depois não foram porque se acagaçaram (ou porque foram apresentados a esse conceito revolucionário chamado “ridículo”).
O ritual do Álouin são os putos a irem de porta em porta a pedir doces, o que é a maneira americana de fazer o nosso saloio “Pão por Deus”. É uma cena de putos orquestrada pelo lobby americano da higiene dentária.
Irritam-me sobretudo os góticos, que aproveitam esta noite e as sextas-feira 13 para darem largas ao seu fetiche paneleiro de bebedores de sangue e de comedores pelo cu.
Ok, vocês gostam de sangue, e de morte e do Patrácula. Então matem-se! Já! Depressinha, que eu não tenho a noite toda!
Agora, por favor, não se armem ao alternativo com a fatiota da loja dos chineses e não saiam à rua vestidos de gótico à hora marcada, decidida lá pelo Tio Samuel.
Há quem diga que não passa de uma desculpa para fazer uma festa e ir para os copos, o que eu até compreendo. Mas para isso há sempre os jogos da bola em que os lagartos levam na anilha (todos, pelos vistos); os concursos de miss Portugal; o festival da Eurovisão; os Jogos sem Fronteiras; o Carnaval de Ovar; quando um amigalhaço recebeu uma encomenda da boa e quer partilhar com uma malta selecta; ou o simples desejo de mamar copos até cair para o lado, o que qualquer bom atónito faz pelo menos duas vezes por semana.
O Álouin não é cool, é uma bosta. É uma bosta malcheirosa cheia de moscas.
Vão mas é beber uns bagaços, vestidos ainda com a roupa do trabalho, e deixem-se de merdas.
quinta-feira, 27 de outubro de 2005
quarta-feira, 26 de outubro de 2005
sexta-feira, 21 de outubro de 2005
José Rodrigues dos Santos, o saltarico jornalista da RTP, acaba de lançar o seu último livro, com o original título de "O Codex 632".
Espera-se ansiosamente pelas novas aventuras literárias deste grande escritor, como os prometidos "O Codex 632 Descodificado" e "Anjos e Diabretes 91210".
Multiplicam-se nos últimos dias os indícios de que, caso o Tribunal Constitucional não permita fazer em breve o referendo ao aborto, o PS se prepara para alterar a lei sem consultar os portugueses.
É óbvio que a lei tem de ser alterada, e que a criminalização do aborto é um resquício do poder feudal que a santa madre igreja ainda tem neste país. Mas há formas diferentes de fazer as coisas, e há sobretudo uma coisa chamada democracia.
Se já é discutível se é ou não altura para um novo referendo (eu acho que é), parece-me inadmissível que uma decisão resultante de um referendo seja alterada sem uma nova consulta ao povo.
A maioria absoluta tem limites, e mesmo que se argumente que os fins justificam os meios (o que é defensável), uma decisão deste tipo seria, pura e simplesmente, o fim de um instrumento chamado referendo, seja sobre o que for.
É neste ponto que deve estar a discussão, em termos institucionais.
Já percebemos que os referendos não servem para nada, a não ser para que o povo diga sim àquilo que o partido no poder defende.
Talvez estejamos próximos da formalização da morte dos referendos, o que, em abstracto, é assustador.
No plano concreto, é apenas a oficialização de uma evidência, já que a coexistência de consultas populares com esta sistema de partidocracia corrupta e amiguista é, no mínimo, esquizofrénica.
E pronto, já está. O Cavaco já avançou. Depois de tanto tabu, de tanta merdice, o seu anúncio acabou por ser um segredo de Polichinelo, com o media a entrarem na dança e a fazerem manchetes como “Cavaco avança dia 20”!. Tanta merda para isto.
Cavaco arrasava nas sondagens enquanto estava calado. Com o fim do pseudo-tabu, estão criadas as condições para que o terror do bolo-rei se enterre.
O seu discurso foi, como seria de esperar, uma mão cheia de nada. Meia dúzia de lugares comuns, muito marketing, muita parra e pouca uva.
Falando, mesmo que naturalmente não dizendo nada de relevante, Cavaco vai perder alguma da vantagem que tem agora, uma vez passado o impacto inicial do anúncio formal da candidatura.
Ainda assim, vai ganhar as eleições, dando aos portugueses finalmente a figura salazarenta de que se sentem órfãos.
PS – Absolutamente ridícula, a figura das televisões na cobertura do anúncio de Cavaco. Desde os especiais filmando a porta por onde ele ia entrar até ao já clássico da estupidez que é acompanhar o seu carro de mota.
Os doutos deputados da nossa AR discutiram e chegaram à conclusão de que não há nenhum problema no facto de o deputado e dirigente socialista António Vitorino representar, enquanto advogado, a GALP, que por acaso é uma empresa de capitais públicos.
Pronto, então está bem. Se esta questão é colocada, discutida na “casa da democracia” e votada pelos deputados, então tudo foi feito para assegurar a legalidade da actividade do pequeno senhor.
Só um pormenor: a decisão acerca da legalidade contou apenas com os votos favoráveis da bancada socialista.
O Hipnótico Inspector Rôla e o Homicídio à Hora Certa
Praga, República Checa. Seis e pouco da tarde. Apesar de estar um frio cortante, como a lâmina de uma daquelas facas que até cortam pregos e solas de sapato, este final de tarde Outonal está bastante aprazivél.
Nada como estar bem agasalhado enquanto tomo uma bela Krusovice e como uma sandocha na esplanada ao lado da loja da Mango e defronte à saída da estção de metro de Mustek, junto à Venceslau. A Krusovice é sem dúvida alguma uma das melhores cervejas do mundo, se bem que esta que me foi servida trazia “brinde”, uma jangada à deriva com refugiados cubanos boiava na minha cerveja. “A cavalo dado não se olha o dente”. Sorvo de um só gole os nove cubanos e a sua jangada feita de bidons de diesel e paus de gelado da Olá. Gosto dos cubanos, são simpáticos e saborosos.
Regresso a Portugal, via Praga depois de ter estado ao serviço da EUROPOL, no caso do sequestro do Tampo de Sanita do 811 do Hotel Kiev em Bratislava. Infelizmente e apesar dos meus melhores esforços, o Tampo de Sanita foi encontrado morto na margem esquerda do Danúbio e o resgate que havia sido pago não foi recuperado. Um milhão de WC Patos. Dos azuis.
Confesso-me desiludido com o desfecho deste caso, uma serie de sequestros que tem assolado toda a Europa nos últimos cinco anos, que começou com o sequestro do Suporte de Toalha de Banho do 307 do Sheraton de Munique, tendo eu me envolvido neste caso de crime internacional aquando do rapto da Saboneteira do 416 do Hotel Algarve na Praia da Rocha ocorrido há dois anos atrás.
Termino a cerveja e preparo-me para pedir outra. Sete horas da noite. Dois tiros ecoam no ar. A multidão de regresso a casa depois de mais um dia trabalho, detêm o seu passo apressado. Alguns agentes da Policie dirigem-se numa correria desenfreada em direcção à Praça Velha, a Staromestka Namesti que se situa ali perto. Sigo-os.
Qual gazela salto por cima do mendigo sem pernas, mais hábil que um juiz num bar de alterne em Bragança evito as prostitutas baixas, gordas e desdentadas que assediam os trauseuntes e mais à frente recolho dois ou três flyers das strip joints locais: “isto merece ser investigado!”. Chego à Praça Velha, hordas de turistas nipónicos, germânicos e americanos encontram-se em estado de choque em virtude do crime hediondo que acabaram de presenciar.
Batiam as sete da tarde e como costume dos últimos secúlos, à passagem da hora certa os apóstolos surgiram em procissão no Relógio Astronómico da Staromestka, mas desta vez algo se passou, em vez de os apóstolos recolherem pacatamente ao interior das engrenagens do relógio, à passagem de Judas Iscariótes, que seguia no meio da procissão, o grupo estancou a passada cercando Judas e após uma breve troca de insultos e provocações, precipitou-se sobre este e espancou-o violentamente. Não obstante o facto de Judas já se encontrar inanimado no chão, estes ainda continuaram a agredí-lo com pontapés, muitos dos quais na cabeça.
Ainda não contentes com o sucedido Pedro e João, aparentemente os lideres do grupo decidem lançar o corpo já cadáver de Judas sobre a multidão que assistia a tudo estupefacta. Judas caiu sobre a testa de uma turista japonesa tendo-lhe aberto um sobrolho. A turista desmaiou e Judas resvalou para dentro de uma sarjeta e foi arrastado para as águas frias do Moldava, nunca tendo o seu corpo sido encontrado.
A turba assassina rapidamente dispersou e barricou-se dentro das rodas e rodinhas da engrenagem do relógio.
Dispersada a multidão e montado um perimetro de segurança, que obrigou ao encerramento da Staromestka, foram chamadas as forças especiais checas e iniciadas as negociações tendo em vista a rendição do grupo.
Pelas nove da noite o grupo de apóstolos assassinos fazem as suas exigências, anunciando de que estas não forem cumpridas se suicidarão e farão explodir o relógio ex-libris da cidade através da detonação de vários isqueiros descartáveis e caixas de fósforos que foram recolhendo ao longo dos últimos anos.
“Lista de exigências dos apóstolos:
- 6 pizzas familiares: cinco pizzas quatro estações e uma com anchovas e alcaparras;
- 2 grades de Budweiser, da checa e não da americana;
- 3 garrafas de Schnaps de pessêgo;
- 1 caixa de Panasorbe;
- 2 strippers para um show lésbico;
- 1 Swatch “Manoel de Oliveira”;
- e 1 autocarro de uma empresa de transportes de Viana do Castelo para os levar para destino desconhecido.”
A polícia checa acede às exigências do grupo. O autocarro parte de Viana às duas da manhã. O Swatch “Manoel de Oliveira” é que torna a situação mais complicada, deverá demorar cerca de 9 anos a chegar, mais ano menos ano.
Ofereço-me para intervir, ao que as autoridades checas anuem.
Subo por um escadote em direcção relógio com as duas strippers às costas e a caixa de Panasorbe no bolso da gabardine. Os comes e bebes ainda vão demorar mais um pouco.
Entro por uma das portinholas do mostrador do relógio, passo por uma roda dentada grande e por outras mais pequenas. Uma das strippers fica com um dos mamilos entalados entre duas das rodas dentadas e fica para trás, a outra perde-se no escuro e é comida por uma ratazana. A caixa de Panasorbe aterrorizada, salta do meu bolso e foge.
Pouco depois dou por mim cercado pelos apóstolos armados com palitos, pedaços de papel higiénico e um persevativo usado, estou em clara desvantagem. Onze para um.
Tento entabular conversa com eles num aramaíco bastante razoável – obrigado Mel Gibson – mas Lucas espicaça-me com um palito, obrigando-me a repensar a estratégia. Decido passar à ofensiva e dar uma de árbitro arguido no caso do “Apito Dourado”, saco das cartolinas amarela e vermelha que trago sempre comigo e dou vermelho directo a Pedro e a João por entrada dura e desnecessária sobre Judas e vermelho directo a Lucas por tentativa de agressão sobre a minha pessoa.
Oito para um. Duplo amarelo para Paulo e Mateus por contestarem as minhas decisões.
Seis para um. Tomé nem quer acreditar. Cinco apóstolos expulsos, a barricada tem que terminar. Cabisbaixos os apóstolos entregam-se às autoridades. "Haverá lugar a sumaríssimos?"
Esta tamanha tragédia aconteceu porque Judas que tinha sido o escolhido para as compras semanais no supermercado trouxe iogurtes naturais açucarados em vez dos sem açucar e como toda a gente sabe Tiago é diabético, e amante de Pedro. E de João. E de Paulo, Mateus, Lucas e dos outros todos. Excepto Tomé. Tomé nem acredita!
A noite já vai longa, tenho avião para Lisboa de manhã cedo.
Jogo a mão ao bolso para tirar o maço de tabaco, com ele vem um flyer de uma espelunca de strip. “Isto merece ser investigado.”
Casos anteriores resolvidos:01 - O Massacre dos 7 Pães de Kilo
02 - Homicídio na A5
03 - Os Desenxabidos Neo-Nazis
04 - A Génese
05 - Burro nas Couves
quinta-feira, 20 de outubro de 2005
David Copperfield, o Luis de Matos norte-americano, promete mais uma vez revolucionar o mundo da magia, com um truque que fará esquecer todos os truques.
O senhor promete, nada mais nada menos, engravidar uma rapariga num dos seus próximos espectáculos, sem lhe tocar!
Este truque, introduz no mundo do ilusionismo um conceito que se poderia chamar de “o oposto de bom”, já que é exactamente o contrário do que todo o macho anseia: chafurdar à vontade sem ter um puto nove meses depois.
terça-feira, 18 de outubro de 2005
Excerto de uma conversa electrónica, com os nomes devidamente alterados para proteger a identidade e reputação dos intervenientes.
T8 diz:
tenho dois contos começados e uma ideia para um romance futurista que me reclama a atenção
freud diz:
huuummmmm.....
freud diz:
fatos justos de lycra...
T8 diz:
hum?!
freud diz:
não era por aí....?
T8 diz:
anúncios da triumph
freud diz:
pára *****, a secretária está a levantar
T8 diz:
eheheheh
T8 diz:
são bem bons, os cabrões dos anúncios
freud diz:
deliciosos
T8 diz:
só falta o dentuça. porque uma delas é papuça
Excerto de uma conversa electrónica, com os nomes devidamente alterados para proteger a identidade e reputação dos intervenientes.
T8 diz:
food for the mind
freud diz:
ácidos? ganza?
freud diz:
never mind the food!
freud diz:
mind the beer
freud diz:
and, afterwards, mind da gap
T8 diz:
documentários, bons livros, boa onda
freud diz:
sim, não há ´ganza
freud diz:
senão era menu completo
T8 diz:
eu tenho
freud diz:
eu tb tive
freud diz:
m tempos idos
freud diz:
mas lá em casa poucoi dura
T8 diz:
bons tempos
T8 diz:
evapora
freud diz:
rebentei com 20 euros numa semana
freud diz:
esfuma-se
freud diz:
eu esfumo
tu esfumas
ele esfuma
freud diz:
e às vezes tens a aparelhagem com o som perfeito e não tens nada a n ser wiskey.. e não é a mesma coisa..
freud diz:
e aí só me apetece chorar, chorar a bandeiras despegadas
T8 diz:
não é a mesma coisa
T8 diz:
antes não ter leite que não ter ganza
freud diz:
antes não ter um braço
freud diz:
raramente necessito de dois braços a n ser para enrolar
Excerto de uma conversa electrónica, com os nomes devidamente alterados para proteger a identidade e reputação dos intervenientes.
T8 diz:
logo se vê
T8 diz:
tenho é que voltar a criar
freud diz:
e eu tenho que voltar a procriar
T8 diz:
só tenho criado raízes e teias de aranha
T8 diz:
ehehehahaharrahahaharhahaqhaharh
freud diz:
entretanto vou vendo umas coisas
freud diz:
tb nem tenho pgado na máquina fotográfica
freud diz:
tenho batido outras coisas que não chapas
T8 diz:
eheheheheheheheh
freud diz:
ri-te ri-te...
freud diz:
pensava eu que esse tempo tinha passado...
T8 diz:
esse tempo nunca passa
freud diz:
que era uma distante recordação
freud diz:
ah ah ah ah hhaa
freud diz:
nem sei se ria se chore
T8 diz:
nunca devemos cortar definitivamente com o bilhar de bolso
freud diz:
os bons hábitos nunca se perdem
freud diz:
no fundo é como andar de bicicleta, nunca esqueces
T8 diz:
é mais como encher um pneu de bicicleta, é dar à bomba
E prontes....
A miserável figura de Morais Sarmento empurra o normal cidadão para um imperativo desprezo.
Estranho é que, de tempos a tempos, Morais faça questão de relembrar a justeza e os propósitos de salubridade inerentes ao asco que lhe temos.
Desta feita, em entrevista ao Diário Económico, brindou-nos o antigo ministro com as seguintes tiradas sobre Mário Soares:
- “Do dr. Mário Soares não espero nada, nem acho que seja correcto perguntar como é que ele vê o país nos próximos dez anos por respeito pela idade que tem”;
- “Todos devemos querer o bem do dr. Mário Soares. E que a sua longevidade seja muita. Mas enfim... é estranha esta contenda... acho que é uma maldade”.
Perante esta (mais esta) afronta à dignidade humana, pergunto se não sobra a Morais Sarmento um único amigo boxeur que lhe recorde a sova exemplar que um dia levou nas páginas do DN?
segunda-feira, 17 de outubro de 2005
sexta-feira, 14 de outubro de 2005
quinta-feira, 13 de outubro de 2005
'Dasse... é sempre a mesma coisa promessas, promessas e mais promessas... Foi um aí Jesus que vem aí o fim do mundo, vem aí o furacão, ou "furcão" como diria Pedro Bicudo o correspondente da RTP nos Estados Unidos...
...qual furacão qual quê, mas é que somos tão ruiins, mas tão ruins que nem as calamidades querem nada connosco.
E ainda estamos nós preocupados com a gripe das aves? Para quê??? Os espanhois é que se tem que preocupar, que eles lá é que tem atentados à bomba, espanhois, os filmes do Joselito, uma gastronomia merdosa, um café que mete nojo, o Cesário Borga e até tornados.
Nós por cá tudo bem, até tá solinho e tudo.
terça-feira, 11 de outubro de 2005
Banda Larga
Banda Larga atinge 50% dos lares em 2010
Bunda Larga
Excesso de peso atinge 51% dos lares portugueses
segunda-feira, 10 de outubro de 2005
...visto sentado ao balcão da tasca mais ranhosa do bairro, a beber imperiais e a comer tremoços.
Lisboa:
- Carmona ganhou porque não é o Carrilho e muito menos o Santana Lopes;
- Carrilho perdeu porque pouco mais é do que o gajo que anda a comer a Bárbara Guimarães;
- Sá Fernandes perdeu porque a Ana Drago não tem nem o rabo nem as mamas da Bárbara Guimarães;
- Mª José Nogueira Pinto perdeu por não tem nem o rabinho nem as maminhas da Ana Drago e ser do CDS/PP também ajuda.
Porto:
- Rio ganhou porque não é o Chico Assis;
- Chico Assis perdeu porque é o Chico Assis e saco de pancada em Felgueiras.
Gondomar:
- O Sô Major ganhou porque os frigorificos que ofereceu em 2001 eram de boa qualidade e até hoje apenas um se avariou, sendo precisamente o da única pessoa que votou PSD em Gondomar nestas eleições.
Oeiras:
- Isaltino ganhou porque tem um sobrinho na Suiça.
Felgueiras:
- A Fátinha ganhou porque se não ganhasse era o Armagedão.
Amarante:
- O Avelino fodeu-se.
Marco de Canavezes:
- O Avelino fodeu-se outra vez.
Sintra:
- Seara ganhou porque não é filho Mário Soares;
- João Soares perdeu porque é filho Mário Soares.
Faro:
- O Zé Apolinário ganhou porque deu-se um milagre, mas "adonde é que já se viu um filhe de Olhão a mandar em Fáre, mósse déb?"
- O Zé Vitorino perdeu porque é doido;
- A pedra de calçada perdeu porque não se candidatou.
Portimão:
- O Manél da Luz ganhou porque é do PS, e o PS ganha sempre em Portimão. Se o candidato do PS à Câmara de Portimão fosse o Zézé Camarinha ou uma lata de conservas de sardinha em molho de tomate também ganhava.
Depois de saber os resultados das eleições o Vince desistiu de passar por cá. "Não perco tempo com coisas já destruídas" disse categoricamente.
Entretanto, George W depois de saber da decisão de Vince, decidiu convidar Avelino Ferreira Torres para Mayor de New Orleans.
domingo, 9 de outubro de 2005
sábado, 8 de outubro de 2005
Em época de eleições, que como a dos incêndio este ano dura mais tempo, Portugal entrou definitivamente em modo esquizofrénico.
As autárquicas transformaram o país num esterco cujo fedor perturba os campos magnéticos.
E não estou a falar dos Isaltinos, dos Valentins, dos Avelinos e das Felgueiras, todos eles filhos pródigos deste sistema político, que não apenas abre espaço à corrupção mas incentiva-a, sendo ela a única forma de se fazer política e chegar aos lugares de cima. Mas este não é o principal problema. Isso é acessório, e até agradeço que sejam os corruptos que são e até que ganhem as suas eleições, para demonstrar que, obviamente, o crime compensa. Compensa porque, na política portuguesa, as carreiras são através dele construídas, e não de abnegação e filantropia.
Choca-me mais o que está oculto, porque ninguém no seu perfeito juízo pode acreditar que não haja muitos mais casos de corrupção política, sobretudo no fertil viveiro autárquico.
Mas a verdadeira obscenidade está em todo o lado. Vejo e ouço os relatos jornalísticos sobre a campanha autárquica: os candidatos, de todos os partidos, percorrem o país num louco frenesim; visitam mercados, escolas, hospitais, jardins, praças, avenidas, zonas pobres.
Em todas as visitas falam ao povo, os seus eleitores, como se lidassem com atrasados mentais (o que em muitos casos é verdade), prometendo uma solução para cada cantinho, um polícia em cada esquina, passeios limpos em cada rua, um jardim em cada bairro. Tudo é gravíssimo e tudo precisa de solução, desde as grandes obras à mudança de lâmpadas. E tudo isto se promete, em troca de um voto, com transacções de brindes pelo meio, desde os clássicos autocolantes e isqueiros até aos mais originais chouriços e robots de cozinha.
Esta é a verdadeira esquizofrenia. A compra dos votos, as promessas que, dois dias depois das eleições, estão esquecidas (mentira, as promessas são esquecidas no momento em que o candidato parte para outra visita, em que fará mais 500 promessas).
E depois, durante quatro anos, os políticos cagam e mijam em cima do povo, o mesmo povo que os aplaude nas ruas em troca de um avental de plástico e da ilusão de que eles, quem quer que sejam, se preocupam.
Eles prometem obras e cumprem beijinhos. Sabem que mentem, nos sabemos que eles mentem, toda a gente sabe que eles mentem. Mas o circo não pára.
Fátima Felgueiras?! Deixem-me rir, que ao menos para isso serve.
Não deixemos que este e outros folclores nos distraiam da verdadeira farsa.
Chega de obscenidade. Ou será que ainda não?......
segunda-feira, 3 de outubro de 2005
...quer pichota, abre o cú que eu vou de mota!!!
"P. Ferreira-Sporting, 3-0: Peseiro foi de Mota"
Nada mais apropriado para o tal do Peseiro, que andou a arrotar postas de pescadas de elevado calibre nos últimos dias, tais como de que tinha crédito e de que tinha condições para continuar e ainda de que gostou da segunda parte do Sepórtengue d'ontem... será que foi só por terem sofrido apenas um golinho na segunda parte?
Ao tal do Peseiro, o Prémio Kumba Ialá... e é já!!!
(escrito logo a seguir ao Sporting/Halmstads, pelo que pode estar um pouco desactualizado....ihihihihihi....)
Bom, vou tentar escrever isto sem me rir.
Melhor do que a espectacular derrota do Sporting, em plena casa de banho, com uma equipa que conseguiu não descer na competitiva primeira divisão sueca, só o facto de essa derrota se seguir a uma frase que se arrisca a ficar na história: O técnico dos lagartos disse na ocasião que tem "mais crédito do que débito no Sporting" uma vez que quase ganhou a taça UEFA (foi finalista vencido em casa) e quase ganhou a Liga portuguesa (terminou em terceiro lugar, atrás de Benfica e FC Porto).
É por isso que, confesso, me deu bastante gozo ver a lagartagem levar na bilha. Porque, de há dois anos para cá, assumiu uns ares de arrogância como se fossem a melhor equipa do mundo, quando na verdade é preciso bem mais do que dar uns toques na bola para se fazer uma equipa.
É o efeito danoninho: faltou-lhes um bocadinho assim! Quase ganhavam a liga, quase ganhavam a uefa, quase entravam na liga dos campeões, quase seguiam para a fase de grupos da uefa, quase ganhavam um bocadinho de humildade, apropriada a uma equipa que não vê um troféu há bastante tempo.
As grandes equipas vêm-se na diferença entre esse quase e o facto de efectivamente ganharem. O Porto de Mourinho esteve prestes a perder a final da Uefa contra o Celtic, mas ganhou porque era uma grande equipa. O Benfica perdeu em Manchester porque ainda não é uma grande equipa, também lhe faltou um bocadinho assim. Mas, no Glorioso, ninguém com pelo menos meio cérebro (o que à partida exclui o Veiga e o Vieira) tem a arrogância do Senhor Peseiro, ou acha que os adversários são meros detalhes na caminhada triunfal do seu clube.
Peseiro ainda tem crédito, diz ele. Eu até concordo, e aplaudo. É como as máquinas de carros nas salas de jogos. A gente chega à rasca ao check-point, mas passa, restando-nos depois 3 segundos para chegar ao próximo controlo, longecomócaraças. Ainda tem créditos, mas não vai longe.
Peseiro, mais uma vez te faltou um bocadinho assim…….
sexta-feira, 30 de setembro de 2005
Depois da notícia que os Japonas descobriram que as lulas gigantes existem mesmo, a espécie já foi considerada em vias de extinção com a hipótese de os tugas agarrarem nas traineiras e irem caçar os bicharocos.
Acho uma medida drástica e despropositada, afinal de contas temos que continuar a alimentar a febre tuga de entrar no Guiness e a maior lula recheada do mundo parece-me uma ideia tão genial como as outras.
Na minha última posta intitulada "Cara de Cú Méne à Paisana" afirmei que o Peseiro era "um talhante, sem carisma nem personalidade"... p'lo facto quero apresentar as minhas mais sinceras desculpas à classe profissional dos talhantes e a todas as pessoas sem carisma nem personalidade, pela infeliz comparação.
Em avanço peço também desculpa aos palhaços, filhos da puta, paneleiros e similares no caso de virem a ser comparados com tal persona.
quarta-feira, 28 de setembro de 2005
Análise ao clássico Man United/Benfica, que se saldou por uma relativamente injusta derrota do Glorioso.
Em primeiro lugar, subscrevo a douta opinião do nosso caro Idle Consultant, que mais uma vez demonstra a sua visão de jogo e eloquência futebolística.
Perdemos o jogo por vários motivos: porque o Man Utd é melhor equipa, jogava em casa, a equipa do Benfica tem pouca experiência nestas andanças, tivemos azar nalguns lances (e sorte noutros), o Koeman foi mijas.
Mas, para falar a verdade, se tinha de haver um vencedor, o triunfo ficou bem entregue.
No entanto, mais importante que isso foi a atitude da equipa e dos adeptos.
O Glorioso jogou de igual para igual como poucas equipas se atrevem a fazer: em Portugal, apenas o SuperPorto do Mourinho o conseguiu. Sem medo, de peito aberto, sabendo a responsabilidade de vestir a camisola do Glorioso em tão importante prova e perante tão ilustre adversário. Perdemos, podíamos ter ganho, merecíamos ter empatado. Mas demos uma lição, sobretudo a nós próprios.
A equipa acreditou, do princípio ao fim, que era possível. Esteve perto, perdeu, mas provou a si própria e aos seus adeptos que é capaz, e que o Benfica será sempre o Benfica.
Foi lindo ver 4 mil adeptos lusos em Manchester, em muitos períodos abafando os nativos com os seus cânticos.
A ambição, a crença, a força, a vontade, a alma, a “chama imensa”, tudo isso voltou a mostrar porque somos realmente os maiores.
Por mais que doa aos rivais, sobretudo aos saltitantes lagartos, o Benfica está no lugar a que pertence, na alta roda do futebol europeu.
Porque nós não somos apenas maiores, somos diferentes. E aqueles 4 mil adeptos, que do princípio ao fim gritaram pela sua equipa, mostraram isso mesmo.
Ontem fomos grandes. Seremos sempre muito grandes.
Não é uma questão de golos, é uma questão de alma.
Atão não é que o Cú Méne também sofre do síndrome de Peseiro???
Apesar do mui razoável jogo que o Ésse Éle Bê fez ontem contra o Manxêsta, o senhor Cú Méne na altura do um igual, decidiu dar uma de Peseiro, esse talhante sem carisma, nem personalidade e tirar o Rato Miccroli do jogo e colocar essa aventesma de seu nome João Pereira no seu lugar e hipotecar não só uma, até que possivél vitória do Ésse Éle Bê, ou na pior da hipóteses um empatesinho que permitiram ao Glorioso não só manter a primeira posição na Champignons Ligue e amealhar uns dinheurós muito jeitosos.
E só depois da casa enrabada é que se decidiu a tentar dar a volta ao rumo dos acontecimentos, lançando o Geovanni que mesmo a quietinho a dormir vale mais que meia dúzia Joões Pereiras e o Pantorras, Irmão Pantera.
De salientar o facto de Nuno Bolos, continuar bastante endiabrado, note-se o grande golo marcou p'lo Manxêsta no um a zero e o passe de morte para o segundo golo da equipa inglesa.
Assim não há cú que aguente. Livra!!!
terça-feira, 27 de setembro de 2005
José Sá Fernandes, o independente preferido no Bairro Alto, avançou hoje uma proposta fantástica: a retirada dos coches do museu do mesmo nome e o regresso ao local dos cavalos, de forma a reactivar o Picadeiro Real.
Eu até compreendo que deve ser lixado inventar todos os dias uma ideia nova, com os chatos dos jornalistas atrás, mas o Michael Moore tuga a clamar pelo Picadeiro Real parece-me um bocadito despropositado.
Na manga estão ainda trunfos poderosíssimos, que serão revelados paulatinamente até ao final da campanha: a expropriação do Príncipe Real para entrega ao D. Duarte e seus Braganças, a reactivação da Mocidade Portuguesa e sua posterior conversão num grupo de escuteiros-marine e a transformação do Tóquio e do Jamaica numa sala de chá e num atelier de bordados, respectivamente.
quinta-feira, 22 de setembro de 2005
O escritor/realizador Jacinto Lucas Pires quase que morreu afogado, quando Kathleen Gomes, no meio da entrevista, o confundiu com o Devendra Banhart. A excitação da jornalista foi tanta que o jovem escritor foi engolido de imediato pelo lago que se formou de líquido vaginal. A intervenção rápida de uma lancha da polícia marítima evitou consequências mais graves.
terça-feira, 20 de setembro de 2005
O Glorioso é de tal forma imenso que é mesmo o primeiro clube do mundo a ter direito a uma sinfonia. No entanto, o maestro da bengala não dorme em serviço e, dadas as prestações de José Veiga à frente do campeão nacional, iniciou já uma obra a que os benfiquistas de todo o mundo se começam infelizmente a habituar: "A ópera do malandro".
As más-línguas dizem que Soares se prepara para enfrentar a campanha presidencial com a ajuda de dois assessores estrangeiros, o Mr. Parkinson e o Herr Alzheimer.
Sempre atento, o Vodka Atónito está em condições de assegurar que Cavaco se prepara para responder a esta manobra, com a contratação do seu aliado de sempre, o Senhor Prisão de Ventre.
Enquanto uma alcateia de leões devorou 20 aldeões na Etiópia na semana passada, um só pacote de bolachas Nacional devorou 11 leões na Madeira ontem à noite...
...e em apenas 90 minutos.
quinta-feira, 15 de setembro de 2005
O nosso povo tem vindo a demonstrar uma estranha fixação em actividades puramente idiotas, como construir a maior caixa de fósforos do mundo, com o propósito de figurar no importantíssimo Livro do Guinness.
Mas agora, o nosso país recebe um novo estímulo para se tornar, oficialmente, o país mais idiota do mundo.
Tudo graças a um atleta brasileiro chamado Carlos Henrique de Souza, que na sexta-feira vai tentar subir a pé a Serra da Estrela…..de costas.
Segundo a comunicação social, Carlos Henrique de Souza, 37 anos, é o único atleta da Confederação Brasileira de Atletismo que corre de costas.
Já em Julho passado, o atleta fez o percurso de Lisboa a Fátima e participou em provas de atletismo nacionais, além de outras proezas em longa distância noBrasil.
Agora, a escolha da Covilhã deve-se ao facto de ser a terra natal da noiva, uma portuguesa de gema com o elegante nome de Cristina Maria.
Ninguém nos pára!
quarta-feira, 14 de setembro de 2005
Como se sabe, o nosso primeiro-ministro assinou recentemente um despacho para colocar a sua ex-assessora de imprensa, Maria Rui, como representante permanente de Portugal junto da União Europeia, em Bruxelas, na qualidade de conselheira de imprensa.
O despacho de José Sócrates fala em «descongelamento excepcional» para acesso a um cargo que garantirá a Maria Rui um salário mensal de dez mil euros.
Ora, perante a leveza de actuação do primeiro-ministro, proponho, para desanuviar, que construam, a partir de letras que espalho ao acaso, a palavra que para vós melhor caracteriza este episódio rosa: N, E, P, O, T, I, S, M, O.
Puxem por essas cabecinhas!
terça-feira, 13 de setembro de 2005
Nem de propósito recebo um mail, do camarada Idle Consultant que, por sua vez, recebeu do camarada Little Bastard, que tem tudo a ver com o post anterior:
Excerto de uma entrevista de António Lobo Antunes à revista Visão (de há umas semanas atrás) onde, às tantas, se evoca a dita "guerra do Ultramar", em Angola, em que o ilustre autor tomou parte.
V: Ainda sonha com a guerra?
ALA: (...) Apesar de tudo, penso que guardávamos uma parte sã que nos permitia continuar a funcionar. Os que não conseguiam são aqueles que, agora, aparecem nas consultas. Ao mesmo tempo havia coisas extraordinárias. Quando o Benfica jogava, púnhamos os altifalantes virados para a mata e, assim, não havia ataques.
V: Parava a guerra?
ALA: Parava a guerra. Até o MPLA era do Benfica. Era uma sensação ainda mais estranha porque não faz sentido estarmos zangados com pessoas que são do mesmo clube que nós. O Benfica foi, de facto, o melhor protector da guerra. E nada disto acontecia com os jogos do Porto e do Sporting, coisa que aborrecia o capitão e alguns alferes mais bem nascidos. Eu até percebo que se dispare contra um sócio do Porto, mas agora contra um do Benfica?
V: Não vou pôr isso na entrevista...
ALA: Pode pôr. Pode pôr. Faz algum sentido dar um tiro num sócio do Benfica?
Mai nada!!!
Ao ver o FCP e o SLB desta época, algumas ideias ocorrem-me.
Por um lado temos o Porto, a jogar bem, ultra-disciplinado (nem um porra! consegui ler nos lábios dos jogadores), mais certos que uma linha de montagem de uma fábrica japonesa.
No extremo oposto temos o Benfica, o pior começo de temporada dos últimos cem anos, jogadores de merda cada um a jogar para o seu lado, "caralho, pá" a fazer de vírgula e uma colecção de cartões de fazer inveja a qualquer fanático do Magic, The Gathering.
Ora o facto de os dois treinadores serem holandeses talvez explique muita coisa, senão vejamos, Co Adrianse é o típico holândes conservador a roçar o neo-fascista. Que outro adjectivo pode haver para alguém que expulsa um jogador da equipa porque este se recusou a cortar as extensões? É um exemplo que a corrente autoritária tem os seus resultados, afinal a Mocidade Portuguesa eram uns moços bem arranjadinhos, tementes a Deus e fiéis ao "clube"!
O Ronald Koeman, mais novo, é um herdeiro da geração flower power, paz, amor, charros pá tola... somos livres, cada um faz o que quer, liberdade acima de tudo, mas até agora poucas ideias sobre como meter uma equipa a funcionar... algo parecido com muitos dirigentes e militantes do Bloco de Esquerda.
Portanto, de um lado temos a Holanda conservadora personificada no Senhor Co e o sua Mocidade Tripeira do outro temos a Holanda liberal do Senhor Koeman e da sua Comuna Benfiquista.
Apesar de todos os defeitos, fico-me pela liberdade, nem que signifique jogar mal como a merda, ter o Carlitos e o João Pereira.
E se a Segunda Guerra Mundial teve o seu dia D, porque é que o Benfica não pode vir a ser campeão?
segunda-feira, 12 de setembro de 2005
Pela miserável amostra de cólidade futebolistica do "Ésse-Éle-Bê" das primeiras três jornadas da "Supé Liga Bétende-dine Ponto Come", na quarta-feira deverá assistir-se a uma sessão de enrabamento colectivo dos rapazes da Luz no jogo a contar para a Champignons Ligue...
...o que mais é que se poderia esperar de uma equipa cujo treinador se chama "Cú Méne"???
Não há vaselina que nos valha para tanto Carlitos, Ricardo Rocha, 3x4x3, cartões vermelhos, João Pereira enfiados p'lo cú acima.
Ain.. dói!!!
Estou sentado na sanita a fazer cócó. Como estar só a fazer cócó não é edificante para nenhum homem, levo o jornal. Como ler a Bola não é edificante para nenhum ser vivo, levo o jornal para fazer o Su Doku. Nível: muito fácil. Não tem problema, a casa de banho é para puxar pela tripa, não pela cabeça. Recapitulando: levei o jornal para acompanhar o cócó e para pousar em cima das pernas, o que todo o homem que puxe pela cabeça e pela tripa em simultâneo sabe que é uma óptima barreira anti-odor. Apesar do nível muito fácil, engano-me no Su Doku. Como a mim ninguém me engana, que este é irmão deste (gesto a apontar para cada um dos olhos), trato da higiene do outro olho. Salutarmente, pouso o jornal no bidé antes da tarefa. Puxo o papel higiénico, que o papel de jornal tisna e ainda quero desforrar-me do SuDoku. Que a mim ninguém me engana. A não ser o Ikea. A tampa do suporte do papel higiénico comprado no Ikea caí. Corta o papel higiénico pelo picotado. Fico agradecido. Depois de cortar o papel higiénico pelo picotado, continua a cair por aí adiante. Caí na torneira. Ja não fico tão agradecido. A tormeira abre. Saí água. A água molha o papel higiénico cortado pelo picotado. A água molha o jornal e o Su Doku. Higienizo o olho. Olho para o SuDoku Nível Muito Fácil Desbotado. Digo para mim: Olha, caguei.
Procurando perceber melhor o porquê de tamanha colecta de pontos (ponto) benfiquista, apresentamos para discussão atónita algumas das causas para este início de campeonato menos bom (horribilis, em latim; tão merdoso, em brasileiro):
- A aposta clara em ganhar a Liga dos Campeões Europeus;
- A inadaptação de José Ribas ao futebol português;
- A aposta clara em ganhar a Supertaça.
Aceitam-se contributos (não, não é uma nova Operação Coração)!
sexta-feira, 9 de setembro de 2005
"Toda a gente já percebeu que tem ao seu dispor em Amarante meios extraordinários para a campanha eleitoral. Quem é que paga tudo isto?
Uma vez disse que foi num assalto a um banco na Figueira da Foz. Não estou a gastar mais do que os outros, estou a cumprir o que diz a lei. Gasto o que está dentro da lei.
Quem paga?
Um emigrante nos Estados Unidos".
Avelino Ferreira Torres no DN de hoje.
quinta-feira, 8 de setembro de 2005
Arafat morreu envenenado ou com Sida, diz relatório médico
Qualquer das maneiras a culpa é dos israelitas...
Saramago e Siza apoiam Soares na corrida a Belém
Alguém diz ao senhor Saramago que um pouco de coerência fica sempre bem.
quarta-feira, 7 de setembro de 2005
O Caramelizado Inspector Rôla e a Estranha Morte do Burro nas Couves
Inspector: A Génese
Casos anteriores resolvidos:
O Massacre dos 7 Pães de Kilo
Homicídio na A5
Os Desenxabidos Neo-Nazis
Registados cinco casos de cólera em Nova Orleães
Se eu fosse preto e pobre e tivesse sido deixado ficar ao abandono, na secreta esperança de George W. e dos seus acólitos de que a Katrina fizesse a limpeza étnica que tanto desejam por eles...
...também eu ficava colérico, enraivecido e mais fodido que o raio que ma parta.
Já estou a imaginar o pânico que se apoderou dos texanos que tiverem que receber no seu Estado, o que Senhora Dona Mãe do George W. chamou de "indigentes".
E a esta hora, já deve estar o Charlton Heston, presidente da N.R.A. (National Riffle Association) a preparar uma caçada ao "preto" nas coutadas texanas.
O azar de uns e a sorte de outros, foi a Katrina ser meio zarolha e uma desorientada de merda e não ter acertado em quem de facto o merecia.
Bento XVI pede aos cristãos que imitem Cristo em tudo
Era mas é o que mais faltava...
Para maltinha de túnica encardida, cabelos e barbas sebosos, de sandalochas e pézinhos sujos, a comer uma carcaça com dois dias e a beber vinho tinto quente...
Já nos chegam os freaks dos cães no Adamastor.
terça-feira, 6 de setembro de 2005
-- Qual a apreciação que faz do jogo frente à Costa do Marfim?
-- Creio que foi um bom jogo entre duas equipas boas, num bom relvado e com uma boa ambiência nas tribunas. Vimos coisas boas de parte a parte. Jogamos contra uma equipa boa, mas atendendo à prestação da equipa dos Camarões, a vitória é justa.
Artur Jorge, seleccionador dos Camarões, comentando a vitória alcançada este domingo.
segunda-feira, 5 de setembro de 2005
sexta-feira, 2 de setembro de 2005
via msn
raviolli_ninja: Olha, cá estamos...
fatchary: Acho que no google earth já tem imagens actualizadas de New Orleans
raviolli_ninja: Eu tenho uma janela nova no quarto. Será que os gajos actualizaram?
fatchary: New Orleans é a muito mais de 300 km de Nova Iorque...
raviolli_ninja: 320Km?
fatchary: Erraste por 1800 Km...
raviolli_ninja: É por isso que nunca gostei de jogar às setas
fatchary: Já temos a certeza que não foste o Guilherme Tell noutra encarnação
raviolli_ninja: Mas sou bem capaz de ter sido o Colombo. Esse errou a Indía por meio hemisfério...
fatchary: Também não tás a acertar nos acentos...
raviolli_ninja: Estupído.